2009-09-25
A democracia desprezada
É o artigo de opinião de Fernanda Câncio, hoje no DN.
«Factos: a 18 de Agosto, o Público lançou em manchete uma "notícia" sobre a "suspeita" de que a Presidência estaria ser vigiada/escutada pelo Governo. A "notícia", toda baseada nas afirmações de uma fonte anónima "da Casa Civil", nada apresentava como evidência das "vigilâncias" e não continha sequer contraditório - nomeadamente o dos "acusados", PS e Governo - prosseguindo no dia seguinte com a descrição de como um adjunto do PM teria, na viagem presidencial à Madeira em 2008, "espiado" o pessoal da presidência sentando-se em mesas "para onde não tinha sido convidado" e crimes da mesma estirpe.
«Factos: a 18 de Agosto, o Público lançou em manchete uma "notícia" sobre a "suspeita" de que a Presidência estaria ser vigiada/escutada pelo Governo. A "notícia", toda baseada nas afirmações de uma fonte anónima "da Casa Civil", nada apresentava como evidência das "vigilâncias" e não continha sequer contraditório - nomeadamente o dos "acusados", PS e Governo - prosseguindo no dia seguinte com a descrição de como um adjunto do PM teria, na viagem presidencial à Madeira em 2008, "espiado" o pessoal da presidência sentando-se em mesas "para onde não tinha sido convidado" e crimes da mesma estirpe.
«As duas "notícias" do Público foram reproduzidas em todos os media sem desconstrução (no peculiar mecanismo de câmara de eco do sistema mediático), sob o silêncio esmagador da Presidência. A 9 deste mês, durante a entrevista "íntima" que deu à SIC, Louçã acusou Fernando Lima, assessor de Cavaco para a comunicação, de ser a fonte das "notícias". A SIC ignorou, no noticiário, a existência de tais declarações e todos os media, à excepção do DN, que pegou no assunto dois dias depois, fizeram o mesmo. A 13 de Setembro, porém, surgia a primeira coluna do Provedor do Leitor do Público sobre o assunto. Nesta, Joaquim Vieira afirmava ter investigado o caso e concluía não só pela inexistência de contraditório e consubstanciação nas "notícias" como revelava que estas tinham surgido a partir de uma única fonte em Belém, através de um contacto mais de um ano antes; que a única investigação efectuada no caso, pelo correspondente na Madeira Tolentino de Nóbrega e que infirmava a tese das vigilâncias, tinha sido ignorada; que apesar de a "denúncia" ter mais de um ano, o único "espião" citado, o tal adjunto do PM, não tinha sido ouvido pelo jornal. Vieira anunciava voltar ao assunto na semana seguinte, mas o que dizia era já muitíssimo grave: "Salvo melhor prova, tudo não passa de um indício, sim, mas de paranóia, oriunda do Palácio de Belém. Só que tal manifestação é em si já notícia, porque revela a intenção deliberada de alguém próximo do PR de minar a relação institucional (ou a "cooperação estratégica") com o governo."
«Apesar da gravidade inusitada destas acusações, voltou a reinar nos media o silêncio sobre a matéria. Até sexta-feira passada, quando o DN publicou a evidência daquilo que Vieira denunciara, com o nome da fonte: Fernando Lima. Só perante essa prova inquestionável se espalhou a coragem para dizer o óbvio: que é inaceitável um jornal fazer o que o Público fez e que ainda o é mais que o Presidente da República o tenha permitido. Como se existisse um temor reverencial por tudo o que emana ou parece emanar da Presidência, um temor que impede de dizer o que está a nu. E um temor não menos brutal de ser suspeito de "defender" o Governo. Ora isto não é asfixia, é anóxia, e não é pequena ou média, é enorme e nada tem de democrática. Que haja quem, perante isto, tenha a suprema desvergonha de querer virar o bico ao prego e acusar as vítimas e os que denunciaram a tramóia é apenas, infelizmente, expectável. Sabemos o que sucedeu, sabemos quem despreza a democracia. Saibamos desprezá-los na exacta medida do seu desprezo por nós.»
