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2008-11-06

 

Os crimes de natureza económica e a reacção social

O meu "empirismo" diz-me que a sociedade portuguesa é muito permissiva ao crime económico.

Numa sociedade tipo nórdica ou mesmo na Alemanha, a fuga aos impostos, se detectada e tornada pública, quem pratica o acto entra em maus lençóis com o fisco, mas socialmente é ostracizado por quem o conhece e toma conhecimento do facto, nem que sejam os vizinhos. É um acto que por esta gente é visto como um atentado à cidadania.

Em Portugal quase diria que uma tal infracção lança o faltoso para "o mundo dos heróis".

Não quero dizer que a fraude, o roubo, o branqueamento de dinheiros de que toda a gente abertamente fala em relação ao BPN seja vista bem assim, até porque o leque de operações clandestinas praticadas foram tornadas públicas num contexto complexo que está a "mexer" com muita gente. Mas quem não é atingido, fico com a sensação de que a situação lhe passa ao lado. Não vou tão longe que pense que as pessoas estarão a pensar em erguer uma estátua ao Dr. José de Oliveira e Costa.

Mas este tipo de postura, pelo que tenho lido, não é específica da sociedade portuguesa, alarga-se às sociedades de cultura mais latina e onde a religião católica teve/tem peso.

Ao contrário, as sociedades onde a Reforma de Lutero e Calvino tiveram impacto e, de algum modo, as moldou têm uma cidadania mais arreigada.

Não estou a tirar conclusões, mas que tem piada, tem.

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