2013-06-10
A coisa está no bom caminho. Para eles. Para quem havia de ser?
O ministro das Finanças alemão, Wofgang Schaeuble,disse ... que países como Portugal e a Irlanda "estão no bom caminho", O mesmo dizem os seus subalternos, o presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, o técnico de finanças Vítor Gaspar, o rapaz de Massamá ou o Presidente da República "Sr. Silva. Já Vítor Constâncio, que como governador do Banco de Portugal, responsável pela supervisão dos bancos portugueses, não deu por nada no BPN nem no BCP, agora como vice-presidente do Banco Central Europeu discorda mas... concorda. Trocando por miúdos. Constâncio diz que a dívida pública não foi a causa da crise e das suas palavras conclui-se que a causa foi o comportamento dos bancos nos EUA, na UE e em Portugal e mostra que a receita da austeridade não ataca as causas da doença mas "que não obstante tudo isso - pasmem! - não é o momento para mudar de rumo." (ver Rui Tavares no post abaixo).
Aparentemente estamos num mundo de loucos. Mas é só aparentemente. Na realidade eles sabem o que se passa em Portugal, na Grécia ou na Irlanda. Mas o alemão não está a falar para os portugueses ou os irlandeses. Está a falar para os donos do dinheiro, os banqueiros, os seus acionistas e os seus administradores, em primeiro lugar para os da Alemanha e, é claro, solidariamente, com os dos outros países. Desemprego, falências, empobrecimento, ruína de alguns países, paciência. Se fosse evitável evitava-se mas não se pode ter as duas coisas: salvar os bancos, os milionários, a alta finança e ao mesmo tempo garantir uma vida decente à plebe, aos trabalhadores e à classe média.
"Estamos no bom caminho" e, não estando, "não é o momento para mudar de rumo".
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Só a título de curiosidade, quanto ganha o Dr. Constâncio no BCE?
O presidente da Reserva
Federal dos Estados Unidos da América, Ben Bernanke, [em 2012] recebeu um salário de
151.288 euros.
E Constâncio tem alguma pensão? Tem uma do Banco de Portugal acima dos 10.000€/mês e talvez outra da Universidade, não sei. Todos os administradores do Banco de Portugal até ao governo de Sócrates mal deixassem funções no BP, trabalhassem os 5 anos do mandato ou um dia, passavam a ter uma pensão vitalícia de 1.600 contos mensais (em 2005) 14 vezes por ano, atualizável todos os anos e qualquer que fosse a idade com que saísse do BP. Foi assim, por exemplo, que aos 48 anos o ex-ministro das Finanças Campos e Cunha quando deixou o BP passou a ter a sua pensãozita vitalícia. Ironicamente diziam aqui a propósito das pensões dos administradores do BP: “Trabalhe um dia, receba uma pensão de reforma vitalícia e dê a vez a outro.”