2011-01-20
A Dívida: os sucessos conjunturais e os desafios estratégicos
1 . "Portugal colocou hoje 750 milhões de euros de Bilhetes do Tesouro a 12 meses a uma taxa de juro média de 4,029 por cento, tendo a procura sido 3,1 vezes a oferta."
A operação correu bem, na conjuntura, porque se conseguiu um juro menor do que os 5,281 em leilão idêntico realizado em 1 de Dezembro pp.
No entanto, tendo em conta que o juro foi de 0,9 %, numa operação idêntica há um ano atrás, podemos avaliar o desafio dramático que a especulação financeira coloca ao país.
2. "A Moody`s prevê que a economia portuguesa cresça em 2011 mas, mesmo assim, prepara-se para cortar o rating de Portugal, em um ou dois níveis, até ao «final de Março, senão antes».
Os juros altíssimos, entre os 6 e os 7%, que temos de pagar para obter dinheiro a 10 anos, associado ao baixo crescimento ou mesmo estagnação da economia e consequente menos receita do Estado para diminuir o défice fomenta o aumento da dívida que por sua vez diminui o desempenho económico. O tão falado círculo vicioso só pode acabar com decisões de outra natureza, reescalonamento da dívida dalguns destes países, nomeadamente de Portugal (e eventual perdão parcial da mesma), reforma do BCE e passos decisivos de natureza federal da UE.
Mais do que Portugal, a Grécia e a Irlanda, dado o fraco resultado das medidas tomadas, vai obrigar a UE, e em especial a Alemanha, a repensar a estratégia para enfrentar a ofensiva da especulação financeira que tem na mira a Espanha, a Bélgica e eventualmente a Itália. Quando se perceber melhor que o que está em causa é um forte ataque ao euro e que esta união monetária, cada Estado por si, não têm alicerces, para enfrentar grandes ameaças em situações de crise ou o euro fracassa ou medidas daquela natureza vão-se impor.
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Não sei se robustece ou fragiliza a credibilidade destes vaticínios dizer que não sou economista nem especialista em finanças. Mas... fica dito.
A operação correu bem, na conjuntura, porque se conseguiu um juro menor do que os 5,281 em leilão idêntico realizado em 1 de Dezembro pp.
No entanto, tendo em conta que o juro foi de 0,9 %, numa operação idêntica há um ano atrás, podemos avaliar o desafio dramático que a especulação financeira coloca ao país.
2. "A Moody`s prevê que a economia portuguesa cresça em 2011 mas, mesmo assim, prepara-se para cortar o rating de Portugal, em um ou dois níveis, até ao «final de Março, senão antes».
Os juros altíssimos, entre os 6 e os 7%, que temos de pagar para obter dinheiro a 10 anos, associado ao baixo crescimento ou mesmo estagnação da economia e consequente menos receita do Estado para diminuir o défice fomenta o aumento da dívida que por sua vez diminui o desempenho económico. O tão falado círculo vicioso só pode acabar com decisões de outra natureza, reescalonamento da dívida dalguns destes países, nomeadamente de Portugal (e eventual perdão parcial da mesma), reforma do BCE e passos decisivos de natureza federal da UE.
Mais do que Portugal, a Grécia e a Irlanda, dado o fraco resultado das medidas tomadas, vai obrigar a UE, e em especial a Alemanha, a repensar a estratégia para enfrentar a ofensiva da especulação financeira que tem na mira a Espanha, a Bélgica e eventualmente a Itália. Quando se perceber melhor que o que está em causa é um forte ataque ao euro e que esta união monetária, cada Estado por si, não têm alicerces, para enfrentar grandes ameaças em situações de crise ou o euro fracassa ou medidas daquela natureza vão-se impor.
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Não sei se robustece ou fragiliza a credibilidade destes vaticínios dizer que não sou economista nem especialista em finanças. Mas... fica dito.
Etiquetas: a crise do euro, Reescalonamento da dívida