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2019-08-31

 

A DEMOCRACIA NOS EUA EM 3 MINUTOS


Jornal  "OBSERVADOR"   ( lINK )
"Como Ocasio-Cortez desmontou e ridicularizou o sistema político norte-americano em cinco minutos.

" Alexandria Ocasio-Cortez tornou-se a mais jovem congressista de sempre dos EUA, com 29 anos


"Fez-se de desentendida e perguntou a um comité: há limites ao financiamento?"
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O Vídeo está legendado em Espanhol mas para quem tenha dificuldade com a língua está em Português a seguir.


Vamos jogar a perguntas e respostas. Vou fazer o papel de má e fazer a maior quantidade de maldades possível. Enriquecer a todo o custo ainda que seja à custa dos interesses dos cidadãos dos Estados Unidos.
Apresento-me ao Congresso.
Ocasio-Cortez:      Há algum impedimento legal a que a minha candidatura ao congresso seja totalmente financiada pelas grandes corporações
Resposta :   Não
Ocasio-Cortez:      Muito bem, portanto nada impede que a minha candidatura seja totalmente financiada pelas corporações do petróleo, seguradoras de saúde, farmacêuticas, isto é que seja financiada a 100% por lóbis . Muito bem.
Ocasio-Cortez:    Agora suponhamos que há alguns assuntos sujos no meu passado que quero ocultar para poder ser eleita.  Sr. Smith! Foi o Sr que escreveu este artigo: Os pagamentos a estas mulheres foram inapropriados mas nem por isso foram ilegais?
-   Sim confirmo. fui eu que escrevi.
Ocasio-Cortez  -   Então assim posso usar o dinheiro da minha campanha para pagar a certas pessoas para que estejam caladas e assim poder ser eleita.
Agora já eleita tenho o poder de legisla e dar forma às leis que regem os Estados Unidos. Fabuloso!
Há limites para impeçam que proponha leis que favoreçam os interesses financeiros que apoiaram a minha candidatura?
R – Não. Não há limites.
Ocasio-Cortez  -  Posso então ter sido financiada inteiramente por petrolíferas, farmacêuticas e depois fazer leis sobre petrolíferas e farmacêuticas sem nenhum limite. Isto é excelente. Má como sou o que quero é enriquecer com o menor esforço possível. Pergunto: há algo que me impeça de, como congressista, ter acções de companhias que com legislação possa  desregular para aumentar o seu valor no mercado e assim ganhar muito dinheiro?
R – Poderia fazê-lo.
Ocasio-Cortez – Posso fazê-lo com a legalidade vigente?
-  Sim
P – É possível que qualquer dos elementos desta história se aplique ao nosso governo e à Câmara de Representantes actual ?
R– Sim
Ocasio-Cortez: Então temos um regime político apodrecido. A legislação que regula o Congresso é mais ou menos restritiva que a que regula o Presidente da República?
R – Em relação ao Presidente não há nenhuma restrição.
Ocasio-Cortez  - Então qualquer congressistas passa por filtros éticos mais exigentes do que o Presidente?
Assim é .
Muito Obrigada.

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O que diz a Wikipedia desta jovem congressita norte-americana:

" Alexandria Ocasio-Cortez (Nova Iorque, 13 de outubro de 1989) é uma política, ativista e organizadora comunitária dos Estados Unidos, atualmente é membro da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos por Nova Iorque.
Americana de ascendência porto-riquenha que cresceu em bairro de classe trabalhadora,[1] venceu a primária para o 14º Distrito de Nova Iorque pelo Partido Democrata usando um discurso a favor das minorias sociais e pró-imigração, com uma campanha de baixo orçamento baseada em doações.
Ocasio-Cortez autointitula-se uma socialista democrática e faz parte do grupo interno DSA (Democratic Socialists of America) do Partido Democrata, grupo que apoiou a pré-candidatura do senador Bernie Sanders na eleição presidencial nos Estados Unidos em 2016
A atriz e ativista Cynthia Nixon, também democrata e autointitulada socialista que concorreu na primária do partido para governadora de Nova Iorque, inspirou-se em Ocasio-Cortez e disse que ela desafiou o establishment democrata e fez campanha pelos democratas progressistas contra os "democratas corporativistas".[2][3][4][5]
Ocasio-Cortez derrotou o deputado e presidente do "caucus" democrata da Câmara de RepresentantesJoseph Crowley, ao vencer a primária para o 14º distrito de Nova York no que foi considerado a maior surpresa das primárias para as eleições para o Congresso dos Estados Unidos em 2018.[6][7] Uma vez no cargo de congressista, Cortez passou a apoiar uma agenda política voltada em defender a implementação de um sistema de saúde universal nos Estados Unidos, leis de segurança laboral a nível federal, licença parental para trabalhadores, estabelecimento de um "Green New Deal", abolição da Agência de Imigração e Fiscalização Aduaneira do governo, mais acesso a universidades e escolas públicas, projetos de infraestrutura voltados para energias renováveis e aumento de impostos para os mais ricos.[8][9]

2019-08-14

 

Contra Museu Salazar

Carta de 204 ex-presos políticos


Exmo. Senhor Primeiro-Ministro
Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República
Lisboa, 12 de Agosto de 2019

