2012-09-18
O problema está na comunicação "stupid"
Por
vezes uma péssima decisão pode ter o seu lado positivo. É o caso da comunicação ao país do 1ºM, na
fatídica 6ª feira 13 7 de Setembro, quando anunciou a decisão de,
através da TSU, tirar parte do salário dos trabalhadores para o entregar,
diretamente, sem disfarce, ao respetivo patrão.
E
que há de bom em medida tão dramática para quem vive de um salário? Há a
transparência. Ela mostrou a verdadeira face da política do governo: fazer
recair os custos da crise sobre os trabalhadores e as classes médias e de
caminho aproveitar o momento para transferir riqueza do trabalho para o
capital.
Medida
tão descarada e tão injusta, revelou o total desprezo pela equidade que Passos
Coelho cinicamente mas com ar angélico, tanto apregoa.
O propósito anunciado de alterar a TSU foi a gota de água que fez transbordar o copo dos
sacrifícios cheio com o roubo das pensões e de salários, com mais impostos, com o
desemprego avassalador, com a austeridade insuportável.
A
mexida na TSU teve o mérito involuntário da transparência. O 1º M por cegueira
ideológica e pueril estupidez quando acabou de fazer uma comunicação tão
dramática ao país não achou nada de mais adequado do que ir a correr para o
concerto de Paulo de Carvalho, no Tivoli, e pôr-se alegremente a cantar “A Nini
dos meus 15 anos”.
A
comunicação de Passos Coelho deixou o país em estado de choque. As vítimas da
austeridade saíram à rua em gigantesco protesto por todo o país. Os adeptos e
beneficiários da política do governo ficaram atónitos de espanto pelo "erro de comunicação"
do 1º M porque sabem muito bem pela experiência de séculos de história, por
todo o mundo “civilizado”, que a transferência da riqueza do trabalho para o
capital faz-se de forma dissimulada, dissimuladíssima! com muitas voltas, por
aqui, por ali, de tal modo que o trabalhador, as classes médias, quem vive do
seu trabalho, só tarde de mais fica a saber que foi roubado e mesmo assim de
forma difusa, inodora e impessoal, pelas estatísticas.
É
isso que dói e leva os cúmplices do governo ( não incluo aqui personalidades de
direita que considero sinceras nos seus protestos), a demarcarem-se das medidas
tomadas, a da TSU, muito especialmente, a mostrarem-se contra, não porque
estejam contra os objetivos da medida, não porque estejam contra a política do
governo mas pelos “erros de comunicação” que revelam o jogo, que põem
a nu o que é preciso disfarçar.
Um
milhão de portugueses na rua em 15 de Setembro é um facto político incontornável
que antecipou, não tenhamos dúvidas, o fim deste governo. Como recomendam os melhores
manuais de tática e estratégia há que explorar o sucesso. Pelas formas mais
adequadas é necessário manter forte a pressão sobre o governo e o Presidente da
República.
Então
comecemos por ir a Belém quando reunir o Conselho de Estado.
_______________________O "post" foi modificado, hoje, dia 19 de Setembro.
Comments:
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Será que esta multidão da foto se juntou por causa apenas de um relvas ou um passos qualquer que mal conhecem?
O povo não pode ser tão limitado, se fôr só por causa de gente mal conhece, então podemos desaparecer com país.
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O povo não pode ser tão limitado, se fôr só por causa de gente mal conhece, então podemos desaparecer com país.
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