Etiquetas: Conspiração das escutas, Fernanda Câncio
Comments:
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"Louçã acusou Fernando Lima, assessor de Cavaco para a comunicação, de ser a fonte das "notícias".
E até hoje ninguém, nem um único jornalista se lembrar de perguntar a Louçã como é que ele soube. Não acham esquisitíssima esta falta de curiosidade? Eu acho bastante suspeito e parece-me que Louçã fez de alcoviteira e de lebre. Ao serviço do PS.
E até hoje ninguém, nem um único jornalista se lembrar de perguntar a Louçã como é que ele soube. Não acham esquisitíssima esta falta de curiosidade? Eu acho bastante suspeito e parece-me que Louçã fez de alcoviteira e de lebre. Ao serviço do PS.
Fernanda Câncio, aqui gentilmente trazida pela mão do meu amigo Raimundo Narciso, não acrescenta nada ao que já se sabia, passa pela ventoinha do DN como se não estivesse também salpicada, deixa-se aprisionar docemente num dos ângulos do caso, e remata com uma oração:
"Saibamos desprezá-los na exacta medida do seu desprezo por nós."
No enlevo da leitura, suspeito que, a seguir, o meu amigo Raimundo Narciso, não tendo acrescentado ao texto um avo, sequer, de seu, inscreve, subliminarmente, no fim desta espirituosa prosa, um "Amem" pleno de devoção.
Assim vai o debate por aqui.
Fecho os olhos e recolho-me, também eu, em oração mais prestativa:
Saibamos permanecer com a abertura e discernimento, evitando a paixão e o êxtase que põem Fernanda Câncio a apelar ao desprezo por quem não pensa como ela.
"Saibamos desprezá-los na exacta medida do seu desprezo por nós."
No enlevo da leitura, suspeito que, a seguir, o meu amigo Raimundo Narciso, não tendo acrescentado ao texto um avo, sequer, de seu, inscreve, subliminarmente, no fim desta espirituosa prosa, um "Amem" pleno de devoção.
Assim vai o debate por aqui.
Fecho os olhos e recolho-me, também eu, em oração mais prestativa:
Saibamos permanecer com a abertura e discernimento, evitando a paixão e o êxtase que põem Fernanda Câncio a apelar ao desprezo por quem não pensa como ela.
o email do Luciano Alvarez "espalhou-se". Como? Porquê?
JMF abusou e havia gente no interior do Público incomodada com essa colagem ao PSD. A reacção do provedor é apenas uma prova da descaminho do jornal. Neste contexto, muita gente teve acesso. Um deles, certamente Louçã, que aproveitou o caso.
JMF abusou e havia gente no interior do Público incomodada com essa colagem ao PSD. A reacção do provedor é apenas uma prova da descaminho do jornal. Neste contexto, muita gente teve acesso. Um deles, certamente Louçã, que aproveitou o caso.
A 18 de Agosto o Público fez uma abordagem das escutas com o pretexto das afirmações do PS de que haveria assessores de Cavaco a colaborar na preparação do programa do PSD.
A tese implícita era que o PS só podia fazer tal tipo de afirmações se estivesse a vigiar os tais assessores.
Portanto este episódio, que toda a gente devalorizou por ser ridículo, nada teve a ver com o email escrito 17 meses antes e cujas consequências parecem ter sido nulas.
Caso contrário deveríamos concluir que o pedido de F. Lima feito em Abril de 2008 só tinha sido atendido em Agosto de 2009. Isso demonstraria, ao contrário do que se pretende, a fraca influência do senhor sobre o jornal.
Um Presidente tem tão poucos meios que manda um assessor pedinchar a um jornalista de meia tijela o favor de uma noticiazinha. Por que é que ele não ligou ao Belmiro ou, já que o homem está a soldo, ao JMF ?
