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2009-12-14

 

O inesperado destino das cartas anónimas (5)


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Raimundo Narciso quer concluir. A seu modo (assim como quem fecha uma reunião, recitando conclusões) tenta circunscrever a "controvérsia". Em vez de argumentar, dá-se ao exercício metafísico de invalidar uma boa parte do que eu sustentei, falsificando alguns tópicos e excluindo um ror de rabos de palha confirmados, directa ou indirectamente, pelo próprio Armando Vara (AV daqui em diante).

Segue a lista das habilidades do meu gentil colega de blogue:

1. Eu não considerei reprovável, em lado nenhum, a ida de AV à RTP1. Falei do seu significado. Esta parte não interessa a Raimundo Narciso (doravante RN);

2. RN insiste na beatífica moralização televisiva (todos deveriam ter a oportunidade dada aos Varas). Parece não perceber (atenção PARECE apenas...) que a discriminação é constitutiva do mundo social tal como o conhecemos.

3. Não lhe interessa a história da "carta anónima", confirmada pelo próprio AV. Foi a carta anónima, aliás, o cerne da minha reflexão acerca do disurso de AV. É um grande rabo escondido com o seu gato de fora. Tão relevante, para mim, que lhe dediquei uma série de cinco postes (este incluído). RN passou ao largo. Surpreendo-me como não conseguiu ver uma coisa tão grande. Talvez por configurar uma fuga de dentro do processo, desta vez a favor de AV e outros: AV recebeu um aviso de que ele e José Sócrates andavam a ser escutados. Pelo menos esta fuga ao segredo de justiça não parecia destinar-se a dificultar a vida a AV e outros suspeitos da Face Oculta.

4. Portanto, RN fez o que costuma fazer. Filtrou o que lhe apeteceu e lançou o resto às urtigas. É a escola blairista (assumidamente admirada por José Sócrates e companheiros): "Não fales do que te desfavorece; o povoléu tem a memória curta. Recentra sempre o debate e desvaloriza o teu adversário se não conseguires desfazer-lhe a argumentação."

Curiosa concepção do debate de ideias.

Poderia eu deixar passar mais esta conveniente simplificação de RN para reduzir a conversa ao que lhe interessa, eclipsando o que para outros é sintomático e revelador?

Poder, podia.

Mas não era a mesma coisa.


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