2012-12-23
Umas notas sobre a perda de competitividade na União Europeia
A quando da criação do Euro (2000), este equivalia a 0,9 do dólar. Em 2008, 1€ =1,6 USdólares.
Hoje anda nos 1,3 DOLARES.
O que tem isto a ver com a competitividade?
Com esta variação do euro/dólar há uma perda automática da competitividade da UE no seu conjunto e dos seus países, embora não na mesma proporção, por razões das diferenças da estrutura económica de cada país, como veremos com o caso alemão. E porquê isto acontece?
Por uma razão simples. A valorização do Euro torna os custos do trabalho em euros mais elevados nos países europeus. Por exmplo, uma hora de trabalho americano que custava em 2000 17% mais que em França, com a valorização do Euro passou a custar 14% em 2010.
Com o Japão sucedeu o mesmo e com a moeda chinesa idem. Não nos podemos esquecer ainda que os países do chamado terceiro mundo têm na sua maioria a moeda indexada ao dólar, o que tudo conjugado cria um enquadramento negativo ao espaço europeu.
Mas então porque razão a Alemanha continuou competitiva nesste período?
A estrtura económica da alemanha e sobretudo a integração da sua economia com os países do centro e leste europeu deu-lhe margem de manobra na competitividade porque muita da produção das componentes da sua indústria dos bens de equiapemento e de carros de alta gama em que é forte foi deslocalizada para este seus países vizinhos e desta forma incorpora componentes a baixo custo e quase não tem concorrentes em automóveis de alta gama como BMW, Mercedes, etc que se dirigem a nichos de procura elevada.
E porque razão teve/tem o euro esta deriva?
Em meu entender porque a União e sobretudo a zona euro está mal estruturada em termos do seu sistema financeiro.
Comments:
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E não só por isso. A Alemanha sendo o pais mais competitivo da UE - ou um dos mais - tira partido desse facto, no seio da UE, num quadro de valorização do euro. Porque sendo dois terços das suas exportações dirigidas para a zona euro, ela acaba por ter uma moeda de valor muito mais baixo do que os destinatários das suas exportações. Por outras palavras: o euro da Alemanha não é o mesmo que existe em Portugal ou na Espanha, etc. O euro para Alemanha é uma moeda que está subvalorizada, enquanto para Portugal está sobrevalorizado.
Esta desvantagem tende a agravar-se cada vez mais com a passagem do tempo. As diferenças ficam cada vez maiores e não tendem a esbater-se como muitos erradamente supuseram.
Isto também demonstra que a Economia (principalmente a dos nossos economistas do establishment) está para a Ciência como a Astrologia está para a Astronomia.
Esta desvantagem tende a agravar-se cada vez mais com a passagem do tempo. As diferenças ficam cada vez maiores e não tendem a esbater-se como muitos erradamente supuseram.
Isto também demonstra que a Economia (principalmente a dos nossos economistas do establishment) está para a Ciência como a Astrologia está para a Astronomia.
Mas a Alemanha reune ondições de maiorcompetitividade no seio da UE por várias razões, como uma indústria muito forte na área dos bens de equipamento e automóvel de alta gama com nichos de mercado assegurado e pela integração com os chamados PECO's e condições de crédito invejáveis. Daí que a valorização do Euro não lhe trga impactos negativos. Por outro lado houve ainda um desvio do Investimento Alemão para Leste, com isto prejudicando as outras economias europeias.
A agravar tudo isto há de facto uma Europa, cuja estruturação ou melhor dizendo desestruturação europeia do sistema financeiro beneficia em muito a Alemanha. óptimo o comentário que clarifica as minhas despretensiosas notas sobre a competitividade na Europa.
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A agravar tudo isto há de facto uma Europa, cuja estruturação ou melhor dizendo desestruturação europeia do sistema financeiro beneficia em muito a Alemanha. óptimo o comentário que clarifica as minhas despretensiosas notas sobre a competitividade na Europa.
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