2012-06-26
"Vá, Angela, devolve lá a bola." "Não!"
Alemanha — escolhe a opção má, não a catastrófica
26 junho 2012
O momento fatídico para o futuro do euro aproxima-se. No
Conselho Europeu dos dias 28 e 29 de junho, Angela Merkel deve decidir
se, e em que medida, a Alemanha pretende salvar a moeda comum, prevê o
Süddeutsche Zeitung.
O futuro do euro não depende da Itália. Não depende da
Espanha, de Portugal, do Chipre, nem da Grécia. É na Alemanha e em mais
lado nenhum que se deverá decidir se a moeda única continua, e de que
forma. Berlim é hoje em dia o centro da crise. O Ministério das Finanças
e o Bundesbank estão certamente conscientes disso, mas a questão está
longe de ser debatida publicamente com a franqueza necessária. Apenas a
Alemanha pode suportar a grande parte das despesas que acompanharão o
resgate do euro. A questão é se os alemães o querem, e por quanto tempo
ainda o poderão fazê-lo.
Antes de uma nova e difícil cimeira europeia, os responsáveis
políticos e a opinião pública alemã têm a oportunidade de fazer
calmamente os seus cálculos: o que nos custará o resgate do euro, a
nível político e económico? E o que nos custará um fracasso, isto é, a
desintegração da zona euro, independentemente da sua forma? Em ambos os
casos, que riscos se concretizarão no balanço dos bancos e do
Bundesbank? Quais serão as consequências de um fracasso para a posição
da Alemanha na Europa? Deverá e poderá a chanceler continuar a
desempenhar o papel de domadora da Europa?
Fonte: PressEurope