Porque é que falaria com um subalterno ? Sujeito a ser desmascarado ? É achincalhante.
A meia dúzia de dias das eleições transformar isto numa coisa essencial é claramente uma manobra.
Se por um lado revela uma hipotética tentativa canhestra da parte de Cavaco por outro expõe a potentíssima máquina mediática do PS que conseguiu de uma penada, a partir de material clandestino e irrisório, substituir na campanha o julgamento do governo de Sócrates por um ataque ao PSD e ao Presidente da República.
O PS, cujas tentativas reformistas têm muitos aspectos que eu aprecio, assusta-me enquanto cidadão. A sua capacidade para manipular a informação ultrapassa o razoável e causa-me uma certa repulsa.
A guerra com Cavaco, que só foi empolada para salvar in extremis estas legislativas, faz-nos a todos correr graves riscos de turbulência no momento de formar o novo governo.
Neste tempo de enormes dificuldades e desafios estamos perante o espectro da ingovernabilidade já que estão a antecipar dois anos a luta pela Presidência.
Penso por isso que os fins não justificam todos os meios e que estamos perante uma grande irresponsabilidade que põe em causa o próprio regime.
A tese implícita era que o PS só podia fazer tal tipo de afirmações se estivesse a vigiar os tais assessores.
Portanto este episódio, que toda a gente devalorizou por ser ridículo, nada teve a ver com o email escrito 17 meses antes e cujas consequências parecem ter sido nulas.
Caso contrário deveríamos concluir que o pedido de F. Lima feito em Abril de 2008 só tinha sido atendido em Agosto de 2009. Isso demonstraria, ao contrário do que se pretende, a fraca influência do senhor sobre o jornal.
Um Presidente tem tão poucos meios que manda um assessor pedinchar a um jornalista de meia tijela o favor de uma noticiazinha. Por que é que ele não ligou ao Belmiro ou, já que o homem está a soldo, ao JMF ?
Porque é que falaria com um subalterno ? Sujeito a ser desmascarado ? É achincalhante.
A meia dúzia de dias das eleições transformar isto numa coisa essencial é claramente uma manobra.
Se por um lado revela uma hipotética tentativa canhestra da parte de Cavaco por outro expõe a potentíssima máquina mediática do PS que conseguiu de uma penada, a partir de material clandestino e irrisório, substituir na campanha o julgamento do governo de Sócrates por um ataque ao PSD e ao Presidente da República.
O PS, cujas tentativas reformistas têm muitos aspectos que eu aprecio, assusta-me enquanto cidadão. A sua capacidade para manipular a informação ultrapassa o razoável e causa-me uma certa repulsa.
A guerra com Cavaco, que só foi empolada para salvar in extremis estas legislativas, faz-nos a todos correr graves riscos de turbulência no momento de formar o novo governo.
Neste tempo de enormes dificuldades e desafios estamos perante o espectro da ingovernabilidade já que estão a antecipar dois anos a luta pela Presidência.
Penso por isso que os fins não justificam todos os meios e que estamos perante uma grande irresponsabilidade que põe em causa o próprio regime.
"muita gente teve acesso. Um deles, certamente Louçã, que aproveitou o caso." ????
Agora o Louçã anda à solta pela redacção do Público? Não me parece. Mas o espantoso é a total falta de curiosidade em questionar Louçã.
Agora o Louçã anda à solta pela redacção do Público? Não me parece. Mas o espantoso é a total falta de curiosidade em questionar Louçã.
Ao anónimo das 21 e 42: Não se zangue assim tanto com o Louçã. Deixa transparecer (ouestou enganado?) que lhe reprova a denúncia porque ela prejudica o PSD em favor do PS. Mas ele tinha a notícia e quis fazer figura com ela, admito eu. Não foi para favorecer o PS porque o BE, tal como o PCP, elegeu o PS em inimigo principal.
Obrigado pela participação.
Obrigado pela participação.
