2008-02-06
O Jogo e as regras (1)
O novo programa de debate político da SIC/Notícias, A Regra do Jogo, com António Barreto, José Miguel Júdice e a moderação de António José Teixeira, é fraco. Não por causa de cada um deles, em separado, mas devido a uma má combinação de contexto.
Barreto ataca Sócrates, de leve, pela putativa rendição à "rua" e pela falta de coragem em prosseguir as reformas, tudo em resultado de uma análise impressionista que dá por adquirido que a única coisa que há a fazer é privatizar a prestação de cuidados de saúde.
Júdice acorre em defesa de Sócrates, mas não tem jeito para disfarçar a sofreguidão. A boçalidade dos exemplos que dá, deita tudo a perder. No fundo, estão ambos de acordo no essencial: que o Estado não pode financiar melhores políticas de saúde pública (depois do "pensamento único" assistimos, estupefactos, à era do "orçamento único").
Trauliteiro, Júdice investiu contra o Bastonário da Ordem dos Advogados, a propósito das suas declarações acerca do estado da justiça em Portugal. Ao nível de qualquer peixeirada, apoda-o de "populista", "gordo", "radical", e (ainda) de "próximo candidato presidencial da esquerda" em próximas eleições presidenciais.
Quanto à seriedade, ao rigor da análise e à clareza de propósitos, estamos, pois, conversados.
Barreto, pelo menos neste caso, deu-se conta da argumentação de feira e tentou demarcar-se, ficando-se por uma condenação mais lyonnaise. Marinho Pinto, segundo ele, fora desajustado na forma mais do que no fundo, etc. ...
A Regra do Jogo mete a esquerda pela direita e a inconsistência não cola: nem Barreto convence ao atacar Sócrates pela direita (falta-lhe substância); nem Júdice consegue fingir que Sócrates está, apesar de tudo, bem (soa sempre sarcástico).
António José Teixeira, empenhado em formular algumas questões mais inteligentes, falha.
Ninguém está interessado na profundidade das suas propostas.
A Regra do Jogo é fazer batota!
Barreto ataca Sócrates, de leve, pela putativa rendição à "rua" e pela falta de coragem em prosseguir as reformas, tudo em resultado de uma análise impressionista que dá por adquirido que a única coisa que há a fazer é privatizar a prestação de cuidados de saúde.
Júdice acorre em defesa de Sócrates, mas não tem jeito para disfarçar a sofreguidão. A boçalidade dos exemplos que dá, deita tudo a perder. No fundo, estão ambos de acordo no essencial: que o Estado não pode financiar melhores políticas de saúde pública (depois do "pensamento único" assistimos, estupefactos, à era do "orçamento único").
Trauliteiro, Júdice investiu contra o Bastonário da Ordem dos Advogados, a propósito das suas declarações acerca do estado da justiça em Portugal. Ao nível de qualquer peixeirada, apoda-o de "populista", "gordo", "radical", e (ainda) de "próximo candidato presidencial da esquerda" em próximas eleições presidenciais.
Quanto à seriedade, ao rigor da análise e à clareza de propósitos, estamos, pois, conversados.
Barreto, pelo menos neste caso, deu-se conta da argumentação de feira e tentou demarcar-se, ficando-se por uma condenação mais lyonnaise. Marinho Pinto, segundo ele, fora desajustado na forma mais do que no fundo, etc. ...
A Regra do Jogo mete a esquerda pela direita e a inconsistência não cola: nem Barreto convence ao atacar Sócrates pela direita (falta-lhe substância); nem Júdice consegue fingir que Sócrates está, apesar de tudo, bem (soa sempre sarcástico).
António José Teixeira, empenhado em formular algumas questões mais inteligentes, falha.
Ninguém está interessado na profundidade das suas propostas.
A Regra do Jogo é fazer batota!
Comments:
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É este o panorama que nós temos na comunicação social. Mediocridade, muita meediocridade. Enquanto os media só derem voz a gente retrógada, reacionária, nunca mais vamos sair disto! E o mais interessante é que o mundo está aa mudar...
Fico sempre indignada quando oiço ou leio sobre a nossa "impossibilidade" de sustentar o SNS. Será que conhecem o SNS espanhol?
E os espanhóis pagam mais impostos?
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