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2012-02-08

 

A União Europeia: da solidariedade ao chauvinismo, da paz à guerra.


O Rapto da Europa (Ticiano-1562). Numa das versões: Homero. Ilíada. Zeus disfarsado de touro rapta Europa. Enfim os Gregos, uma chatisse... a Grécia. Pode ser atirada para fora do euro mas será difícil atirá-la para fora dos manuais de história como o berço da civilização europeia,

Na Europa, saída de uma guerra mundial de 50 milhões de mortos, a meta da esquerda era: das nações à União, da guerra à Paz. Agora, com a direita neoliberal a governar a União Europeia, a meta é o saque dos trabalhadores e classes médias por uma minoria opulenta mas o resultado pode ser: da União (que nunca passou de imperfeita e quase limitada aos negócios) para o chauvinismo das nações e… da paz à guerra!

As contradições nacionais mantêm-se fortes na União Europeia. A Europa dos cidadãos não tem passado de uma meta por que a esquerda luta mas, na construção europeia, o que prevaleceu foram os negócios, conduzidos pelo seu principal esteio, o sistema financeiro.

No entanto, a principal contradição na Europa, como aliás alhures, é uma contradição de classe (olá Marx) que, numa análise muito simplificada, coloca frente a frente o campo dos pobres, a crescer com o dos empobrecidos (trabalhadores, classes médias), e o campo dos privilegiados ricos (capital financeiro e não só). Por isso quando, por simplificação, alguns tendem a anatematizar a Alemanha versus a Grécia, Portugal, Espanha, Itália, etc, é necessário não identificar estes dois campos com aqueles da “luta de classes” porque numa análise menos grosseira encontraremos muitos “alemães” em cada um destes países em dificuldades, quase sempre os responsáveis pelo descalabro das dívidas. E encontraremos na Alemanha muitos “gregos”, “irlandeses”, “portugueses”, “espanhóis” ou “italianos”, ou seja, vítimas do sistema, ainda que de momento menos castigadas.

Tal como nos EUA a extrema direita neoliberal cavalgou o Partido Republicano e disputa o voto das suas vítimas ao Partido Democrata, também na Europa a direita conservadora e neoliberal que domina há muito o governo da UE, se aproveita da crise para uma cada vez mais insuportável transferência de riqueza do campo do “trabalho” e das classes médias para o campo do grande capital, constituído por uma minoria cada vez mais restrita e cada vez mais escandalosamente rica.

Não tenhamos ilusões, no limite, a luta, o grande combate, não de agora, nem de aqui, mas muito evidente, hoje em dia, na Europa e nos EUA, pode reduzir-se à distribuição da riqueza. A luta pela posse e a distribuição da riqueza. Distribuindo uma parte (pequena) do saque aos que se prestam a apoiar a plutocracia do dinheiro, confundindo as vítimas do esbulho com equívocos e enganos, mormente os meios de comunicação social, a direita neoliberal está a ganhar a batalha na Europa e em Portugal. Com figuras, quase todas menores, ignaras e desprezíveis, no topo da estrutura política. Mas, o desfecho não está escrito nos astros. Com persistência, esforço e inteligência, o campo, largamente maioritário, dos seus opositores tem hipóteses de, a curto prazo, ganhar esta e outras batalhas. E, mais adiante, de ganhar a guerra. A guerra pelos alimentos, do corpo e do espírito, da equidade, da justiça social, do bem estar.

Comments:
Aqui se vê como foi inteligente o Salazar quando ficou fora da europa durante a II grande guerra.
 
É isso!
Os gregos, portugueses etc da Grécia de Portugal ou da Alemanha são intrinsecamente bons. O problema são os "alemães" quer sejam da Alemanha da Grécia ou de qq outro sítio! Depois há outro problema, são muitos! não se reconhecem, assumem o aspecto, incluindo a facies, dos indígenas! Ainda há bem pouco tempo, concentraram-se em Oeiras para reeleger um corrupto e vigarista que é claramente um alemão.
Excepção é o caso da Madeira onde conseguem reeleger sempre um genuíno representante do POVO, onde os os alemanizados não conseguem enganar, pois não será por acaso que lá veio a bruxa Merkell, sentindo que lhe está a fazer sombra, atirar-se a ele e à sua obra. Agora que ele se preparava para fazer uma magnífica ponte para o Porto Santo, coligou-se toda a maçonaria e judiaria financeira para lhe tolher os projetos torpedeando, assim, a vontade livremente expressa do POVO. Caso para perguntar: quem tem medo da vontade do POVO?
Agora a brincar, acha que se a Merkel cedesse uns quantos gauleiters, para Atenas, mas não só, estes sítios ficavam mais mal servidos? Pelo menos a minha rua bem precisava de um que cá pusesse alguma da tal execranda ordem teutónica!!
 
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