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2011-04-07

 

Mentiroso

Se a memória me não falha a introdução do "mentiroso" no novo look  do discurso político - mentiroso para aqui, mentiroso para ali - deve-se a Passos Coelho quando um dia (ou uma noite?) apareceu pelas televisões a bramar contra Sócrates, que era mentiroso, mentiroso, mentiroso. E só voltava a falar com ele acompanhado. Com testemunhas.

A S. Caetano valorizou justamente este apport de Pedro Passos Coelho à política nacional e lançou a moda do "mentiroso". Este passou a ser o qualificativo que o PSD mais usa quando fala de Sócrates, do Governo e do PS num evidente esforço para emprestar mais dignidade à política consagrando simultaneamente o léxico do novo líder.

Anteontem foi o novel membro do Conselho de Estado, o Senhor Bagão Félix, não resistindo à nova moda, a robustecer o prestígio daquele órgão do Estado: " O 1º M é mentiroso!" É mentiroso, é mentiroso. (ver o posts, já aqui abaixo, do João Abel)

Ontem a SIC Notícias achou por bem pôr os Negócios a falarem de Política. O Senhor Alexandre Soares dos Santos, o do Pingo Doce, esse mesmo, veio avisar o país que é necessário que o próximo Governo seja a três ou a quatro partidos, PSD, CDS, PS, o outro ele não disse, talvez seja o Pingo Doce. Mas... alto lá, PS sim Sr., mas... sem Sócrates. Porque... porque é MENTIROSO.

Gosto mais do refrão d' "A azeitona já está preta":

É mentira, é mentira         
É mentira, sim senhor        
Eu nunca pedi um beijo     
 Quem mo deu foi meu amor!

Comments:
Caro Raimundo Narciso
Pelos meios por onde me movo do ponto de vista profissional, há muito que é esse o adjectivo com que mais ouço classificar o J.Sócrates.
Como sou um adepto de se chamar as coisas pelos nomes, como o classificar, olhando só para ontem. De manhã diz que não, ao inicio da noite disse que sim.
Rodrigo
 
Olá meu caro Rodrigo, muito obrigado pela tua sempre bem recebida visita. Mas independentemente das "mentiras" dos políticos o uso do termo nas suas declarações oficiais é sempre um rebaixamento da política.
Não conheço nenhum político em nenhuma época histórica que não dissesse e, muitas vezes, não tivesse de obrigatoriamente dizer "mentiras" para governar melhor. Há as "mentiras" das campanhas eleitorais. Mentiras conscientes, logro inaceitável para captar votos. Mesmo aqui as nuances podem ir da verdadeira e consciente falsificação até à "boa intenção". Mesmo com a máxima seriedade, honestidade, ética, etc ninguém em nenhum local poderia governar mantendo "à noite o que disse de manhã". "Guiarei o navio sempre em frente e a direito". À noite aparece-lhe na frente um iceberg... para não "mentir" deve ir contra o obstáculo e meter o navio ao fundo.
Falo em gerar sem ajuizar se as "mentiras" de Sócrates" são muitas ou poucas, melhores ou piores do que manda a "ética" política vigente e aceite pelos que lhe chamam mentiroso. Abraço
 
Meu caro Raimundo,
Com a estima e mesmo admiração de muitos anos, com o respeito pelo homem de coragem e integridade que sempre conheci, digo-te, com toda a amizade, mas com a frontalidade que a amizade exige, que não acredito que tenhas sido tu a escrever o comentário anterior.
 
Meu caro JVC pois eu acredito que tenhas sido tu a escrever o que escreveste. Mas acho que talvez tenhas lido mal e interpretado não muito bem.
 
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