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2008-09-24

 

"o novo paradigma para os mercados financeiros"

... é o título do último livro de George Soros, escrito nos finais de 2007/inícios de 2008, editado em Portugal, em Julho de 2008, sobre o tema na ordem do dia - a crise dos mercados financeiros.

Soros um homem que domina bem estes mecanismos escreve na introdução ao livro:

"Para compreender o que se está a passar precisamos de um novo paradigma. O paradigma actual, nomeadamente aquele que afirma que os mercados financeiros tendem para o equilíbrio, é tão falso como enganador.
Na verdade, podemos atribuir os nossos problemas ao facto de o sistema financeiro internacional ter sido desenvolvido com base nesse mesmo paradigma".

Soros propõe um novo paradigma que tem a ver com a relação entre o pensamento e a realidade.

Isto para Soros significa que os participantes do mercado não podem basear as suas decisões só no conhecimento, na medida em que o pensamento dos participantes tem uma dupla função. "Por um lado, tentam compreender a situação. A isto chamo função cognitiva. Por outro, tentam alterar essa situação, a que eu dou o nome de função participativa ou manipulativa. As duas funções trabalham em direcções opostas e, em certas circunstâncias, podem interferir uma com a outra. Chamo a isto reflexividade da interferência."

Soros com este livro pretendeu acima de tudo explanar a sua teoria da reflexividade ao que dedica a primeira parte do livro que se aplica, segundo ele, aos mercados financeiros mas é sobretudo uma teoria filosófica que vai muito para além destes mercados.

Mas Soros deu uma antevisão muito consistente da crise que aí vinha e que agora já chegou, admitindo que esta cise poderia ter sido antevista há alguns anos com as devidas medidas para lhe limitar os efeitos, embora admitindo que também se apercebeu da mudança de natureza da crise tardiamente.

Para Soros "o governo dos Estados Unidos terá de usar o dinheiro dos contribuintes para congelar o declínio do preço das casa. Até que isso aconteça, o declínio será de auto-reforço, com pessoas a sairem das suas casas, nas quais têm capital de contrapartida negativo; e cada vez mais instituições financeiras se tornarão insolventes, reforçando assim a recessão e a fuga ao dólar. A administração Bush e a maior parte dos analistas económicos não compreendem que os mercados podem ser de auto-reforço descendente ou ascendente. Esperam que o mercado imobiliário encontre um limite por si só, mas está mais longe do que pensam. A administação Bush resiste, a usar o dinheiro dos contribuintes, devido às suas ideologias do fundamentalismo de mercado e à sua relutância em entregar poder ao Congresso. Deixou a condução da política à responsabilidade da Reserva Federal, o que colocou um fardo demasiado pesado numa instituição criada para lidar com problemas de liquidez, não de solvência".

Para Soros, esta crise é também um indicador de chegada ao fim de uma época da economia global, telecomandada pelo dólar. O que se segue?
Soros não chega aí. Mas o livro terá de certeza o seu papel ao pôr em causa os pressupostos da concorrência perfeita com relevo para o do conhecimento perfeito.

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