2009-11-06
À Amizade
Mas quando o meu 5ºano prestou provas e deu notícia, após sucesso nos exames, em Lisboa, da existência de quorum para inaugurar na Secundária o 3º ciclo dos liceus, os nossos professores, o Grilo na Matemática, o major Ângelo Ferrari, na Físico-Química e outros, organizaram-se e elevaram o patamar da docência ao 7º ano do liceu e o prestígio da pacata vila a alturas quase académicas.
Éramos só sete, cinco rapazes e duas raparigas. Dois anos depois seis ingressaram na universidade e um aventurou-se logo nos caminhos da vida profissional. Dois foram a professores universitários, um a professor do ensino secundário, dois a engenheiros e um, com pretensões a reformador da humanidade, interrompeu o curso e meteu-se na política e a clandestino, e agora tenta não perder demasiado tempo a completar este post.
Caro leitor de blogs, esta primeira parte que acabo de lhe oferecer graciosamente tem interesse mas dispensável porque o que interessa mesmo é o seguinte: esses cinco rapazes e duas raparigas de há cinquenta anos que têm opções culturais, políticas e religiosas diferentes, têm, quase todos, filhos e netos, encontram-se regularmente, há quase meio século num restaurante, num passeio ou num café e revelam, sem disso darem fé, que a amizade é algo que existe e é precioso.
Hoje voltámos a encontrar-nos. E ao regressar, encontrei-me, na buliçosa quietude do Metro, a meditar no que nos une e no que nos separa. E se o que nos separa: experiências de vida, preferências culturais, sensibilidades parece ser mais e o que nos une parece ser menos, forçoso é concluir que a diversidade pode ser um factor de aproximação e cimento de amizade.
A única coisa a lamentar é que não têm blog e cinco são mesmo, quase info-excluídos.
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Um dia depois reformulacrescentei o final.
A única coisa a lamentar é que não têm blog e cinco são mesmo, quase info-excluídos.
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Um dia depois reformulacrescentei o final.