2010-01-14
[1904] Tragédia no Haiti
Às catástrofes políticas sucede agora uma devastadora catástrofe natural. Fala-se em 100 mil ou até mesmo 500 mil mortos.
"As ruas de Port-au-Prince, uma cidade de dois milhões de habitantes, ficou de repente coberta de pó, qual nevoeiro intransponível. Corpos sem vida juncavam as artérias da cidade agonizante. Numerosos edifícios públicos abateram-se como castelos de cartas.
"As ruas de Port-au-Prince, uma cidade de dois milhões de habitantes, ficou de repente coberta de pó, qual nevoeiro intransponível. Corpos sem vida juncavam as artérias da cidade agonizante. Numerosos edifícios públicos abateram-se como castelos de cartas.
A agravar o drama neste país que é o mais pobre da América, as comunicações calaram-se deixando o território isolado do exterior. Apenas algumas se mantiveram em acção. O aeroporto foi fechado mas posto operacional por volta das 14h30 GMT, de acordo com responsáveis da ONU."
"A ilha foi descoberta por Cristóvão Colombo em 1492. Já no fim do século XVI, quase toda a população nativa havia desaparecido, escravizada ou morta pelos conquistadores.
A parte ocidental da ilha, onde hoje fica o Haiti, foi cedida à França pela Espanha em 1697. No século XVIII, a região foi a mais próspera colónia francesa na América, graças à exportação de açúcar, cacau e café.
Após uma revolta de escravos, a servidão foi abolida em 1794. Nesse mesmo ano, a França passou a dominar toda a ilha. Em 1801, o ex-escravo Toussaint Louverture tornou-se governador-geral, mas, logo depois, foi deposto e morto pelos franceses..."
Entre 1915 e 1941 o Haiti viveu sob a intervenção e depois a ocupação dos EUA.
O Haiti viveu um dos períodos mais dramáticos da sua existência moderna sob uma das ditadura mais brutais da América latina a de François Duvalier o Papa Doc entre 1957 e 1971 continuada pelo seu filho Jean Claude Duvalier, o Baby Doc, até 1986. Em 1990 em eleições livres o padre Jean Bertrand Aristide chega a presidente. Foi a esperança da democracia mas meses depois um golpe militar repôs a "normalidade" deste desafortunado país, nova ditadura. Aristide regressa em 1994 . A situação melhorou mas não muito. Em 2004 é obrigado a fugir
O Haiti em números:
Superfície: 27.750 km2, menos de 1/3 da área de Portugal, 28 % de terra arável.
9 milhões de habitantes. Idade média da população 20 anos (Portugal, cerca de 40 anos) 95% de pretos e 5% mestiços e brancos. 80% católicos 16 % protestantes,
Língua oficial, o Francês, fala-se crioulo.
O Haiti é o país mais pobre do hemisfério ocidental com 80% da população a viver abaixo do nível de pobreza (Portugal em 2006: 18%) e 54% numa miséria degradante.
Independência: 1 Janeiro 1804 (da França)
PIB - per capita 1,3 dólares em 2008 (Portugal 22,2 dólares em 2008).
Telemóveis 3.2 milhões (2008) (Portugal 14,91 millhões em 2008).
Utilizadores da internet 1 milhões em 2008 -( Portugal 4,5 milhões em 2008
Fonte: The World Factbook.
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A tragédia no Haiti teve causa naturais, ao que se sabe, ainda imprevisíveis e grandemente incontroláveis. Mas é visivel (a olho nu) que a tragédia teve uma dimensão em parte consequência de outra tragédia que se abate sobre a generalidade do Mundo mais pobre sobre a qual parece que todos assobiam para o lado. O fundamentalismo religioso e o "politicamente correcto" têm omitido sistematicamente esta crescente calamidade:a explosão populacional de grande parte do Mundo. O pessoal anda entretido com o problema do definhamento populacional deste e daquele país esquecendo que o GRANDE PROBLEMA é exactamente o oposto. Moçambique teve um aumento populacional de 35%(+-) em apenas 10 anos ! Em S.Tome e Príncipe duplicou em 25. Em 1970 a Argélia tinha 12Mhab., agora aproxima-se dos 40M, Marrocos Idem anos! O Egipto regista um "saldo fisiológico" de 1,5M/ano!!! O Irão passou de 40M no tempo do Reza Palevi para os agora anunciados 70M!! Malthusianismo básico, dizem uns. No mundo há lugar para todos dizem os padres! etc etc... Mas alguém acha possível haver respostas a nível dos serviços de Educação, Saúde e restantes infra-estruturas? Claro que não! Depois é o que se vê! Recordo-me da explicação de M. Alegre para a "involução" Argélia dos anos 60 para a integrista dos tempos actuais.
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