"Mas ele tinha a notícia e quis fazer figura com ela, admito eu. Não foi para favorecer o PS" ???
O engraçado é que na notícia aí em cima o Director do DN disse: "o DN publicou a história quando dela teve conhecimento e logo que conseguiu comprovar a autenticidade do e-mail. Não esperou um minuto".
Ora o Louçã pôs a boca no trombone quando a notícia ainda não estava confirmada, quinze dias antes... e a notícia obviamente favoreceu o PS.
O engraçado é que na notícia aí em cima o Director do DN disse: "o DN publicou a história quando dela teve conhecimento e logo que conseguiu comprovar a autenticidade do e-mail. Não esperou um minuto".
Ora o Louçã pôs a boca no trombone quando a notícia ainda não estava confirmada, quinze dias antes... e a notícia obviamente favoreceu o PS.
Manel vejo, aliás sem surpresa, que sofres com a falta de ao menos um avo meu nas postas que aqui trago. Mas a argumentação da Fernanda Câncio, de tão sólida, não necessitava do meu acréscimo e a prova é que tu preferiste passear-te pelos assuntos colaterais e nem um avo da sua argumentação contrariaste.
Mas não leves tão a peito a contrariedade da sua robusta prosa. Afinal aquilo não deve ser nada contigo pois desconfio que ela não lê os teus posts de amor por Sócrates:))
Mas não leves tão a peito a contrariedade da sua robusta prosa. Afinal aquilo não deve ser nada contigo pois desconfio que ela não lê os teus posts de amor por Sócrates:))
Caro anónimo das 21 02 de hoje e das pretéritas 21h e 42m.
Podemos discutir se Louçã é um peão ao serviço de Sócrates mas isso é um esforço tão inglório quanto tentar provar que Jerónimo de Sousa trabalha para o PS.
Mas nem por isso agradeço menos o comentário.
Obrigado
Podemos discutir se Louçã é um peão ao serviço de Sócrates mas isso é um esforço tão inglório quanto tentar provar que Jerónimo de Sousa trabalha para o PS.
Mas nem por isso agradeço menos o comentário.
Obrigado
Caro Penin é sempre um gosto ler-te e agradeço as observações.
Vamos a elas:
Parece-te ser uma manipulação e aproveitamento grosseiro a ligação do email de 2008 com as manchetes do Público de Agosto deste ano onde se diz
"Presidência da República teme estar a ser vigiada"
“O clima psicológico que se vive no Palácio de Belém é de consternação e a dúvida que se instalou foi a de saber se os serviços da Presidência da República estão sob escuta e se os assessores de Cavaco Silva estão a ser vigiados, confessou ao PÚBLICO um membro da Casa Civil do Presidente." (Público 18 de Agosto 2009)
Este serviço de José Manuel Fernandes ao PSD com o envolvimento da PR sem apresentação de dados concretos mas também sem desmentido de nenhuma fonte de Belém favorece a tese da "asfixia democrática". Não é para convencer nenhum Penin Redondo mas não é para Penins Redondos que se fabricam "notícias" destas.
A relação com o email de 2008 tem todo o sentido e resulta da investigação do Provedor do Leitor com o apoio de muitos outros jornalistas do Público, ao que se diz, que não concordavam com aquele "jornalismo " de sarjeta do Zé Manel. E, à procura das fontes de Belém, de Agosto de 2009, Joaquim Vieira descobriu a manigância (o email) de 23 de Abril de 1008. Ora isso deu outra verosimilhança às manobras toscas de Agosto de 2009. Parece aliás que uma mão cheia de jornalistas já conhecia as trapalhadas de 2008 (até Louçã sabia, 15 dias antes do DN publicar o mail)
Estranhas que o PR pudesse estar envolvido numa coisa destas. Também eu e mais uma larga parte do país. A verdade é que o próprio Cavaco reconheceu o espanto que produziu no país e como estava entalado. E entre sacrificar Belém ou sacrificar a manobra que favorecia o PSD preferiu a segunda hipótese e demitiu Fernando Lima. Simultaneamente reforçou a veracidade do email de 2008 . Muita gente está estupefacta com a reacção de Cavaco Silva a estes sucessos e portanto com o seu papel nisto tudo.
