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2008-08-23

 

Contra a lei do divórcio

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, vetou a lei do divórcio, votada na AR pela esquerda.

Ao Presidente assiste-lhe, sem dúvida, esse direito. Mas, também nos assiste a nós, o direito de discordar e contestar os seus fundamentos, tanto mais que são apenas do seu foro pessoal e têm muito pouco de sustentabilidade social. São fundamentos retrógrados e que nada têm a ver com a situação dos países mais avançados. Será que é legítimo que duas pessoas incompatibilizadas, que se agridem em palavras ou actos, de forma sistemática, tenham de viver juntas? Será que humanamente não é de permitir que elas se separem? Tem de haver litígio com todas aquelas cenas de tribunal, que por vezes só mesmo à porta fechada são concebíveis? Só quem nunca foi testemunha num caso real pode advogar uma situação tão desumana.

A problemática do património é outra e pode e deve ser derimida a posteriori e essa é então um problema de tribunal, caso não haja acordo. Ora a lei vetada vai nesse sentido.

Então porquê andar para trás?

Para satisfazer quem?

Até Passos Coelho, dentro do PSD, uma outra geração, neste aspecto, mais próxima da evolução que a sociedade tem vindo a ter, está contra Cavaco Silva. De Manuela Ferreira Leite só é de esperar que ande de braço dado com Cavaco Silva, como os velhos do Restelo, que nesta e em outras matérias têm a ver com a evolução da sociedade.


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