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2010-01-21

 

4,2 mil milhões de euros gastou até agora o Estado no BPN

Este montante "aplicado" no BPN, via Caixa Geral de Depósitos, é mesmo muito dinheiro e ainda não se sabe quando nem onde pára.

Muito justamente a CGD pretende recuperar todo o dinheiro gasto nesta operação.

Como ontem dizia Faria de Oliveira na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças " o desejo da CGD é receber o dinheiro no momento da venda ou encontrar formas contratuais que assegurem o reembolso", mas sempre foi avisando que não tem dúvidas de que os cofres públicos terão de suportar o impacto da nacionalização do BPN, considerando porém que este custo será reduzido.

Estamos em momento de elaboração do orçamento para 2010. Para uma boa credibilidade orçamental esta questão não pode deixar de ser clarificada.

É a altura oportuna para se clarificar esta situação na base de uma moralização das relações entre o poder político e o poder financeiro em Portugal. Seria ainda muito oportuno para credibilizar a justiça que se começassem a tornar públicos os factos que originaram a nacionalização.

O processo de acusação e julgamento do caso BPN tem, para bem da justiça portuguesa de avançar de forma célere, ir até às últimas consequências e os responsáveis punidos penal e patrimonialmente, como forma até de indemnizar a República que está a pagar uma nacionalização originada em fraudes de elevados montantes.

Nota à margem. O caso BPP é de outra natureza. Em minha opinião não se justificava ter havido intervenção pública ao contrário do BPN, pelo que é urgente abandonar este caso, independentemente de se considerar ou não que o tipo de intervenção foi a mais acertada. Também em minha opinião não foi a melhor, pois como na altura defendi a nacionalização deveria ter sido do grupo por inteiro.

Comments:
Com administradores destes, quem precisa de nacionalizações? Precisamos é de ser accionistas!
 
Meu caro,

Com a nacionalização tornou-se como contribuinte um accionista "indirecto". Sente-se bem?
 
Olá, João Abel!
De facto, não se compreende para onde foi tanto dinheiro. O pior é que o Estado ainda não gastou. Vai gastar e então ai é que vai ser. O défice e a dívida vão disparar.
Como economista não achas que foi um erro trágico a nacionalizaçaõ do BPN? O argumento oficial eu sei qual é e não concordo. Tens outros?
Mas esta questão levanta outra: não tendo metido o Estado dinheiro nos bancos (o que meteu sob a forma de garantia ainda não está contabilizado) onde se gastou o dinheiro do défice? A quanto monta a quebra das receitas relativamente a 2008? E as contas de 2008 estariam bem feitas? Não me refiro só às receitas, refiro-me às contas no seu conjunto. É que eu tenho dificuldade em perceber para onde foi tanto dinheiro...se as contas de 2008 estiverem correctas...
Abraço
JMCPinto
 
Quando quiz dizer accionistas, referia-me aos accionistas, que no ano anterior, ao que diz a comunicação social, teriam sido distribuidos por estes cerca de 5.000.000 de "contos". E quanto a sua pergunta a resposta seria, sendo dos tais accionistas, agora sentir-me-ia "lixado" mas com dinheiro no bolso.
 
Meu caro JMCPinto,

Não sei se ainda vou a tempo de colocar algumas questões acerca do teu comentário, pois só hoje entrei de novo no PUXA.

Bom eu não sou um economista especializado em Finanças,sou mais vocacionado para a economia real, mas penso que o tema da nacionalização do BPN também não se coloca estritamente a esse nível.
Poderia haver várias soluções com implicações "macro", sentido amplo diferentes: não intervir, intervir apoiando a gestão privada como a que foi encenada por Miguel Cadilhe, fazer o que fez o governo, nacionalizar o grupo na sua globalidade.
As duas primeiras opções tornavam-se em meu entender perigosas porque poderiam, atendendo às características do Banco, provocar um grande "débacle" no sistema financeiro. Neste sentido, defendi e defendo que o governo devia ter nacionalizado o grupo, porque conduziria a uma visão de gestão mais enquadradora e permitia-lhe "manejar" algumas sinergias existentes no grupo até porque o BPN tinha em parte sido "desnatado" por empresas que não foram atingidas pela nacionalização e que, de alguma forma, já realizaram dividendos para os accionistas. Quanto ao BPP trata-se de um banco sem efeitos no sistema e intervenção do governo mesmo que indirecta foi em minha opinião um profundo disparate. Um Pedro Caldeira um pouco maior e como tal deveria ter sido tratado em termos de economia. Cabe aqui referir que os mecanismos de regulação tiveram um desempenho insuficiente muito. A área da justiça é de outra natureza.
Quanto ao défice orçamental de 2009 (um pouco superior aos 8%)tem várias causas. 2009 foi de facto um ano "duro" economicamente. As receitas só no subsector Estado quebraram 15% e as despesas subiram 6%. Estes dois factores conjugados levaram a um défice apurado neste subsector de 14 081,3 milhões de euros. Donde não me espanta que o défice global real em 2009 ultrapasse bem 8%.

Sobre as contas de 2008, não vejo razões pelo dados que tenha para que os dados conhecidos não se aproximem do real.
 
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