2012-10-18
O Governo não tem condições para continuar
A pergunta que me foi colocada foi: "O governo tem condições para continuar?" e a ela eu respondi: "NÃO". É este o título do meu artigo publicado hoje no Diário Económico [Link] e que aqui transcrevo:
"NÃO
João Abel de Freitas
Economista
Este governo,
depois do pacote fiscal extremamente violento que pretende aplicar ao povo
português em 2013, merece ser demitido por uma razão política de fundo: sabe
que está a ludibriar o país tecnicamente.
Ninguém que
saiba o mínimo sobre as relações entre variáveis económicas (consumo,
investimento, comércio externo, PIB) pode ver coerência entre o Cenário Macro
do OE2013 e o que se vai passar na vida real.
O défice
orçamental contido no pacote fiscal aponta para a redução em mais de 5 mil milhões
de euros. 80% deste valor provém do aumento de receita designadamente o IRS. Uma
extorsão forçada de rendimento às pessoas que, assim, deixam de ter capacidade
de aquisição de bens e serviços, tem efeitos nefastos na economia e baixa as
receitas fiscais.
Ora retirando do
circuito económico mais de 4 mil milhões de euros, um esforço para as pessoas bastante
mais elevado que em 2012, não é possível as variáveis macro terem uma melhor
evolução como consta do Cenário.
O governo também
sabe que não. Mas apresenta o PIB a decrescer -1% contra -3% em 2012. O FMI
aponta para -5%. O consumo privado desce apenas -2,2% quando no ano anterior foi
de -5,9% e o investimento -4,2% contra -14,1% em 2012.
Para cúmulo, o
cenário do governo considera que as exportações vão crescer menos em 2012
(+3,8% contra +4,3%) e tem a desfaçatez de dizer que está a mudar o paradigma
da procura em Portugal. A reorientar a economia para mercados externos. Mais uma
afirmação desonesta quando a este aumento de exportação falta-lhe a
sustentabilidade na produção do país. Será que exportar ouro, combustíveis ou
medicamentos é uma reorientação da economia para mercados externos?
Por outro lado,
este OE não respeita na opinião de vários constitucionalistas a decisão do
Tribunal Constitucional, pelo que se corre o risco de lançar o país numa encruzilhada
política complexa.
Daqui se infere
que o governo nos está a enganar. Mais medidas de austeridade hão-de chegar a
meados de 2013.
O PR tem uma
responsabilidade tremenda e deve agir por antecipação sob pena de ser conivente
e trair também o povo português.
Comments:
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Já não faltava acabar com 40 mil funcionários públicos, parar os submarinos e reduzir a RTP, reduzir câmaras e freguesias e fundações, só faltava acabar também com o governo.
De facto também é uma solução de conomia muito boa.
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De facto também é uma solução de conomia muito boa.
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