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2009-09-07

 

O líder e os zelotas (5)



Depois de um mandato governamental em que os jornalistas se queixaram abundantemente dos maus tratos a que o 1º Ministro os sujeitou, vêm, agora, os zelotas, justificar, mais ou menos subtilmente, um caso concreto de intromissão administrativa na esfera editorial.

Fingem não compreender que José Sócrates não se insurgiu contra a qualidade do jornalismo praticado pelos jornalistas que processou (se assim fosse, tinha uma lista muito maior com que se entreter...), mas porque foi directamente visado. E, já agora, porque esse jornalismo "repelente" também carreou para o domínio público factualidades interessantíssimas.

O tique dos zelotas decorre daquela desconfiança congénita sobre a capacidade dos públicos dos media saberem ou poderem distinguir entre opinião e matéria de facto, e, por outro lado, terem capacidade crítica para separar a campanha negra das notícias bem fundamentadas.

Sobretudo, traem-se perante o à-vontade com que lançam às urtigas a dúvida legítima sobre o que distingue, na TVI, o bom jornalismo e o catequismo das audiências.

Se, por uma vez que fosse, o PS desse o seu acordo a uma intromissão empresarial, tão grave como esta, na autonomia das redacções, estaria a desacreditar-se, e a confirmar que, tal como outros, apenas se bate pela defesa da liberdade de expressão quando lhe convém ou quando os seus líderes são postos em causa.


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