2009-09-23
Desabafos e manifestos (6)
Os dirigentes do PS devem estar convencidos de que fazer pressão sobre Cavaco Silva, na recta final da campanha, os pode favorecer eleitoralmente. Daí esta vozearia com que pretendem compelir o PR a vir a público "dar explicações". Não me parece inteligente. Por um lado, porque a história é difícil de perceber (o que conhecemos tem a ver com um jornal que apoiou entusiasticamente a guerra do Iraque, conversas entre jornalistas e assessores da Casa Civil do Presidente, diz-se-diz-se, falação).
Por outro lado, porque Cavaco Silva, a conselho de Pacheco Pereira, sempre poderia vir contar uma história de serviços de informação governamentalizados e de tentativas várias, umas conhecidas, outras ocultas, de lhe diminuirem os poderes, de o isolarem e lhe quererem tolher os movimentos, condicionando-o.
Nesse caso, se lhe desse para dizer isso (bastaria isso!) numa conferência de imprensa entre 5ª e 6ª feira, as coisas poderiam mudar.
Porém, ao contrário do que o meu colega de blogue, Raimundo Narciso, simplificadamente sustenta, este silêncio de Cavaco é, em muito, semelhante, ao mutismo de há quatro anos.
Das duas, uma: ou fala, e faz baixar a votação do PS, ou não fala, e faz baixar a votação do PSD.
José Pacheco Pereira e Manuela Ferreira Leite já perceberam isso.
O PS e alguns dos meus colegas de blogue, ainda não.