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2010-10-31

 

Um acordo de desacordo

Ainda durante as cerimónias do anúncio do acordo PS/PSD na abstenção do orçamento na generalidade, ficou a saber-se que afinal falta ainda acordar sobre 500 milhões, ou melhor dito, há um desacordo.

Quase todos os economistas que lidam na praça como comentadores dizem que esse montante só pode decorrer de corte nas despesas.

Silva Lopes defende, por exemplo que devem ser sacrificadas despesas que tenham menos efeitos sobre o emprego e o investimento efectivamente útil para o futuro.

Augusto Mateus e Daniel Bessa consideram que não se avizinha uma tarefa difícil reafectar em baixa 500 milhões num universo de 75 mil milhões de euros.

Outros defendem ainda que mais cortes deverão incidir nos subsídios para as empresas públicas.

Também aqui as perspectivas de solução são pouco coincidentes.

E Teixeira dos Santos veio baralhar ainda mais ao afirmar que estes 500 milhões se devem resolver por um mix de aumento de receitas e corte de despesas.

A quem aproveitou este acordo de desacordo?

Ao País pouco e a Cavaco Silva candidato muito, pois sai deste processo, com muito de caricato pelo meio, como o principal encenador desta peça de teatro montado, parecendo ter salvo o País de uma grande hecatombe.

A Manuel Alegre torna-lhe a vida ainda mais difícil, até porque está com dificuldade de se desmarcar dos partidos que o apoiam. Entenda-se, desmarcar não é atacar. É apenas seguir uma linha independente mas de contestação do papel do actual Presidente da República, nesta situação de crise.

Interessante seria um exercício comparativo, explicando ao Pais sobre como actuou Cavaco e de como deveria actuar um Presidente, real, onde os interesses da maioria dos portugueses fossem o objectivo último da sua função.


Comments:
É espantosa a lata dos que nos puseram neste estado: a camarilha do PSD através do seu ninho de víboras, o BPN. Com a ajuda do CDS de Portas na compra dos submarinos.Isto no imediato.
A nível estrutural: o fim prematuro da desvalorização deslizante do escudo por Cavaco Silva, em 1990, que teve seguimento na conversão excessivamente alta do escudo na adesão ao euro por Guterres, o que levou à perda de competitividade da nossa economia.
E não menos espantosa é a desonestidade impune dos comentadores políticos e económicos estilo Barreto, Medina Carreira e camarilha, que bem sabe disto mas esconde, com o objectivo de levarem a camarilha do Passos novamente ao poder para fazer novos BPN, Sociedades Lusas de Negócios etc.
Tudo gentalha desprezível
O PS esconde a face, metido que está na Face Oculta, e torna-se impotente para dizer estas verdades evidentes. O Bloco e o PC, infelizmente, só dizem idiotices imbuidos que estão no seu messianismo.
Dá vontade de nos querermos libertar deste país, como dizia Jorge de Sena.
 
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