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2009-12-02

 

Faltam embalagens de Lisboa

A história é simples. Num fim de tarde, cansada, não tenho paciência para fazer jantar. Entro num centro comercial e dirijo-me a um franchising de saladas. Quero comprar duas, take away. Sabe o que isso é? Levar para casa. Está escrito na parede verde alface atrás do balcão. Uma de galinha e outra inevitavelmente de salmão fumado.
Ok. O rapaz mexe a mistura com sabedoria e vinagre balsâmico. Mas eis que, de repente, e em cima da hora, descobrem que só há uma embalagem para enfiar uma das salada e arrastá-la para o lar. E a outra? Eu quero duas. E agora? Atrapalhação generalizada.
"Sabe estamos sem stock e Lisboa ainda não mandou (as embalagens) para repôr", explica um dos empregados (não sei porquê mas pensei logo em Lei de Finanças Regionais).
"Não tenho culpa nenhuma", digo. Desenrasquem-se.
Primeira opção, transformarem o salmão e acompanhamento em boragem envolta em papel de alumínio. Nem pensar.
"Não querem que eu traga uma marmita, pois não? É que eu já paguei. Os senhores aceitaram o meu pedido take away", respondi.
E chega a chefe. Como boa chefe resolve tudo de imediato.
"Não há problema leva a salada no próprio prato (enorme) coberto por plástico aderente. O prato não interessa. Pode ficar com ele", afirma.
"E como é que subo duas escadas rolantes com as compras de supermercado mais um prato na mão?", pergunto.
"O nosso empregado vai consigo até ao estacionamento onde tem o carro", diz.
"Mas eu não tenho carro no estacionamento. Vou de táxi".
"Ele então vai acompanhá-la", argumenta.
Não resisti. Apetecia-me rir. E aceitei a proposta. Tenho pena de não ter filmado a cena. Subimos do menos 3 para o zero, e eis que me lembro...afinal, não comprei o pão. Olho para o meu "impedido" e peço com delicadeza.
"Pode aguardar por mim um minuto? Vou aqui à padaria e já volto".
Assim foi. Eu na padaria. Ele à minha espera de prato na mão. Obrigado. Seguimos mais uns metros rumo ao táxi. Finalmente, está tudo como eu queria incluindo um prato de salada pousado nos meus joelhos. Mas a cara do motorista quer conversa.
"Desculpe, a senhora não é daqui, pois não?".
"Acha que não? Mas pode ter a certeza que aprendi quanto custa aos madeirenses quando Lisboa não manda as embalagens".
Comments:
Que continuem a faltar embalagens de Lisboa para que as consumidoras de saladas em duplicado possam ser acompanhadas por um empregado, empertigado e competente, de prato não mão.
 
É verdade,cara Lília Bernardes, Lisboa está a perder a embalagem. Pede-se um invólucro e leva-se um mainato. Estamos a regressar ao colonialismo.

A. Santos
 
Sim senhor amiga Lília.
Que bela salada.
Maria
 
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