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2008-07-10

 

Antecipando o debate sobre o Estado da Nação

As linhas mestras do debate são já conhecidas. Todos a dizer que há crise.

O governo tardou, mas também já afinou o diapasão.

Teremos a oposição a clamar que a crise é culpa deste governo. É o combate político que assim o impõe.

Teremos o governo a dizer que a crise é importada. É o governo a não admitir que falhou em alguns pontos do programa e que esteve aquém na previsão da crise. O governo a continuar a dizer que está em excelente forma e a governar bem.

Ontem à noite assisti na SIC (N) a um debate entre João Ferreira do Amaral, Nogueira Leite, Campos e Cunha e Bastonário da Ordem dos Engenheiros em antecipação da parte económica do Estado da Nação.

Desse debate o que se concluiu é que a situação é mesmo crítica. Campos e Cunha ficou bastante isolado no tocante às considerações sobre o investimento público que vai ser o prato forte do debate. Alegou que os grandes projectos são nefastos ao crescimento económico porque os seus impactos são reduzidos ou mesmo negativos.

Pelo contrário, o Bastonário mostrou-se um fervoroso adepto desses investimentos incluindo o TGV Lisboa-Porto, tendo tecido considerações interessantes sobre a sobrecarga da linha do Norte e desfez a ideia de que só se ganha um quarto de hora. Segundo ele, o tempo ganho é de, pelo menos, uma hora e um quarto. Nogueira Leite e João Ferreira do Amaral, embora com nuances entre si, não condenam os investimentos, embora Ferreira do Amaral seja um maior defensor. Mas defendeu a sua sujeição a certas regras desde logo um planeamento cuidado para não haver sobrecargas excessivas de financiamento em certos períodos e sobretudo um combate à derrapagem, em que nunca há culpas de ninguém, para além da repetida e mais que repetida necessidade da sua fundamentação em estudos custos-benefícios.

Houve uma outra ideia forte a de que estes projectos têm de ter consistência no tempo.

Post-Scriptum sobre o debate

Ficouentendido que um dos maiores constrangimentos ao desenvolvimento do País se prende com a ineficácia da Justiça.


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