Como se pode fazer passar por imparcialidade não desmentir imediatamente as acusações feitas com base ou suposta base de Belém contra o Governo? E mais, insinuar que sim Senhor há qualquer coisa de muito sério porque apesar de todo o seu esforço de imparcialidade não se conteve sem dizer (absurdamente, é claro) que “depois das eleições” não deixará de “tentar obter mais informações sobre questões de segurança”. Que é isto se não insinuar que há coisa séria mas a sua isenção não lhe permite tratar o caso agora.
(o comentário continua a seguir
por excesso de caracteres)
Vamos a elas:
Parece-te ser uma manipulação e aproveitamento grosseiro a ligação do email de 2008 com as manchetes do Público de Agosto deste ano onde se diz
"Presidência da República teme estar a ser vigiada"
“O clima psicológico que se vive no Palácio de Belém é de consternação e a dúvida que se instalou foi a de saber se os serviços da Presidência da República estão sob escuta e se os assessores de Cavaco Silva estão a ser vigiados, confessou ao PÚBLICO um membro da Casa Civil do Presidente." (Público 18 de Agosto 2009)
Este serviço de José Manuel Fernandes ao PSD com o envolvimento da PR sem apresentação de dados concretos mas também sem desmentido de nenhuma fonte de Belém favorece a tese da "asfixia democrática". Não é para convencer nenhum Penin Redondo mas não é para Penins Redondos que se fabricam "notícias" destas.
A relação com o email de 2008 tem todo o sentido e resulta da investigação do Provedor do Leitor com o apoio de muitos outros jornalistas do Público, ao que se diz, que não concordavam com aquele "jornalismo " de sarjeta do Zé Manel. E, à procura das fontes de Belém, de Agosto de 2009, Joaquim Vieira descobriu a manigância (o email) de 23 de Abril de 1008. Ora isso deu outra verosimilhança às manobras toscas de Agosto de 2009. Parece aliás que uma mão cheia de jornalistas já conhecia as trapalhadas de 2008 (até Louçã sabia, 15 dias antes do DN publicar o mail)
Estranhas que o PR pudesse estar envolvido numa coisa destas. Também eu e mais uma larga parte do país. A verdade é que o próprio Cavaco reconheceu o espanto que produziu no país e como estava entalado. E entre sacrificar Belém ou sacrificar a manobra que favorecia o PSD preferiu a segunda hipótese e demitiu Fernando Lima. Simultaneamente reforçou a veracidade do email de 2008 . Muita gente está estupefacta com a reacção de Cavaco Silva a estes sucessos e portanto com o seu papel nisto tudo.
Como se pode fazer passar por imparcialidade não desmentir imediatamente as acusações feitas com base ou suposta base de Belém contra o Governo? E mais, insinuar que sim Senhor há qualquer coisa de muito sério porque apesar de todo o seu esforço de imparcialidade não se conteve sem dizer (absurdamente, é claro) que “depois das eleições” não deixará de “tentar obter mais informações sobre questões de segurança”. Que é isto se não insinuar que há coisa séria mas a sua isenção não lhe permite tratar o caso agora.
(o comentário continua a seguir
por excesso de caracteres)
(continuação do anterior comentário)
Dizes tu : A meia dúzia de dias das eleições transformar isto numa coisa essencial é claramente uma manobra.
Se por um lado revela uma hipotética tentativa canhestra da parte de Cavaco por outro expõe a potentíssima máquina mediática do PS que conseguiu de uma penada, a partir de material clandestino e irrisório, substituir na campanha o julgamento do governo de Sócrates por um ataque ao PSD e ao Presidente da República.
