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2009-09-26

 

«A deontologia e as suas "fontes"»

O Director do Diário de Notícias, João Marcelino, ((2009-09-26) argumenta, explica-se e acusa. É o "caso das escutas" ao PR que fontes da presidência da República atribuiam (ou atribuem) ao Governo.
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“A obrigação de guardar sigilo é sempre uma relação “daquele” jornalista com a “fonte”. Essa obrigação não se estende a terceiros, mesmo que igualmente jornalistas”
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«Durante uma semana, como prometi aos leitores do Diário de Notícias, não me pronunciei sobre nenhuma das questões laterais à polémica das escutas. Não quis, apesar dos inúmeros reptos, contribuir para desfocar a questão de fundo com discussões sobre o umbigo da corporação jornalística.
Hoje, tendo a notícia central feito o seu caminho e sido adoptada por todas as pessoas que não são fanatizadas pela argumentação partidária, creio que chegou o tempo para participar de forma construtiva numa reflexão que os jornalistas devem fazer a propósito deste caso. E vou fazê-lo sem responder aos insultos de que tanto eu como a Direcção do DN e os jornalistas que assinaram a notícia fomos alvo só porque entendemos dever lealdade aos leitores e não à protecção de um ou outro elemento da classe.


1 Uma notícia é uma notícia. A obrigação primeira de um jornal é cumprir o dever de divulgar todos os factos relevantes que cheguem ao seu conhecimento. Chama-se a isto o dever de informação. Não podia, pois, o DN deixar de divulgar um facto relevantíssimo: era Fernando Lima, o principal assessor de comunicação de Cavaco Silva, quem alegando agir em nome do PR, abordara o jornal Público para que este publicasse a história das alegadas escutas/espionagem sobre Belém que o PR estaria (ou ainda estará, não se sabe) convencido existirem por parte de alguém do gabinete do primeiro-ministro.
O DN publicou a história quando dela teve conhecimento e logo que conseguiu comprovar a autenticidade do e-mail. Não esperou um minuto. Fez exactamente o mesmo uns meses antes com a divulgação de outro documento relevante: a carta rogatória da justiça inglesa sobre o caso Freeport, com referências explícitas ao primeiro-ministro, José Sócrates. Então como agora, no momento em que conhecemos a história, e confirmámos a sua autenticidade, levámo-la aos leitores. Factos são factos. E o DN foi o único jornal a avançar com a notícia do documento nesse dia (todos os outros fizeram-no 24 horas depois), o que muito agradou na altura ao PSD e desagradou ao PS.
Relembro esse outro caso ... (O texto completo
aqui no DN  ou [aqui]). 

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Comments:
Na caixa de comentários aí em baixo escreveu "Mas ele (Louçã) tinha a notícia e quis fazer figura com ela, admito eu" e neste post segundo o Director do DN ("o DN publicou a história quando dela teve conhecimento e logo que conseguiu comprovar a autenticidade do e-mail. Não esperou um minuto").

Está pois a confessar que o Louçã pôs a boca no trombone quando a notícia ainda não estava confirmada. Lembro-lhe que o Louçã partiu ao ataque imediatamente depois do debate com Sócrates, quando ficou exposto que queria eliminar as deduções fiscais à saúde e educação, e cerca de 15 dias antes da notícia do DN...
 
A bem do rigor devo dizer que o Director do DN argumenta de forma falaciosa.
Admito que tenha confirmado a existência do email mas não se assegurou de que as afirmações do autor do email, as acusações a Fernando Lima, eram verdadeiras.
Por isso difundiu publicamente uma acusação contra uma pessoa sem ter a certeza de ela ser verdadeira.
Também assumiu que as escutas não existem mas isso também ainda não está demonstrado pense-se o que se pensar sobre o assunto.
 
Caro anónimo. Percebe-se que quer que cheguemos a alguma conclusão mais explícita. Não se acanhe. Explicite. O povo (leitor) agradece.
Caro Penin há pouco aí em baixo escrevi um romance para te reponder. O que faz quem não sabe escrever. Serei menos prolixo agora.
não se assegurou de que as afirmações do autor do email, as acusações a Fernando Lima, eram verdadeiras pois a isso não sei responder mas talvez o João Marcelino contasse que essa tarefa pudesse ser cumprida por Cavaco Silva como, defacto foi, ao demitir o seu assessor.
E tens razão, falta demonstrar se há escutas. O ónus da prova pertence ao acusador e não ao acusado. Se eu te acusar de andares a espiar o Puxapalavra terei de ser a provar. Cá estaremos para ver o próximo lance.
 
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