2013-01-02
O Fantasma de Belém
Não gosto de desrespeitar ninguém. E não é por falta de respeito. É mesmo porque associo a personagem de Cavaco Silva em Belém a um fantasma, que circula, aparece, desaparece e para nada serve.
Ontem para ser um fantasma perfeito, só faltou vir falar ao país enrolado num manto branco, Os miúdos associam o pai natal ao vermelho e os fantasmas a branco. Foi isso que faltou.
Cavaco Silva falou, falou, disse umas quantas coisas de que já tinha falado.
Em termos práticos, operacionais como se diz, nada de novo nem de resultados.
Para o governo sim foi um branqueamento, pois veio dizer-nos que não há outro caminho, que temos de pagar o que "se deve" e que há que evitar o caminho recessivo.
Não disse foi como, seguindo as políticas de austeridade deste governo, e não renegociando melhores condições da dívida como se pode evitar o aprofundamento da recessão e o avanço para a perda de poder de compra dos portugueses.
Isso não se viu, nem ouviu.
Mas será que é mesmo maldoso qualquer português desejar que os juros baixem e que o governo tem de actuar nesse sentido? Que o plano de resgate tem o dedo de Cavaco Silva que pressionou nesse sentido?
Que uma grande parte da dívida se transforme em dívida perpétua a juros simbólicos?
Isto já aconteceu em muitas partes do Mundo incluido Portugal e Alemanha.
Porque não agora numa situação crítica como a que estamos a viver? Em que cada dia se perde mais poder de compra? Em que as desigualdades se acentuam? Em que aparecem mais ricos por um lado e mais pobres por outro?
Cavaco Silva está a prestar um mau serviço ao País