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2012-09-08

 

Impacto da baixa da taxa social unica"

Ontem Passos Coelho no meio do anúncio das várias medidas de terror sobre o trabalho avançou com uma de alívio para os empregadores - a baixa da taxa social única que é, neste momento, de 23,75% para 18%.

É uma medida de cariz ideológico que alivia o patronato mas não desenvolve a economia, nem vai criar emprego sólido.

A jornalista Helena Garrido, abordando esta questão no Editorial do jornal de negócios do dia 18 de Maio de 2011, teve uma  expressão basilar de grande inspiração e realismo: 

"Baixar a taxa social única é como voltar a alimentar com droga um toxicodependente".

Uma frase que aponta um caminho para uma realidade a desenvolver-se nos antípodas da que o governo diz pretender alcançar com esta medida: mais competitividade e mais emprego.

A baixa da TSU não contribui para mudar o perfil da estrutura económica portuguesa, nem vai aumentar o emprego, nem a competitividade da economia.

Pelo contrário induz os empregadores para pistas erradas em que a competitividade se sustente nos baixos custos salariais. ao contrário do que muitos membros e técnicos do governo se cansam de apregoar.

Orientar a economia para a produção de bens transacionáveis, aumentar a exportação, requer uma economia portuguesa especializada em bens de maior valor acrescentado e de maior incorporação tecnológica. 

Ora este processo de mutação da matriz produtiva não se ajusta a salários cada vez mais baixos, exactamente porque requer mão de obra especializada e qualificada e por isso melhor paga..

Além disso, o custo do trabalho não é o único factor da competitividade-custo. Há outros factores bem significativos e sobre os quaa havia que actuar. 

 Estudos feitos há cerca de um ano até por departamentos do governo concluíram pelo reduzido impacto desta medida. Houve gestores de grandes empresas como a EDP que se pronunciaram neste sentido.

Donde, esta medida é uma daquelas que é mesmo para cumprir plano de resgate pois os "troikanos" nunca a deixaram cair. Uma daquelas contrapartidas para que o défice excessivo de 2012 possa passar.

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