2016-06-03
Queremos democracia? Então temos de controlar a comunicação social!
A DEMOCRACIA está, em elevado
grau, dependente da comunicação social. Como esta é dominada pela “ultra-riqueza”
a democracia que temos é apenas a democracia dos “ultra-ricos”. Assim um dos problemas cruciais
dos regimes democráticos na actualidade é o do controlo dos media que é necessário tirar do controlo
de meia dúzia de magnates e colocá-lo na mão de um regulador que respeite uma informação plural e efectivamente represente a maioria do povo .
Com a comunicação social na sua mão
os 0,1% dos ultra-ricos, em Portugal, na Europa e no mundo, controla em
grande parte não apenas a sua riqueza mas a economia, a política e as nossas
vidas.
A vida de grande parte da população dos tempos modernos não é a escravidão dos servos da gleba ou dos camponeses dos tempos dourados da nobreza europeia porque muita luta e muito sangue correu em prol de uma vida melhor mas a actual “nobreza” do dinheiro, principalmente através do controlo dos media, consegue através de eleições aparentemente livres e democráticas levar a maior parte da população a viver resignada com a sua “servidão” julgando-a consequência das “leis da vida”, de forças abstratas sem rosto inerentes ao ser humano ou da vontade de Deus.
A vida de grande parte da população dos tempos modernos não é a escravidão dos servos da gleba ou dos camponeses dos tempos dourados da nobreza europeia porque muita luta e muito sangue correu em prol de uma vida melhor mas a actual “nobreza” do dinheiro, principalmente através do controlo dos media, consegue através de eleições aparentemente livres e democráticas levar a maior parte da população a viver resignada com a sua “servidão” julgando-a consequência das “leis da vida”, de forças abstratas sem rosto inerentes ao ser humano ou da vontade de Deus.
Eis aqui, no extracto de um artigo
que Dan Baum publicou na revista Harper’s
Magazin de NY e reproduzido no COURRIER
INTERNACIONAL de Jun 2016, um exemplo bastante elucidativo. Neste artigo
Dan Baum interroga Ehrlichman, ex-conselheiro do ex-presidente Nixon dos
EUA sobre a repressão por este desencadeada contra os consumidores de
estupefacientes:
“Quer mesmo saber o que aconteceu?
– diz Ehrlichman - Nixon tinha dois inimigos: a esquerda pacifista e os negros.
Sabíamos que não podíamos perseguir nem as pessoas que se manifestavam contra a
guerra do Vietname nem os negros. Mas quando conseguimos que os cidadãos
associassem os hippies à marijuana e os negros à heroína, e os apresentámos
como perigosos delinquentes, foi possível desestabilizar essas comunidades,
deter dirigentes, fazer buscas domiciliárias, interromper as reuniões,
denegri-los sistematicamente nos telejornais. Sabíamos que estávamos a mentir
quanto à relação desses grupos com as drogas. Claro que sabíamos."
«A invenção da guerra à droga foi
uma cínica manobra de Nixon, - diz Dan Baum – mas, desde então, todos os presidentes,
republicanos ou democratas, a mantiveram, embora por razões diversas. Não é
possível ignorar o colossal custo dessa guerra: milhões de dólares
desperdiçados, um banho de sangue na América Latina, assim como nalgumas ruas
de cidades americanas, e milhões de vidas destruídas por penas draconianas de
prisão. (O artigo é extenso e é dedicado à avaliação da repressão no combate à droga).
Etiquetas: comunicação social, democracia