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2012-07-01

 

Sou um incrédulo do aproveitamento de Portugal das potencialidades do MAR

Acredito que as potencialidades do mar sejam em teoria imensas para Portugal quer nos recursos vivos quer nos não vivos. Isso não está em causa. Até posso acreditar como hoje se lê num trabalho da jornalista Fernanda Câncio que um monte submarino de níquel, cobalto e cobre possa gerar um rendimento líquido anual de 300 milhões de euros. E que teoricamente teremos na "plataforma portuguesa" 200 desses montes o que apontaria para um valor líquido ano de 60 mil milhões. Já aqui me interrogo sobre esta mais valia potencial porque parte desses 200 montes submarinos estão localizados em áreas que só teoricamente podem vir a ser geridas por Portugal mas que só se saberá lá para 2014 ou 2015. A incerteza não entra?

Então porque sou incrédulo?

Passo a explicar. São os mesmos que destruíram actividades ligadas ao mar que agora emprestam todo o seu entusiasmo a falar do mar. Preto no branco. O sector das pescas foi destruído nos governos do actual Presidente da República Cavaco Silva. A construção e a reparação naval foram destruídas pelos mesmos governos. E digo destruídos porque não houve estratégia para reconfigurar estas actividades quando nessa altura o país detinha condições de competitividade para uma indústria naval fluorescente e digo que não teve estratégia porque não soube avançar com uma política de cluster como já então se dizia. Estudos houve, até alguns de alta qualidade, as pistas foram apontadas e os governos nada fizeram antes destruiram o que havia ou o que começou a ser montado. A história sobre este sector é negra.

Agora como dizia, ontem, o presidente da Associação Comercial do Porto, Rui Moreira,  numa entrevista ao Expresso, o PR descobriu o mar e, de repente, toda a gente fala do mar.

É mesmo assim e ainda acompanhando Rui Moreira, não está ninguém a pensar o que precisamos. 

Falar do Mar não é mais que uma moda que interessa a algumas pessoas. Onde está a estratégia a 15 /20 anos e mais? onde estão as equipas de investigação? Ou será que as potencialidades se aproveitam/ nascem de geração espontânea?

Até acredito que alguns técnicos e até um ou outro dirigente se entusiasmem com as potencialidades que vêem.  Mas o país não se alimenta de potencialidades mas de planeamento e obra continuada na base de uma estratégia/visão.

Francamente também me entusiasmei naqueles tempos em que havia uns quantos "maduros" que achavam que a indústria da construção e reparação naval poderia ter futuro em Portugal. Não me entusiasmei por muito tempo mas o suficiente para um grande desilusão sobre a incapacidade e incompetência dos nossos políticos.

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Comments:
A culpa é dos silvas.

Somos todos uns silvas.

Só nos salvamos no dia em que volte alguem que não seja diferente de qualquer silva.

Vai ser difícil!
 
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