2008-02-08
O Jogo e as regras (3)
O 1º Ministro e o Ministro das Obras Públicas dizem não compreender a perplexidade em que nos deixam (não é a 1ª vez) quando anunciam uma decisão para, pouco tempo depois, comunicarem que vão encomendar estudos que porão eventualmente em causa a decisão tomada.
Têm a seu favor o argumento básico, segundo o qual, nunca é tarde de mais para anular uma má decisão. É mentira. Às vezes é demasiado tarde. Todavia, este impulso onírico de dois homens da engenharia, põe-me a imaginar o mesmo critério aplicado à legislação do trabalho e a promessa solene que deputados do grupo parlamentar do PS fizeram de anular o Código do Trabalho do nefasto Bagão Félix.
Mas não.
Na perspectiva dos governantes, os recuos e as paragens para estudar melhor, só fazem vencimento do lado das obras públicas e transportes.
Que chatice!
Apesar de tudo, há, ainda, em Portugal, à esquerda e à direita, quem considere a palavra do Governo uma palavra de honra.
É o caso do Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, que não esconde a sua estupefacção [notícia aqui]. Acreditando (ainda) que uma decisão do Governo é uma decisão responsável, culminando um processo de análise, ponderação e concurso de competências, Carlos Humberto Carvalho tinha reforçado o anúncio sobre esta decisão do Governo aos munícipes do concelho a que preside, aproveitando o ensejo para se congratular euforicamente com as novas perspectivas de desenvolvimento criadas a partir do traçado da nova ponte Chelas-Barreiro.
Não se apercebeu, o desafortunado autarca, que entrámos na era do "decida agora e estude depois". Prezando muito a sua própria honestidade, terá agora de explicar aos munícipes que a verdade com que lhes mentiu veio de uma mentira que tinha quase tudo para ser verdade.
Não lhe ocorreu que, entretanto, o governo iria mudar tão profundamente as regras do jogo.
Têm a seu favor o argumento básico, segundo o qual, nunca é tarde de mais para anular uma má decisão. É mentira. Às vezes é demasiado tarde. Todavia, este impulso onírico de dois homens da engenharia, põe-me a imaginar o mesmo critério aplicado à legislação do trabalho e a promessa solene que deputados do grupo parlamentar do PS fizeram de anular o Código do Trabalho do nefasto Bagão Félix.
Mas não.
Na perspectiva dos governantes, os recuos e as paragens para estudar melhor, só fazem vencimento do lado das obras públicas e transportes.
Que chatice!
Apesar de tudo, há, ainda, em Portugal, à esquerda e à direita, quem considere a palavra do Governo uma palavra de honra.
É o caso do Presidente da Câmara Municipal do Barreiro, que não esconde a sua estupefacção [notícia aqui]. Acreditando (ainda) que uma decisão do Governo é uma decisão responsável, culminando um processo de análise, ponderação e concurso de competências, Carlos Humberto Carvalho tinha reforçado o anúncio sobre esta decisão do Governo aos munícipes do concelho a que preside, aproveitando o ensejo para se congratular euforicamente com as novas perspectivas de desenvolvimento criadas a partir do traçado da nova ponte Chelas-Barreiro.
Não se apercebeu, o desafortunado autarca, que entrámos na era do "decida agora e estude depois". Prezando muito a sua própria honestidade, terá agora de explicar aos munícipes que a verdade com que lhes mentiu veio de uma mentira que tinha quase tudo para ser verdade.
Não lhe ocorreu que, entretanto, o governo iria mudar tão profundamente as regras do jogo.