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2012-01-01

 

Ainda não percebi certas chinesices portuguesas

É evidente que os chineses têm a suas chinesices. Mas isso é lá com eles.

Quando aqui falamos de chinesices, queremos dizer coisas inúteis, redundantes, burocráticas que nada adiantam. Sempre assim entendi esta expressão.

Então digam-me se a nossa legislação não está cheia delas?

Um exemplo concreto. Acabo de ler que "a proposta do governo para aumentar o horário de trabalho de meia hora diária no sector privado já está em discussão pública". Mais, é obrigatória esta consulta pública.

Que utilidade tem este procedimento obrigatório, se o governo diz que não recua, se os sindicatos recusaram a proposta, se as entidades patronais na sua maioria também, então vai ser o Zé da esquina por muita consideração que mereça que vai fazer recuar o grande Álvaro?

Não percebo para que serve...esta chinesice bem portuguesa.

Mas imaginemos o contrário. Que era matéria de unanimidade. O procedimento da discussão pública era obrigatório. Pergunto na mesma para quê?

Ou será que o legislador pretendeu dizer informação pública?! Seria bem mais sensato, mais pedagógico e bem útil. Talvez, em certas leis, gaguejassem e voltassem atrás.

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