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2016-09-28

 

Hoje, há 42 anos, o MFA e o povo derrotou o golpe do Gen.Spínola

Hoje, há 42 anos, o Movimento das Forças Armadas (MFA) juntamente com os partidos de esquerda, sindicatos e movimentos populares, derrotou a primeira grande mobilização e tentativa de golpe contra-revolucionário dirigido pelo general Spínola, com o apoio do Banco Espírito Santo, outros banqueiros e muitos outros "donos disto tudo" - os privilegiados e sustentáculo do regime fascista - cujo derrube se iniciara 5 meses antes, em 25 de Abril com o levantamento armado dos capitães, o MFA. 
O movimento dos capitães era constituido por um grupo muito elevado de capitães e outros oficiais de baixa patente, dos três ramos das FFAA. Era politicamente heterogéneo, unia-os em primeiro lugar o desejo de acabar com as guerras coloniais e a consciência de que eram guerras votadas ao fracasso. Havia uma parte muito reduzida com forte consciência política e conhecimento do que era a luta de classes. 
Com o levantamento militar o povo saiu à rua e transformou um golpe militar, ainda que progressista, numa revolução. Revolução interrompida em 25 de Novembro de 1975.
Os capitães não eram generais e a maior parte deles achava necessário ter a seu lado uma ou mais alta patente, para não subverter completamente os deveres de disciplina e submissão à hierarquia militar. E possivelmente todos consideraram que ter do seu lado o General Costa Gomes que foi sempre um apoio efectivo ainda que titubeante e "Rolha" era muito importante assim como importante ter o gen. Spínola porque, reaccionário como era, era um factor desinibidor de resistência armada, mesmo que suicida, das forças militares do salazarismo. Os "poderosos do regime fascista", com Spínola a comandar (simbolicamente) o golpe ficavam esperançados em que o poder efectivo, económico e político voltaria ao bom caminho.

O MFA colocou o Gen. Spínola como Presidente da Junta de Salvação Nacional com funções de PR até às eleições para a Assembleia Constituinte, em 25 de Abril de 1975, e aceitou que o órgão (oficial) máximo do poder tivesse na sua composição contra-revolucionários escolhidos por Spínola. 
Este tentou o golpe contra o MFA logo em 13 de Junho de 1974, numa reunião de militares nas instalações da Manutenção Militar, exigindo plenos poderes. Foi vencido. Depois organizou com mais minúcia e mais tempo o golpe do 28 de Set.  Fez muitas visitas a quartéis "roncando" contra o MFA, verberando os horrores dos movimentos populares que desgovernavam a "boa ordem", levavam o país para o anarquia. Contra o MFA e a escumalha popular que queriam entregar as colónias aos movimentos guerrilheiros subversivos e não aos brancos que lá viviam, como seria justo, ainda que com a participação cordata de africanos respeitadores da "ordem". Spínola organizou com mais apoios (lá aparece o BES entre outros bancos a financiar o plano restauracionista) uma poderosa movimentação que deveria culminar numa grandiosa manifestação nacional da "Maioria Silenciosa" junto do palácio de Belém, pelas 15 horas de 28 de Set, para lhe dar "legitimidade" e força para usurpar o poder. 

O MFA acabou por proibir a manifestação e ela foi inviabilizada também pela acção das célebres barragens populares nas estradas de acesso a Lisboa e a revista às viaturas. Segundo o Relatório do MFA, reproduzido em Textos Históricos da Revolução, de Orlando Neves editorial Diabril (2ª edição Abril 1976), foram apreendidas nestas barragens além de armas brancas perto de mil armas de fogo e 10 mil munições.
Derrotado, Spínola resignou. Foi substituído pelo Gen Costa Gomes na presidência da Junta de Salvação Nacional. Passou a partir daí a organizar o golpe militar que eclodiu em 11 de Março de 1975. Foi derrotado pela 3ª vez, como se sabe.
Seguem-se fotos de algumas páginas do livro indicado linhas atrás:








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