2013-06-18
Troica passa prejuízo dos bancos para os contribuintes
O FMI, fingindo
que a culpa não lhe cabe a si tanto como aos outros parceiros (Berlim, BCE,
Comissão da UE), diz nas entrelinhas que os graves sofrimentos a que, com a
austeridade, eles submeteram o povo grego podia ter sido em parte evitado se a
reestruturação da dívida grega feita em 2012 tivesse sido feita 2 anos
antes como todos sabiam ser necessário e inevitável. Mas porque só a
fizeram em 2012? É que nestes 2 anos os prejuízos dos bancos, em
especial dos bancos alemães e dos bancos franceses que eram credores de 58,1%
da dívida grega estatal e privada ia ser sub-repticiamente passados para os
contribuintes dos países do euro. Aos bancos alemães o Estado grego devia 19,2
mil milhões de euros e os privados gregos deviam 50,6 mil milhões. Aos bancos
franceses o Estado grego devia 14,6 mil milhões e os privados gregos 67 mil
milhões. Assim de 2010 a 2012 a tróica conseguiu transferir o grosso da dívida
grega, estatal e privada dos bancos para um fundo a ser pago pelos
contribuintes dos países do euro. Bem pensado não? Claro que o FMI em 2010
estava dentro do segredo tanto como a Comissão que agora acusa numa tática de
sacudir a água do capote.
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Estes dados foram
colhidos no Le Monde de 18/6/2013 La troïka à hue et à
dia (Link) [traduzo: Na
Troica cada
um puxa para seu lado] do economista e antropólogo Paul Jorion para o qual os meus
amigos António Melo e Artur Pinto me chamaram a atenção.