2013-10-26
A grande cimeira da União Europeia
Crónica de fim de semana. Quase fiel. Quase humorística.
As gazetas ofereceram-nos hoje uma espreitadela à cimeira que durante dois dias
ocupou os governantes da nossa cada vez menos interessante desunião europeia. Plagiei-as, mas só um pouco. Tenho cá as minhas escutas.
A agenda e o precioso tempo
destes preciosos líderes foram ocupados principalmente com o negócio das escutas feitas pelo amigo americano aos seus amigos e aliados da Europa. Já sabíamos que os rapazes
do Tio Sam tinham andado a espionar o governo do Brasil incluindo os telefones
da presidenta Dilma Roussef que, indignada, exigiu explicações e cancelou uma reunião,
nos EUA, com Obama. Os nossos "queridos líderes" europeus incluindo a D. Merkel, cujas
conversas telefónicas foram um alvo especial da espionagem, revelaram-se cordatamente mansos
face aos abusos do "grande irmão".
Um tal Passos Coelho que frequenta em nosso nome
(que vergonha!) tais cimeiras e que –
segundo se diz - entra mudo e sai calado e talvez seja melhor assim… digo eu, interrogado
a este propósito declarou que não tem “qualquer
indicação de que Portugal pudesse ter sido objeto de ações desta natureza”.
Ferreira Fernandes na sua habitual, acutilante e bem humorada crónica no DN informa-nos, cito de memória, que não admira pois que do telemóvel do nosso 1º M o que se escutava não passavam de interjeições e desabafos vazios do tipo “Eh pá, sei lá!” ou “Oh pá, talvez sim, talvez não, eu cá não sei ao certo” de modo que os "américas" desligaram as escutas. Sei, de fontes minhas, que uma razão que levou a National Security Agency, que o grande Snowden tornou famosa, a desinteressar-se de S. Bento foi que estando interessada em espionar a Reforma do Estado que Paulo Portas foi incumbido de dirigir e tendo perdido meses e meses deolho de ouvido alerta, as conversas eram sistematicamente
de que a coisa tinha sido adiada, “Oh pá! foi adiada para junho”. “Oi! A coisa foi
adiada lá para Dezembro”,” Oh pá, chiça, sei lá como é que se faz esta coisa, fica
tudo adiado para 2013 ou 2014”. Fartos de perder tempo e fita magnética, porque
aquilo é sofisticado mas ainda é gravado em cassetes, decidiram voltar-se para
a Srª Mekel.
Ferreira Fernandes na sua habitual, acutilante e bem humorada crónica no DN informa-nos, cito de memória, que não admira pois que do telemóvel do nosso 1º M o que se escutava não passavam de interjeições e desabafos vazios do tipo “Eh pá, sei lá!” ou “Oh pá, talvez sim, talvez não, eu cá não sei ao certo” de modo que os "américas" desligaram as escutas. Sei, de fontes minhas, que uma razão que levou a National Security Agency, que o grande Snowden tornou famosa, a desinteressar-se de S. Bento foi que estando interessada em espionar a Reforma do Estado que Paulo Portas foi incumbido de dirigir e tendo perdido meses e meses de
Na cimeira os líderes da União
Europeia revelaram-se desunidos como de costume. O panhonhas do Sr. Hollande falava
baixinho com a Srª. Merkel a fingir que o eixo Paris-Berlin ainda existe. David
Cameron que não achava necessário nem relevante tratar este assunto das escutas
do Obama ficou numa fúria quando o
italiano Enrico Letta o acusou de ele estar para ali a torcer o nariz porque
também tinha culpas no cartório e acusou os serviços secretos britânicos de terem
espionado a Itália através de uma
parceria destes serviços com a tal NSA,
parceria que inclui, ao que se sabe, o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia, supõe-se
que só para partilhar segredos como aqueles do tal Passos Coelho. Corria nos
corredores que Obama para ter Cameron como seu agente especial na UE deixou-o pôr
os auscultadores nos ouvidos mas só um bocadinho.
Por fim com o sono já a apertar a
cimeira decidiu entregar o assunto à D. Merkel para ela reagir à “ grande bronca”
da forma que ela considerasse melhor para todos. Merkel aceitou mas com a condição - e disse isto com ar maternal
– de ser em parceria com François Holland.
À saída o presidente do Conselho
Europeu Herman Van Rompuy, dito à boca pequena, um agente da D. Merkel, vendo PPCoelho a sair como entrara,
sem dizer pio, com ar meio perdido, deu-lhe uma palmadinha nas costas e
confortou-o: você pode dizer lá no seu país que Portugal será associado à
iniciativa franco alemã e, já a andar, a ir-se embora ,“aliás a iniciativa está
aberta a quem quiser participar”.
É suposto tratar-se de uma “negociação”
(negociação para inglês ver!) com os EUA conduzida pela Alemanha e a França em
nome da UE para definir, até ao fim do ano, um “código de conduta” para regular
o funcionamento dos serviços secretos, e tal. É, digo eu, para se definir se as
escutas incluem as casas de banho e mesmo quando se está com o cu na sanita ou não.
E foi assim. É assim. A Europa
connosco. A Europa dos Mercados. A Europa da Alemanha e a Europa dos PIGS.
Bom fim de semana
Bom fim de semana