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2008-02-26

 

Em leito-de-cheia (4)


A Ministra da Educação confirmou, ontém, no programa "Prós e Contras" da RTP1, que os professores querem contribuir para a melhoria do sistema de ensino, de uma maneira activa, empenhada e criativa, (não apenas para fazer boa figura na UE); que querem ser avaliados em condições que encorajem a crítica e a reflexão (e não à pressa, com o ano lectivo já começado); que não se resignam quando os seus direitos são postos em causa (como no caso da recusa de reconhecer o tempo das aulas de substituição como horas extraordinárias).

Entretanto, já esta manhã, o Secretário de Estado Valter Lemos, fez deslizar a jurisprudência para o campeonato judicial. Segundo ele, havendo 6 acórdãos favoráveis aos professores (aulas de substituição = horas extarordinárias) e 9 sentenças favoráveis ao Governo (?), estaríamos perante um resultado de 9-6, com o Governo a ganhar.

Como os professores atingidos foram aconselhados a resolver o problema através de um requerimento que deverá invocar as 6 sentenças anteriores, aguarda-se que o Governo passe a defender o seu ponto de vista, requerendo que o despacho a dar aos requerimentos dos professores se baseie, não nas seis sentenças que eles invocam, mas nas nove em que os Tribunais deram razão ao Governo.

Valter Lemos não vê mais do que isto. Aguarda-se que no PS e no Governo, alguém queira ver um pouco mais longe...

Pela sua parte, o Secretário Geral do PCP, deu provas de uma lucidez inesperada. Falando aos media, Jerónimo de Sousa desvalorizou uma eventual substituição da Ministra. (Ver aqui).

Vinda do dirigente de uma força política amiúde acusada de botabaixismo, esta posição não deixa de surpreender. Pensará Jerónimo de Sousa que as "remodelações forçadas", sob a chuva de lutas e protestos, não configuram objectivos políticos consistentes? Que outra saída legítima poderá haver, no imediato, num regime democrático em que o Governo tem a apoiá-lo uma maioria absoluta?

Não enfraquecerá o bom fundamento de uma política a substituição involuntária de sucessivos ministros?


Comments:
Fiz um link para este texto. Espero que não haja problema.

Boa noite.
 
Porque será que nos sucessivos Governos, desde o 25 de Abril, não houve um único ministro da Educação que agradasse ao professores e seus sindicatos?
 
Rosalina,
em visita ao seu blog, deixei-lhe um comentário.
Obrigado pela referência.
Tb espero que não haja problema.
; )
 
Caro Quintanilha,
É certo que, em qualquer sociedade democrática, as pastas da educação são sempre difíceis. Não me alongo a dizer porquê (estou certo que sabe). Não se trata, portanto, de ter mais ou menos professores a favor ou contra. A situação a que se chegou é de enorme fragilidade política. Na sua escassez, tem-se tornado, dia a dia, mais fácil contar os apoios da Ministra. E esse é que é o problema. Porque, de resto, não é possível fazer reformas com apoio unânime. Quanto a isto, estamos de acordo
 
Quintanilha e Manuel Correia
Ainda tem duvida que a pasta da educação é a que desde o 25 de Abril nada se tem feito(ou quase nada).Não acreditam que somos um pais de atrasados mentais com pretensões a inteligentes,que todos estes governos tem feito aos jovens é prepara-los
para a mediocridade para poderem servir melhor os senhores bem pensantes.Vejam em que lugar se encontra Portugal perante os outros países da Europa relativamente ao ensino.Vocês tão crescidos e ainda acreditam em histórias da carochinha.Vejam só um exemplo o Manuel Pinho (aquele que se babou nos bastidores da moda de
Paris a ver as pequenas)e eu estava lá,a figura do homem na assinatura do contrato de construção do novo VW.
 
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