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2010-01-12

 

[1899] Salgueiro em Belém ou "os pobres que paguem a crise"

Já todos repararam que a situação económica do país não vai bem. Às dificuldades estruturais somou-se a Grande Crise provocada pela economia mundial de casino, pela desregulamentação, pela alta finança especuladora, pelos banqueiros. Para salvar o sistema financeiro (não para o reformar!) os governos socorreram a banca e os banqueiros com milhões de milhões de euros. Estes é claro conseguiram pôr a roleta e o casino a funcionar com uns retoques de maior seriedade na fachada e mais umas mãos cheias de prémios para os seus bolsos "por terem salvo a situação".
Mas à crise financeira seguiu-se, como era óbvio, a crise económica e todo o gigantesco roubo e brutal destruição de riqueza tem de ser paga por alguém. Em suma é preciso apertar o cinto.
Mas o cinto de quem? Dos banqueiros? Das famílias que medem os rendimentos mensais pela escala das dezenas de milhar de euros? Ou apertar o cinto dessas classes ditas trabalhadoras mas que melhor seria dizer preguiçosas, cujas famílias se contentam com sa lários ou reformas de 400, 600, 1000, 2.000 ou 3.000 euros por mês?
Pois é preciso assustar a ralé e as classes médias baixas ou medianas. É preciso convencê-las que é melhor apertarem o cinto do que morrer de fome ou "explodir".
É isso que João Salgueiro foi fazer a Belém. Participar na campanha que leve os do costume: os trabalhadores e as classes médias a pagar a crise. Não os ricos como se pedia em 1975 no PREC.

A situação está explosiva diz o PR. E Salgueiro e o grande patronato garante que sim.

Ora todos sabemos que a solução é a Economia. A produtividade. As exportações. Ganhar à concorrência.  Melhores recursos humanos (em especial na classe empreendedora!)  melhor Justiça, menos burocracia, etc, para atrair investimento externo.
Já gastámos dezenas de milhões em estudos desde o Porter para descobrir o busilis. Mas enquanto a situação não melhora é necessário ir buscar o dinheiro com que se socorreu a banca a alguma lado. Tenho uma boa solução. Fazer como o norte-americano Franklin D. Roosevelt fez nos anos 30 e 40 e outros continuaram até aos anos 70. Apertar o cinto dos 20% mais ricos com escalões abundantemente progressivos de IRS, com maiores taxas nas mais-valias, aumento graúdo do imposto sucessório mas só para as grandes fortunas.  Isto digo eu que não sou especialista mas os especialistas em emagrecer os baixos rendimentos aposto que se quiserem sabem como ir buscar mais dinheiro às fortunas.

Salgueiro apontou para o perigo em que estão no futuro as reformazitas. Ora eu propunha para já uma forte redução das principescas pensões que tantos por aí auferem das empresas públicas e... privadas. Apenas com uma moralizadora taxa adequadamente progressiva de IRS.
A situação, garanto, ficava menos "explosiva".


Comments:
Vou fazer link... claro :)
Abraço :)
 
Pensava que o vosso Blogue tinha finalmente ganho algo com o afastamento desse tal de Manuel Correia mais as suas lamechices anticapitalistas. O Raimundo Narciso pô-lo no seu lugar. Por isso reparo atónito no regresso das queixas e das lamechices agora pela pena de quem o enxotou.
Será que o vosso blogue não consegue entrar na órbita da esquerda democrática e moderna?
 
Mas quem é este Senhor que te critica? O que quer ele? O mesmo que Salgueiro? O que é a esquerda democrática moderna? É a de Sócrates e da plutocracia que o apoia? Chamar "lamechices"ao que de mais extraordinário se fez no mundo capitalista, e logo na América, para viabilizar o sistema capitalista e, além disso, assegurar um nível de vida sem paralelo na história às classes trabalhadoras, releva de uma ignorância confrangedora.
A questão é sempre a mesma: os intelectuais portugueses fabricadores de opinião são tão reaccionários e simultaneamente tão ignorantes,e tão subservientes do grande capital, que os mais indefesos (pelos dotes que a natureza lhes deu, melhor a falta deles), incapazes de pensar por si próprios, só se revêem nesses tristes modelos que diariamente lhes "servem" nas televisões!
 
Obrigado Ana pela referência.
Olá Correia Pinto. Aqui na caixa de comentários a asneira é livre. Tem inconvenientes e vantagens. Uma é aparecerem testemunhos da grande variedade do "pensamento" humano. Há a questão da liberdade, da organização democrática da sociedade mas os de "barriga cheia" ou apopléticamente a transbordar esforçam-se por "provar" que isso da distribuição da riqueza, essa coisa para eles fundamentalíssima que é a posse da riqueza é um assunto secundário e está resolvido em capitalismo pelo mérito (e indiferença bovina dos desgraçados que os ouvem e dão à cabeça ou, se caninos, dão ao rabo)
Abraço
 
Sr. Paulo Valverde então não seria melhor fazer as suas lamechices de forma mais construtiva talvez apontando soluções pois essa que aponta não consigo saber qual é por mais que tente e tenho tentado vai para anos a fio....
JN
 
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