2013-10-10
Não é grave, não é grave, não é grave" ! Perceberam? E não o demito, não demito, não demito!
No talk show - quase tão bom como o do Goucha - que a RTP ontem
ofereceu, ao Sr. Passos Coelho e ao país, na vã tentativa de tornar a pessoa e
a sua política mais tragáveis pelos eleitores, o 1º M, ao responder a pergunta
sobre o caso Machette/Angola - a auto-humilhação de Machette perante os
oligarcas locais em Luanda - o Sr 1º M de Portugal esclareceu que “Não há nada
de grave".
Ontem, o 1º M Passos Coelho, explicou ao país que:
“Não há nada de grave que, no comportamento de Rui Machete, ponha em causa
nem a credibilidade do Governo nem do Estado português”. A intenção do ministro
dos Negócios Estrangeiros foi “procurar apaziguar a relação com um país muito
importante”.
Não há nada de grave? Deixai-me relembrar: o ministro de Estado e dos
Negócios Estrangeiros, Rui Machette, em Luanda em nome de Portugal disse: “Tanto
quanto sei, não há nada substancialmente digno de relevo, [Não há nada digno de relevo? De que fala Machette? Fala do inquérito-crime instaurado em Portugal
pela PGR, ao Vice-Presidente e ao PGR de Angola. São pessoas do círculo
governante mais próximo do PR, José Eduardo dos Santos, detentoras de fortunas
fabulosas ganhas, seguramente, à custa de muito trabalho]. E continua Machette: "... e que permita
entender que alguma coisa estaria mal..." [suspeita
de fuga ao fisco e lavagem de dinheiro] "para além do
preenchimento dos formulários e de coisas burocráticas... " [preenchimento dos formulários e de coisas
burocráticas...??!! Haja Deus...] "... e, naturalmente, informar
as autoridades de Angola pedindo, diplomaticamente,
desculpa, por uma coisa que, realmente, não está
na nossa mão evitar” [O ministro de Estado
e dos NE pede oficialmente desculpa, em nome de Portugal por, no seu país, a
PGR estar a averiguar aqueles eventuais crimes graves? E pede
desculpa oficialmente em nome do nosso país por, dada esta gaita da
Constituição Portuguesa e dos regimes democráticos se darem ao luxo da
separação de poderes entre o executivo e o poder judicial, não estar na nossa
mão - dele e do governo português - evitar. Informa assim,
"diplomaticamente", que se estivesses na sua mão evitar a averiguação
de crimes como esses de lavagem de dinheiro e fuga ao fisco, vindos de quem vêm, não seriam averiguados.
O Ministro de Estado e dos Negócios dos Estrangeiros de Portugal, em
Luanda, pôs-se de joelhos - pôs
"diplomaticamente" Portugal de joelhos - por uma má causa, por
não poder evitar que se averiguam crimes graves se vierem de multimilionários
do círculo governante de Angola.
Que me lembre Portugal não pede desculpa
diplomaticamente a nenhum país desde D. Sancho, à Santa Sé, há perto 900 anos.
E devia ter pedido, nomeadamente há uns meses atrás, à Bolívia, quando
impediu, sem razão e contra as regras internacionais, uma escala técnica em
Portugal ao avião do presidente daquele país colocando em risco Evo Morales.
Fiquem portanto a saber seus palermas que se
um país estrangeiro tem muito dinheiro investido em Portugal, se os seus
oligarcas são riquíssimos, o governo acha que não deve estar agarrado a
princípios, a éticas, a honras ou prestígios nacionais e outras tretas
quejandas.
Passos Coelho acha que Machette não fez nada de grave ao pôr-se de
joelhos em Luanda. E para enfatizar o seu apoio pôs-se de joelhos também, aqui, no talk
show da RTP. E confirmou, com convicção,
que não é grave, não é grave, não é grave" ! Irra!! Não é grave.
Comments:
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Chama-se fazer a política da «psico-social» do tempo colonial.
Constava em captar as simpatias dos sobas e régulos.
Os processos usados pelo colonialismo continuam a ser usados pelos potenciais neo-colonialismos.
Vamos precisar sempre de fazer esta política de Machete, como os ingleses, franceses e americanos fazem.
Está a ir mais investimento angolano para a Espanha do que para cá.
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Constava em captar as simpatias dos sobas e régulos.
Os processos usados pelo colonialismo continuam a ser usados pelos potenciais neo-colonialismos.
Vamos precisar sempre de fazer esta política de Machete, como os ingleses, franceses e americanos fazem.
Está a ir mais investimento angolano para a Espanha do que para cá.
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