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2011-01-07

 

Balão vazio

É preciso desmistificar o balão que Cavaco Silva anda a lançar sobre as prioridades de desenvolvimento para este País, ou então confrontá-lo com uma explicação credível sobre o que diz.
Mais uma vez, como no caso das acções da SLN, Cavaco lança um balão e não explica.
Estamos perante o caso das chamadas "indústrias do mar" que Cavaco veio apregoar aos Açores.
É preciso dizer em que consistem essas "indústrias do mar", que actividades incluem, o ponto de situação e o prazo que se aponta para tirar daí benefícios económicos para o País.
Sem uma estratégia consistente falar de "indústrias do mar" é bluff de campanha eleitoral tanto mais por um candidato que enquanto primeiro ministro do governo português deu cabo de muitos dos sectores que certamente deverão ser parte deste hiper cluster como alguém lhe chamou.
E que sectores foram esses?
Nos finais dos anos 70, a indústria da construção e reparação naval empregava em Portugal cerca de 36 mil trabalhadores; no final do reinado de Cavaco, primeiro ministro, os postos de trabalhos cifravam-se em cerca de 6 mil e com algumas empresas, sobretudo das mais pequenas, em crise profunda. Será que esta sucessiva perda de postos de trabalho contribuiu para a sustentação das indústrias do mar?
Outro exemplo, as pescas. Portugal está mais dependente agora do abastecimento de pescado do exterior do que estava no início dos governos de Cavaco Silva que contribuiu para o fecho de muitas conserveiras, para o abate de barcos e para a não reorganização de uma frota pesqueira decente. Poder-me-ão dizer: foi a CEE que obrigou ao abate. Certo... em parte. Mas abater barcos não implicava não investir numa frota adequada. A política da CEE era a mesma para Espanha e Portugal e a vizinha Espanha tornou-se um grande país de pesca. Como se explica? O bom aluno sem criatividade.
Que se fez em dez anos de governação Cavaquista pelos portos nacionais, pela exploração dos rios, pelos desportos náuticos, etc etc. Pouco ou Nada.
Então o que é isso das "indústrias do mar"?
Diga-nos. Ou será que apenas lança o balão e mais nada acrescenta?. Se assim é, então trata-se de um balão vazio.
É evidente que o mar pode ser importante para a nossa economia. Mas é preciso pensá-lo. Mas efeitos consequentes só de longo prazo sendo preciso preparar desde já a concretização desses impactos.
Para ser sincero, não é numa campanha presidencial que isso deve aparecer sobretudo tão sem substância. Vazio.

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Comments:
Lamento que se continue a passar ao lado do essencial da relação entre Cavaco e o BPN, colocando a questão na suspeita sobre a honestidade de Cavaco. É um erro crasso que a história recente demonstrou funcionar ao contrário. A verdade é que a maior parte do eleitorado gostaria de ter os mesmos lucros que Cavaco teve, não interessando os meios. Em termos simples: a número de eleitores muito escrupulosos é pequeno. E entre alguém com retidão de caráter e um ARTISTA, escolhe o ARTISTA, que é o que lhe está mais próximo.
Entretanto fica de lado o essencial, que é isto, e ainda não foi tratado por ninguém, pelo menos que eu saiba:
A questão está em Cavaco ter sido o PAI da criatura que dá pelo nome de BPN.Foi ele quem levou Dias Loureiro para ministro e terceira figura dos seus governos. Foi ele que levou Oliveira e Costa para secretário de estado e para o Banco de Portugal. Foi ele que se fez rodear da gente que dominava ( e domina)a SLN, e que, AINDA HOJE PERTENCE AO SEU CÍRCULO ÍNTIMO.
Sem essa gente ter sido catapultada para a ribalta do poder POR CAVACO SILVA nunca existiria o monstro do BPN.
Ora mesmo que seja honesto, o pai de um mostro desses não deve ser Presidente da República, por razões óbvias, que ele próprio se recusa a aceitar apesar de entrarem pelos olhos dentro.
 
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