Quem passou a tratar disto como coisa essencial não foram as campanhas mas os media e em particular os blogs, muitos naturalmente como trataram o Freeport e outros casos.
Mas foi o comportamento do PR que deu fundamento ao que era ou poderia ser especulação. Foi não desmentir, o que acabava com a conversa (mas desagradaria muito ao PSD e não só) foi adensar a insinuação das escutas com a afirmação de que depois “vai obter mais informações”, foi a inaceitável imagem que deu de si, ao afirmar que um PR com os meios que tem, diz ao país que depois vai-se informar. Talvez perguntando ao José Manuel Fernandes. E finalmente, mas tarde demais, demitindo o assessor quando viu que a parada ia demasiado alta
Dizes A guerra com Cavaco, que só foi empolada para salvar in extremis estas legislativas, faz-nos a todos correr graves riscos de turbulência no momento de formar o novo governo.
Neste tempo de enormes dificuldades e desafios estamos perante o espectro da ingovernabilidade já que estão a antecipar dois anos a luta pela Presidência.
Penso por isso que os fins não justificam todos os meios e que estamos perante uma grande irresponsabilidade que põe em causa o próprio regime.
Não é assim. A menos que tudo possa ser desmentido e haja um nexo para o implausível o que aconteceu foi que o PSD e, pelo que sabe, com a colaboração de Belém, tentou lançar contra a campanha do PS uma bomba (de manhoso fabrico caseiro) e não tendo sabido fazer a coisa esta rebentou-lhe nas mãos. PSD, Público/José Manuel Fernandes e PR, só se podem queixar de si próprios.
É muito sensato o que dizes mas para evitar tais males terá o país de fingir que nada disto existiu. Um pacto de regime assobiando para o lado. Vamos ver.
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Dizes tu : A meia dúzia de dias das eleições transformar isto numa coisa essencial é claramente uma manobra.
Se por um lado revela uma hipotética tentativa canhestra da parte de Cavaco por outro expõe a potentíssima máquina mediática do PS que conseguiu de uma penada, a partir de material clandestino e irrisório, substituir na campanha o julgamento do governo de Sócrates por um ataque ao PSD e ao Presidente da República.
Quem passou a tratar disto como coisa essencial não foram as campanhas mas os media e em particular os blogs, muitos naturalmente como trataram o Freeport e outros casos.
Mas foi o comportamento do PR que deu fundamento ao que era ou poderia ser especulação. Foi não desmentir, o que acabava com a conversa (mas desagradaria muito ao PSD e não só) foi adensar a insinuação das escutas com a afirmação de que depois “vai obter mais informações”, foi a inaceitável imagem que deu de si, ao afirmar que um PR com os meios que tem, diz ao país que depois vai-se informar. Talvez perguntando ao José Manuel Fernandes. E finalmente, mas tarde demais, demitindo o assessor quando viu que a parada ia demasiado alta
Dizes A guerra com Cavaco, que só foi empolada para salvar in extremis estas legislativas, faz-nos a todos correr graves riscos de turbulência no momento de formar o novo governo.
Neste tempo de enormes dificuldades e desafios estamos perante o espectro da ingovernabilidade já que estão a antecipar dois anos a luta pela Presidência.
Penso por isso que os fins não justificam todos os meios e que estamos perante uma grande irresponsabilidade que põe em causa o próprio regime.
Não é assim. A menos que tudo possa ser desmentido e haja um nexo para o implausível o que aconteceu foi que o PSD e, pelo que sabe, com a colaboração de Belém, tentou lançar contra a campanha do PS uma bomba (de manhoso fabrico caseiro) e não tendo sabido fazer a coisa esta rebentou-lhe nas mãos. PSD, Público/José Manuel Fernandes e PR, só se podem queixar de si próprios.
É muito sensato o que dizes mas para evitar tais males terá o país de fingir que nada disto existiu. Um pacto de regime assobiando para o lado. Vamos ver.
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