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2010-06-03

 

Quanto custa ao País um feriado?

Segundo estudos elaborados pelo Professor Luís Bento da Universidade Autónoma de Lisboa, um feriado fica ao País pela módica quantia de 37 milhões de euros.

A ser assim, hoje, o país ficou mais pobre exactamente naquele montante.

Será que se justifica?

Não, dentro de determinados parâmetros. Vejamos. Portugal tem mais três feriados que a média europeia. Se reduzir os feriados para essa média poupa 111 milhões de euros/ano.

Mas a questão não está apenas nos feriados. Está também nas pontes e essas são mais difíceis de contabilizar. Por exemplo, o dia de amanhã, o país vai trabalhar a meio gás.

Daí que desde há muito se pense em encostar os feriados aos fins de semana, a chamada mobilidade dos feriados, o que tem dado azo a várias resistências: Da igreja quando se trata de feriados religiosos e dos sindicatos em geral. Por exemplo, o de hoje se estivesse encostado saia mais barato, exactamente pela não ponte.

Bom, duas deputadas do PS, católicas de gema, Teresa Venda e Maria do Rosário Carneiro, vêm propor duas coisas. Que se acabem com quatro feriados e se crie um outro a 26 de Dezembro, o dia da família, fica bem a um espírito cristão!!. Que feriados propõem para acabar: dois católicos, o de hoje dedicado ao corpo de Deus e o 1º de Novembro e dois laicos, o 1º de Dezembro e o 5 de Outubro.

Acho bem: são feriados tradicionais com valor simbólico reduzido. Será que mesmo os católicos sabem o que isso do corpo de Deus?. Esperemos que haja bom senso e se aprove esta proposta das duas deputadas .

Mas além disso, a proposta aponta para a mobilidade dos feriados com algumas excepções, ou seja, deslocar os feriados para o dia útil mais próximo do fim de semana, o que já acontece em países como a Alemanha ou o Reino Unido e que se conheça não parece haver muitos traumas por isso. Enfim, argumentos que saem caros por não se adoptar.

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Comments:
A proposta é estupida e disparatada. Mais vale propor acabar com todos os feriados ao mesmo tempo.
Claro que podemos discutir porque é que existem feriados e porque motivo isso é do interese do Estado e da Igreja. O único feriado que foi reclamado pelos sindicatos foi o de 1 de Maio e não faz sentido que esse dia mundial seja comemorado em dias diferentes conforme os países.
Também não faz sentido reclamar das "pontes" e da pseudo perda de produtividade. Estes dias são normalmente descontados das férias. Não são dias extra (tirando uma ou outra excepção) e fazem parte da ideia das "férias repartidas". Esas férias repartidas foram incentivadas pelo Estado (até com campanhas publicitárias) para evitar que o país fechasse todo em Agosto como era habitual.
 
Dizer que o 1º de Novembro é um dia de valor simbólico reduzido apenas demonstra o total desconhecimento do país em que se vive e dos sentimentos mais profundos do povo português.
Admito que em Lisboa, terra de gente desenraízada, que aproveita todas as oportunidades para fugir dali não se tenha esta percepção. Mas em todo o país e particularmente aqui no Porto o 1 de Novembro é o dia em que muitos milhões de pessoas se deslocam aos cemitérios para relembrar os seus mortos. É talvez um dos feriados com maior participação popular espontânea.
 
Um digníssimo prof de psicologia, numa aula fez o seguinte comentário:
Há a verdade, a mentira e as estatísticas.
Em relação aos 37 milhões, este valor deve estar bem mais próximo da mentira, porquê?
Simplesmente, esquecem-se de todo o negócio que gira em volta dos feriados (ou fins de semana) e de muitos trabalhadores que estão activos, para que os outros ( os que gozam do feriado) possam disfrutar de algum descanso, para que possam no dia seguinte, ou na semana seguinte, ganhar forças, para suportar não uma semana de trabalho de 40 horas, mas uma semana de 50, 60 ou mais horas, sem lugar a nenhuma retrubuição, e se não concorda, mais tarde ou mais cedo, pelo menos levará um aviso, que brevemente poderá engrossar os nºs do desenprego. E o Povo impávido e e sereno!!
 
Além disso os anos em que os feriados calham à terça ou à quinta são compensados pelos anos em que calham ao Sábado e ao Domingo. Num ciclo de cinco anos não se nota a diferença.
 
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