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2009-08-05

 

Em busca do fundo (15)


A imprensa desta manhã, com raras excepções, aponta para a guerra interna no PSD, a propósito da composição das listas, aprovada ontem no seu Conselho Nacional. Os verbos escolhidos para os títulos são sintomáticos: O CM diz que Manuela Ferreira Leite "varreu" a oposição; o "I" prefere o verbo "esmagar" - "Ferreira Leite tenta esmagar opositores"; o PÚBLICO fica-se pela brandura de "afastar": "Ferreira Leite afasta opositores...".

Entretanto, o DN e o JN, optaram pela descritividade terribilis: o 1º, noticia que as "Distritais do PSD em guerra com escolhas de Ferreira Leite", enquanto o 2º, mais analítico, vê a "Lista do PSD com toque de cavaquismo".

O "24 Horas" não viu relevância bastante nas tricas do PSD para lhes oferecer a capa. Em contrapartida, o "1º de janeiro", num registo notável de liberdade poética , afixa: "Magia de Manuela Ferreira Leite troca passos nas listas do PSD/Coelho sai da cartola".

Houve quem tivesse dito, na altura em que Manuela Ferreira Leite foi eleita como nova presidente do PSD, que se tratava de um erro de casting. Como que a contrariar esta tese, o resultado das europeias parecia desmentir a maldosa apreciação. Porém, agora que se trata de lançar o jogo para formar um futuro governo, sobem de tom, no PSD, as tricas internas.

Do lado do PSD, sempre poderão obtemperar que estamos, como de costume, perante o aproveitamento jornalístico exagerador e sensacionalista, e que isso deverá contar muito pouco para a campanha. Porém as declarações, em directo, para as televisões, quer de Miguel Relvas, quer de Pedro Passos Coelho, confirmam que a actual liderança do PSD quis mesmo falar a uma só voz. E esta foi a oportunidade que julgaram mais adequada...

Ora, sendo o PSD a federação de tantos interesses e baronatos, sempre que exclui, não pode deixar de enfraquecer. Assim, com os rabos de palha que leva para a campanha, não sei se, mesmo um bom programa eleitoral, atrasado em relação ao PS, mas pleno de promessas sedutoras, chegará para compensar este exemplo decepcionante de centralismo e intolerância.

A actual liderança está, de facto, a trocar os "passos"...

O Eng. José Sócrates e o PS agradecem. Não poderiam ter desejado um cenário melhor.





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