2009-06-04
Sindicatos dos Médicos e Ministério da Saúde entendem-se
"A reformulação das carreiras era um dossier polémico ainda em aberto.
Quer os médicos trabalhem em unidades de saúde de gestão pública, de tipo empresarial ou nos futuros hospitais públicos geridos por privados no âmbito das parcerias em saúde, quer sejam funcionários públicos ou tenham contratos individuais de trabalho, existirá "uma carreira única" no universo do Sistema Nacional de Saúde.
Muitos, como o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, falaram da "desarticulação do Sistema Nacional de Saúde". O acordo que ontem foi assinado pretende criar "uma carreira única" para todas as unidades do universo do Sistema Nacional de Saúde, independentemente do seu estatuto jurídico e do regime de trabalho dos clínicos. Passa a estruturar-se em dois graus (especialista e consultor) e três categorias (assistente, assistente graduado e assistente graduado sénior).O presidente da Federação Nacional dos Médicos, Mário Jorge Neves, disse ontem que, uma vez que só estavam integrados na carreira médica os médicos com vínculo à função pública, este era "um sector que estava com a corda ao pescoço e que daqui a alguns anos, com o envelhecimento dos profissionais e à medida que as pessoas vão saindo, se iria extinguir". Mário Jorge Neves considera que com este acordo "se dá aos jovens médicos capacidade para evoluir na carreira". Mas muito está ainda em aberto. A fase seguinte será a regulamentação dos dois decretos-lei, que ainda têm que ser aprovados em Conselho de Ministros, com um novo período de negociação com os sindicatos. E aqui poderão voltar à discussão propostas mais polémicas, como o fim da isenção do trabalho de urgência acima dos 55 anos."