2008-12-18
Educação: em França tambem se reforma
Tal como em Portugal também por aqui a reforma da educação é uma prioridade governamental e um tema de conflito entre o ministro e os sindicatos. Entre os dois países há pontos comuns mas também diferenças.
Nos pontos comuns nota-se o posicionamento de confronto frontal com os professores e um discurso anti sindical que é comum ao governo Sarkozy e ao governo Sócrates, um exemplo extremo pode ser visto aqui e poderia ser facilmente transposto para muitos cronistas portugueses. Outro ponto comum é o discurso da economia e do combate ao desperdício, algumas medidas parecem copiadas como a obrigação de um professor substituir um colega ausente mesmo que não seja da mesma disciplina.
Em relação às diferenças a reforma francesa é mais marcada ideologicamente à direita: proibição dos métodos ditos "globais" de ensino da leitura, regresso aos valores da disciplina, abolição do ensino unificado, possibilidade de ser aprendiz a partir dos 14 anos.
Do meu ponto de vista as realidades do sistema Francês e do sistema português são muito diferentes. O ensino Francês é globalmente bom para uma parte importante dos alunos, infelizmente não fornece soluções a uma parte dos alunos em grande dificuldade. Contrariamente a Portugal a qualidade da grande maioria dos professores é bastante boa. Na área que conheço, matemática, isto deve-se em grande parte à existência de um exame de acesso à carreira que valida os conhecimentos dos futuros professores (independentemente do diploma) e a capacidade que têm para expor (a oral é uma aula face a um júri). Em França é urgente resolver dois problemas: o dos alunos em grande dificuldade e o da qualidade dos programas especialmente os científicos.
Mais especificamente no ensino da matemática a França tem bons professores mas necessita de programas mais rigorosos e de uma organização mais flexível com possibilidade de acompanhamento de alunos em dificuldade. Portugal precise antes de mais de instituir uma cultura de rigor no ensino da matemática abandonando alguns excessos do "tudo pedagógico". Tal como no ensino da música, para se poder tocar um instrumento tem que se passar pela aprendizagem da leitura de uma pauta e pelos exercícios repetitivos que criam os automatismos, também na matemática é necessário passar pelos exercícios ditos "mecânicos" para progredir.
Na minha opinião ambas as reformas pecam pelo mesmo defeito: a falta de diálogo. Sem a participação de uma parte importante dos professores qualquer reforma está condenada.
Nos pontos comuns nota-se o posicionamento de confronto frontal com os professores e um discurso anti sindical que é comum ao governo Sarkozy e ao governo Sócrates, um exemplo extremo pode ser visto aqui e poderia ser facilmente transposto para muitos cronistas portugueses. Outro ponto comum é o discurso da economia e do combate ao desperdício, algumas medidas parecem copiadas como a obrigação de um professor substituir um colega ausente mesmo que não seja da mesma disciplina.
Em relação às diferenças a reforma francesa é mais marcada ideologicamente à direita: proibição dos métodos ditos "globais" de ensino da leitura, regresso aos valores da disciplina, abolição do ensino unificado, possibilidade de ser aprendiz a partir dos 14 anos.
Do meu ponto de vista as realidades do sistema Francês e do sistema português são muito diferentes. O ensino Francês é globalmente bom para uma parte importante dos alunos, infelizmente não fornece soluções a uma parte dos alunos em grande dificuldade. Contrariamente a Portugal a qualidade da grande maioria dos professores é bastante boa. Na área que conheço, matemática, isto deve-se em grande parte à existência de um exame de acesso à carreira que valida os conhecimentos dos futuros professores (independentemente do diploma) e a capacidade que têm para expor (a oral é uma aula face a um júri). Em França é urgente resolver dois problemas: o dos alunos em grande dificuldade e o da qualidade dos programas especialmente os científicos.
Mais especificamente no ensino da matemática a França tem bons professores mas necessita de programas mais rigorosos e de uma organização mais flexível com possibilidade de acompanhamento de alunos em dificuldade. Portugal precise antes de mais de instituir uma cultura de rigor no ensino da matemática abandonando alguns excessos do "tudo pedagógico". Tal como no ensino da música, para se poder tocar um instrumento tem que se passar pela aprendizagem da leitura de uma pauta e pelos exercícios repetitivos que criam os automatismos, também na matemática é necessário passar pelos exercícios ditos "mecânicos" para progredir.
Na minha opinião ambas as reformas pecam pelo mesmo defeito: a falta de diálogo. Sem a participação de uma parte importante dos professores qualquer reforma está condenada.