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2013-08-05

 

SWAP - tal ministra tal secretário de Estado

Joaquim Pais Jorge é o novo secretário de estado do Tesouro, escolhido pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que a decência obrigaria  a imediata demissão de ambos pela sua ligação aos negócios dos swap.  Até 27/06/2013 o governo renegociou alguns swap, antecipando o seu fim tendo para tal entregue mil milhões de euros aos bancos que os impingiram a empresas públicas a troco de nada. Se o contrato fosse com os eleitores, o governo invocava a crise e, é claro, não pagava, mas como o governo é o governo dos mercados, pagou. Pagou mas com o nosso dinheiro, obtido com os subsídios que nos roubou , com mais impostos e novas taxas. E a conta ameaça chegar aos 3 mil milhões.
O Governo de Passos/Portas/Cavaco ou de Cavaco/Portas/Passos, se preferirem, resiste a demitir Joaquim Pais Jorge. Em especial a ministra das Finanças e percebe-se bem porquê, ela própria também contratou swap quando esteve na REFER.
Em Abril deste ano foram demitidos do Governo dois secretários de Estado, Paulo Braga Lino, da Defesa, e Juvenal da Silva Peneda, adjunto do ministro da Administração Interna, por terem  feito contratos swap quando diretores na Metro do Porto e na STCP.

Então é diferente a situação de Joaquim Pais Jorge? É. Cada caso é um caso e o dele não parece ser eticamente melhor.
Enquanto os secretários de estado demitidos tinham nas anteriores funções celebrado contratos swap com bancos Joaquim Pais Jorge tentou nas suas funções de quadro superior do Citibank convencer , ainda que sem sucesso, o governo de Sócrates a realizar esses “excelentes” contratos . Excelentes para o Citibank, claro, e como bónus informava que isso permitia, como fez o governo grego, esconder aos olhos da União Europeia, parte da dívida do Estado.

A situação deste secretário de Estado é diferente das dos outros? É. Os outros foram compradores e este era vendedor e vendedor que tenta convencer oferecendo ao governo português a oportunidade de uma fraude.

Os contratos de swap ditos bons são contratos de seguro de juros. A empresa A pede emprestado ao banco X, a 10 anos, 500 milhões de euros ao juro corrente, digamos 4%. Mas o juro é variável e pode subir ou descer conforme o spread.  Se a empresa receia que o juro pode subir e subir muito nos anos seguintes pode fazer um swap pelo qual troca o juro variável por um juro fixo mais alto que o contratado, mas dentro de um limite que lhe permita pagá-lo. Os swap se não forem “simples” tornam-se complexos!! e são em geral tóxicos. Tóxicos para quem os compra e voluptuosamente “salutares” para os bancos que os vendem. Para isso contratam especialistas financeiros e matemáticos para  inventarem a melhor e mais indecifrável  fórmula que garanta ganhos para o banco 10 ou 20 vezes maiores do que os que possam ocorrer para o comprador se a evolução dos juros for favorável a este.
A partir de certa altura, uma análise da situação política na UE tornava claro que a tendência dos juros na zona euro era para descer. Contratar swaps nestas circunstâncias era mais ou menos como contratar em Dezembro  chuvoso  um seguro contra o risco de Janeiro e Fevereiro se apresentarem secos como o Saara.   
Os Swaps tóxicos e complexos (para esconder a “toxidade”) são portanto negócios de apostas de eficácia garantida para os bancos que os inventam.

Por exemplo num swap tóxico mas não complexo para melhor o “vermos” a fórmula e as cláusulas podem incluir:

se chover 20 dias seguidos no deserto do Calaari (um desgraçado de deserto, no sul de África, onde chove 3 dias por ano de 4 em 4 anos) o banco paga 10 milhões ao comprador mas se tal não ocorrer o comprador paga 100 milhões ao banco. Há compradores para um swap assim? Não. Mas se o dinheiro da compra for do Estado e o banco, sempre pronto a tratar bem os clientes, oferecer ao gestor, não uma agenda, mas uma volta ao mundo, nas férias... o gestor recusa e denuncia o caso à judiciária. Ou não, e dá o passeio. Depende do gestor. Cada caso é um caso.
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Nota: hoje, dia 6 de Agosto, vi aqui um vídeo que ilustra o que aqui foidito.
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Comments:
Há aqui qualquer coisa que não bate certo na acusação a este senhor: então o governo da bancarrota, da asfixia democrática, da distribuição de computadores como se os pobres pudessem aspirar a ser outra coisa, das inundações da Madeira, do rapto da pequena Maddie, para ficar só por aqui, não ia aceitar uma trafulhice que parecia feita para as suas características genéticas?
Digo eu, e a verdade quando for revelada virá a dar-me razão:
estes bravos rapazes do Citybank foram atraídos ao Ministério das Finanças, coagidos a contratar formas de ludibriar o Eurostat, ameaçados e quem sabe agredidos, e só a sua comovente capacidade de resistência e heroísmo patriótico lhes permitiu resistir a tudo isto.
Herói sou eu, que nem um palavrãozinho larguei...

 
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