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2008-12-28

 

«Por agora não» (?)

A aviação israelita continua os raides aéreos contra a Faixa de Gaza, pelo segundo dia consecutivo, e esta tarde bombardeou o sector de Rafah, onde acredita existirem mais de 40 túneis sob a fronteira com o Egipto.

Testemunhas no local, citadas pela AFP, relatam que caças israelitas largaram mais de 20 bombas ao longo da fronteira, levantando espessas nuvens de poeira e fumo na zona. Há informações de pelo menos dois mortos e 22 feridos neste ataque, o mais recente de uma nova vaga lançada esta manhã pela aviação israelita, elevando para perto de 290 o número de mortos em dois dias de ofensiva contra a Faixa de Gaza.

“A Força Aérea atacou mais de 40 túneis encontrados do lado palestiniano da fronteira. Acreditamos que esses túneis são usados para o contrabando de armas e explosivos e mesmo para pessoas que são enviadas para missões terroristas em outros países da região”, explicou Avital Leibovitch, porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), em declarações aos jornalistas.

O responsável garantiu que os pilotos dos caças “atingiram directamente estes alvos”, a fim de evitar vítimas civis, mas pouco depois as agências internacionais noticiaram que dezenas de palestinianos tentaram forçar a passagem no posto fronteiriço de Rafah, único ponto de ligação com o país vizinho. Para dispersar a pequena multidão, a polícia egípcia chegou a disparar tiros para o ar.

O Hamas, movimento que controla há ano e meio a Faixa de Gaza, não esconde a existência destes túneis (mostrados já em várias reportagens televisivas), sublinhando que esta foi a forma encontrada pelos palestinianos para ultrapassar o bloqueio israelita ao território. Mais do que armas, afirma, os túneis (que Israel calcula em cerca de 200) são usados para fazer entrar mantimentos no território, onde habitam cerca de 1,5 milhões de palestinianos.

“Rockets” atingem cidade a 30 km da fronteira
Apesar daquele que é já considerado o mais violento ataque israelita contra a Faixa de Gaza desde a Guerra dos Seis Dias (1967), as forças do Hamas e de outros grupos armados conseguiram disparar cerca de 80 “rockets” contra o Sul de Israel desde o início da ofensiva, 40 dos quais durante o dia de hoje.

Dois destes projécteis, que o diário israelita Haaretz identifica como “rockets” Katyusha, de fabrico soviético, explodiram junto a Ashdod, cidade no deserto do Negev, situada a 30 quilómetros da Faixa de Gaza. Apesar de não ter provocado vítimas, este é o disparo mais longínquo alguma vez conseguido pelos palestinianos, estimando-se que os “rockets” tenham percorrido entre 35 a 37 quilómetros desde o local de lançamento.

Foi para pôr fim a estes disparos, retomados após o fim dos seis meses de trégua, no passado dia 19, que Israel lançou a operação surpresa na manhã de ontem. O Hamas, que terá perdido 150 militantes nos bombardeamentos, avisou que vai vingar os seus mortos, retomando as operações suicidas contra Israel e pedindo à população palestiniana para começar uma terceira Intifada (sublevação popular contra a ocupação).

Apesar dos apelos internacionais ao fim da violência, como o que foi lançado esta manhã pelo Conselho de Segurança da ONU, e dos protestos que estão a encher as ruas das principais cidades do mundo árabe, Israel não aponta um prazo para o final da ofensiva e, esta manhã, mobilizou 6700 reservistas, antecipando uma possível ofensiva terrestre contra a Faixa de Gaza.

Contudo, a ministra dos Negócios Estrangeiros, uma das mais fortes candidatas ao lugar de primeiro-ministro nas legislativas de Fevereiro, deu hoje a entender que não está a ser preparada uma invasão em grande escala. “O nosso objectivo não é reocupar a Faixa de Gaza”, território que Israel abandonou em 2004, declarou Tzipi Livni, durante uma entrevista ao programa “Meet the Press” da estação norte-americana NBC. Questionada pela também americana Fox sobre uma possível intervenção para derrubar o Hamas em Gaza, a chefe da diplomacia respondeu: “Por agora não”.

Fonte: várias agências citadas pelo "Público".
Comments:
Coitados os israelitas são sempre os atacados. Eles nunca fazem nada a não ser impedir que os palestinianos passem por grandes carências, incluindo a alimentação
 
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