2010-06-11
Estudar Medicina fora do País
Acabo de ler que estão cerca de 1000 estudantes a estudar medicina fora de Portugal (Espanha) e que, juntando a República Checa, o segundo país com mais estudantes portugueses e, depois os restantes onde portugueses estudam medicina, se atinge o número 2500 que é só duas vezes e meia os que estudam em Portugal. Isto tudo por um numerus clausulus que ninguém compreende excepto a corporação Ordem dos médicos.
Depois faltam os médicos pelo país todo. E vêm muitos de todos os lados.
Eu não sou contra esta permutação. Até achava altamente positivo se as razões fossem naturais com base em acordos, porque a troca de saber é sempre muito positiva.
A questão é que isto tem na origem e já há muitos anos um erro de base em que todos perdem. Perde o País porque gasta muito mais na formação dos médicos. Perdem as famílias porque têm a mais um dispéndio financeiro para que os filhos estudem. Perde o SNS porque não tem médicos suficientes e presta assim um serviço insuficiente e perde o doente porque tem uma medicina de pior qualidade
Se este problema está diagnosticado e é claro o erro, porque não se o resolve?
Este problema não é de agora. Atravessou muitos governos, incluindo os de Cavaco Silva. Teve 10 anos no governo e saúde e justiça é o que se vê.
Tudo seria fácil se ao longo dos anos se algum ministro da saúde tivesse mesmo defrontado os loby's que os há e que impedem por interesses próprios que esta situação se resolva calmamente e é certo para bem de todos.
Etiquetas: Falta de médicos, formação no exterior
Comments:
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Mais um problema que nunca se resolve. Talvez só Leonor Beleza ou Correia de Campos tivessem pedalada.
Mas correram sempre com os que tinham dinâmica e visão de reforma.É engraçado. Eram os dois juristas de base.
Mas correram sempre com os que tinham dinâmica e visão de reforma.É engraçado. Eram os dois juristas de base.
Quem define as vagas de entrada são as Faculdades de Medicina.
A O.M. não tem nada a ver com isso!
De qualquer forma não deixa de ser corporativismo no seu pior.
Duarte
A O.M. não tem nada a ver com isso!
De qualquer forma não deixa de ser corporativismo no seu pior.
Duarte
O autor do comentário anterior só tem razão formal, pois não é a O.M que gere as Faculdades, mas que fez muita pressão fez, para que a situação, desgraçadamente, fosse a actual.
AV
AV
Não há dúvida de que os médicos (OM) usaram do poder que têm tido para limitar a formação de médicos e, assim, manter privilégios. Agora, há outras "coutadas", por exemplo o licenciamento de farmácias, aliás, actividade mais rendosa que a profissão de médico, ainda que não pareça. A questão da formação de médicos é intolerável, mas será defensável que se caminhe para uma situação idêntica à dos professores, onde temos professores de matemática (apenas exemplo) que foram alunos medíocres?
A falta de concorrência eleva os custos e não incentiva o progresso, a melhoria da qualidade.
A falta de Estado interventivo e esclarecido, com meios para enfrentar lobies, leva o país para a dicotomia dos muito ricos/muito pobres, ao desenrasque e à exploração desenfreada, à falta de uma larga classe média que eleve a generalidade da população para um patamar superior de bem-estar, tolerância, paz e segurança.
O que temos vindo a assistir em Portugal, há décadas ou séculos, é ao reduzir da classe média em favor duma minoria de privilegiados (de velhos e novos nobres, novos-ricos aproveitadores das 'revoluções' dinásticas de XIV, XVII, liberal, republicana, militar-democrática) e do «escorraçar» (para a emigração ou para trabalhos subalternos) dos valores existentes, de todos aqueles que têm capacidade e mérito mas não os «padrinhos/cunhas/nepotismo» que lhes permita ultrapassar a «barreira à entrada» na profissão, na industria, no sector da actividade dominado por poderosos lobies monopolistas ou cartelistas.
Zé T.
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A falta de Estado interventivo e esclarecido, com meios para enfrentar lobies, leva o país para a dicotomia dos muito ricos/muito pobres, ao desenrasque e à exploração desenfreada, à falta de uma larga classe média que eleve a generalidade da população para um patamar superior de bem-estar, tolerância, paz e segurança.
O que temos vindo a assistir em Portugal, há décadas ou séculos, é ao reduzir da classe média em favor duma minoria de privilegiados (de velhos e novos nobres, novos-ricos aproveitadores das 'revoluções' dinásticas de XIV, XVII, liberal, republicana, militar-democrática) e do «escorraçar» (para a emigração ou para trabalhos subalternos) dos valores existentes, de todos aqueles que têm capacidade e mérito mas não os «padrinhos/cunhas/nepotismo» que lhes permita ultrapassar a «barreira à entrada» na profissão, na industria, no sector da actividade dominado por poderosos lobies monopolistas ou cartelistas.
Zé T.
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