2008-03-12
Como nós (6)
Maria Filomena Mónica, em entrevista ao Diário Económico de hoje, sentencia: "Se a Ministra [da Educação] sair, virá uma igual ou pior". Tomando em consideração que os outros dois títulos principais que o Diário Económico puxou para a capa, são: "Banqueiros assumem crise" e "Operação furacão está comprometida", é fácil depreender que resvalámos para o reino do pessimismo intuitivo.
Pessimismo, porque nenhuma dessas asserções deixa antever um amanhã melhor; intuitivo, porque é impossível adiantar um argumento racional para qualquer delas.
São todas do âmbito da (des)moralização e da profecia.
Ter de, fatalmente, seguir-se a esta Ministra da Educação, uma ministra ou um ministro piores, só lançando as cartas é que se poderia antever; acreditar que os banqueiros "assumam a crise" é a mesma coisa que esperar que Paulo Teixeira Pinto, -- como lembrou, muito a propósito, António Vilarigues, n'O Castendo, -- ex-presidente do CA do BCP, beneficiário de uma pensão por invalidez, venha agora defender uma causa válida; e ainda, por fim, deixar escapar, inocentemente, a revelação de que os poderosos e endinheirados continuam acima da lei, recorrendo a uma adjectivação eufemística ("comprometida"), são manigâncias entorpecedoras que correspondem mais depressa à chancela do fatalismo espertalhaço do que, propriamente, à do pessimismo justificado.
Qual a alternativa? Para Maria Filomena Mónica, não há. Ou melhor, há, mas também é francamente estranha. Aconselha-nos a emigrar.
Reclamando-se uma pessoa de esquerda, parece absurdo, perante as dificuldades, estar a aconselhar-nos a desistir, fazer as malas e zarpar.
Tratar-se-á de uma tirada irónica?
Com a prestação ministerial sempre a piorar, os banqueiros a "assumirem" a crise, e a aplicação da justiça tão "comprometida", teremos mesmo de nos render, desistir, virar as costas e emigrar?
Ó diabo!
Então e a esquerda?!
Pessimismo, porque nenhuma dessas asserções deixa antever um amanhã melhor; intuitivo, porque é impossível adiantar um argumento racional para qualquer delas.
São todas do âmbito da (des)moralização e da profecia.
Ter de, fatalmente, seguir-se a esta Ministra da Educação, uma ministra ou um ministro piores, só lançando as cartas é que se poderia antever; acreditar que os banqueiros "assumam a crise" é a mesma coisa que esperar que Paulo Teixeira Pinto, -- como lembrou, muito a propósito, António Vilarigues, n'O Castendo, -- ex-presidente do CA do BCP, beneficiário de uma pensão por invalidez, venha agora defender uma causa válida; e ainda, por fim, deixar escapar, inocentemente, a revelação de que os poderosos e endinheirados continuam acima da lei, recorrendo a uma adjectivação eufemística ("comprometida"), são manigâncias entorpecedoras que correspondem mais depressa à chancela do fatalismo espertalhaço do que, propriamente, à do pessimismo justificado.
Qual a alternativa? Para Maria Filomena Mónica, não há. Ou melhor, há, mas também é francamente estranha. Aconselha-nos a emigrar.
Reclamando-se uma pessoa de esquerda, parece absurdo, perante as dificuldades, estar a aconselhar-nos a desistir, fazer as malas e zarpar.
Tratar-se-á de uma tirada irónica?
Com a prestação ministerial sempre a piorar, os banqueiros a "assumirem" a crise, e a aplicação da justiça tão "comprometida", teremos mesmo de nos render, desistir, virar as costas e emigrar?
Ó diabo!
Então e a esquerda?!
Comments:
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Cada vez que vou a Portugal (de 3 em 3 meses) vejo um país em evolução, nas mais pequenas coisas. Não perfeito, atenção (também não conheço nenhum que o seja) mas em evolução. Se pensar no Portugal dos últimos 15 anos a diferença é enorme...para melhor. Mas em Portugal uma certa "elite" clama que está tudo perdido. São fracos, intelectualmente fracos. Essa atitude só serve para quem não propõe nada, nenhuma alternativa. É de facto o caso deles. Há sempre uma saída basta querer e Portugal está muito longe do abismo.O meu conselho é: Vão ver mundo se faz favor, com olhos de ver. Sofia
Sofia,
estou de acordo. Também gostei da tirada irónica que escreveu no seu Diário da Mulher Aranha acerca da "verdadeira" oposição em Portugal e às idiotices de Vitalino Canas.
Viver num país dividido sempre à espera da separação deve conferir uma visão mais atenta a estas coisas das oposições.
estou de acordo. Também gostei da tirada irónica que escreveu no seu Diário da Mulher Aranha acerca da "verdadeira" oposição em Portugal e às idiotices de Vitalino Canas.
Viver num país dividido sempre à espera da separação deve conferir uma visão mais atenta a estas coisas das oposições.
Caro Manuel Correia
Pior do que a realidade portuguesa é o ar enfastiado e snob de certos "analistas". Filomena é um dos exemplos, Pulido Valente "O Exemplo".
A pachorra vai faltando...
Abraço
Pior do que a realidade portuguesa é o ar enfastiado e snob de certos "analistas". Filomena é um dos exemplos, Pulido Valente "O Exemplo".
A pachorra vai faltando...
Abraço
Acho sinceramente que Portugal já deu o que tinha a dar , principalmente quando a pessoa responsável pelo Ministério da Educação , não sabe lidar com determinados problemas que estão na base do atraso do País .
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