Os abaixo-assinados, ex-presos políticos, manifestam, em nome próprio e no da memória de milhares de vítimas do regime fascista – de que Salazar foi principal mentor e responsável – o mais veemente repúdio pelo anúncio da criação de um “Museu Salazar” feito pelo Presidente da Câmara de Santa Comba Dão e apelam ao Governo para que, em conformidade com o relatório aprovado por unanimidade, em Julho de 2008, pela Comissão de Assuntos Constitucionais da Assembleia da República e com normas da Constituição da República Portuguesa, intervenha para impedir a concretização desse projecto que, longe de visar esclarecer a população e sobretudo as jovens gerações sobre o que foi o regime fascista, se prefigura como um instrumento ao serviço do seu branqueamento e um centro de romagem para os saudosistas do regime derrubado com o 25 de Abril. Quando em muitos países se assiste ao renascer de forças fascistas e fascizantes, o país precisa, não de instrumentos de propaganda do fascismo – que a Constituição da República expressamente proíbe – mas de meios de pedagogia democrática que não deixem esquecer o cortejo de crimes do fascismo salazarista e preserve a memória das suas vítimas.

Os abaixo-assinados apelam ainda a todos os democratas e amantes da liberdade que se manifestem contra a criação, nos termos em que tem vindo a ser anunciado, desse memorial ao ditador.

Adelino Pereira da Silva, Afonso Rodrigues, Aguinaldo Cabral, Aguinaldo Espada de Oliveira Santos. Albertino Almeida, Alberto Borges, Alexandre Jorge Almeida, Alexandre José Pirata, Alfredo Caldeira, Alfredo Guaparrão, Alfredo de Matos, Alice Capela. Álvaro Monteiro, Álvaro Pato, Américo Joaquim Brás, Américo Leal, Ana Abel, António Almeida, António Antunes Canais, António Borges Coelho, António Caçola Alcântara, António Cerqueira, António Espirito Santo, António Gervásio, António Graça, António Inácio Baião, António José Baltazar Condeço, António Lenine Moiteiro, António Melo, António Pedro Braga, António Ramalho Alcântara, António Redol, António Rodrigues Canelas, António Rodrigues Correia, António Santos, António Santos Pereira, António Velhinho Ventura, Armando Cerqueira, Arménio Marques Gil, Arnando de Lacerda, Artur Monteiro de Oliveira, Artur Pinto, Aurélio Pato, Aurora Rodrigues, Bárbara Judas, Camilo Mortágua, Carlos Brito, Carlos Campos Rodrigues Costa, Carlos Coutinho, Carlos Marum, Carlos Myre Dores, Carlos Oliveira Santos, Clemente Alves, Conceição Matos, Cristiano de Freitas, Daniel Cabrita, Danilo Matos, Diana Andringa, Domingos Abrantes, Domingos Lopes, Domingos Pinho, Duarte Nuno Clímaco Pinto, Eduardo Baptista, Eduardo Ferreira, Eduardo Meireles, Elídia Rosa Caeiro, Emília Brederode, Encarnação Raminho, Estevão A. P. Caeiro Oca, Eugénia Varela Gomes, Eugénio Ruivo, Feliciano David, Fernando Almeida Simões, Fernando Baeta Neves, Fernando Chambel, Fernando Correia, Fernando Cortez Pinto, Fernando Flávio Espada, Fernando Martins Adão, Fernando Miguel Bernardes, Fernando Rosas, Fernando Vicente, Filipe Augusto Neves do Carmo, Filipe Mendes Rosas, Firmino Martins, Francisco Braga, Francisco Bruto da Costa, Francisco Carrasco dos Santos, Francisco do Carmo Martins, Francisco Lobo, Francisco Melo, Francisco Nilha Jorge, Francisco Silva Alves, Graça Érica Rodrigues, Helena Cabeçadas, Helena Neves, Helena Pato, Herculano Neto Silva, Humberto Rui Moreira, Isabel do Carmo, Jaime Fernandes, Jaime Serra, João Augusto Aldeia, João Carrasco Caeiro, João Queirós, João Viegas, Joaquim Barata, Joaquim Henrique Rodrigues, Joaquim Jorge Araújo, Joaquim Judas, Joaquim Labaredas, Joaquim Monteiro Matias, Joaquim P. Pinto Isidro, Joaquim Santos, Jorge Carvalho, Jorge Querido, Jorge Neto Valente, Jorge Seabra, Jorge Vasconcelos, José A . Guimarães Morais, José Carlos Almeida, José Eduardo Baião, José Eduardo Brissos, José Ernesto Cartaxo, José Guimarães Morais, José Jaime Fernandes, José Lamego, José Leitão, José Luís Machado Feronha, José Manuel Serra Picão de Abreu, José Marcelino. José Mário Branco, José Marques, José Oliveira, José Revés, José Ribeiro Sineiro, José Teodósio Cachochas, José Pedro Soares, Justino Pinto de Andrade, Laura Valente, Luís Firmino, Luís Fonseca, Luís Moita, Luís Figueiredo, Luísa Oliveira, Manuel Candeias, Manuel Custódio Jesus, Manuel Ferreira Gonçalves, Manuel Henriques Estevão. Manuel José Brás, Manuel Pedro. Manuel Pedro Baião, Manuel Policarpo Guerreiro, Manuel Quinteiro Gomes, Manuel Ruivo, Manuel dos Santos Guerreiro, Manuela Bernardino, Maria da Conceição Moita, Maria Custódia Chibante, Maria Dulce Antunes, Maria Emilia Miranda de Sousa, Maria Fernanda Almeida Marques, Maria Fernanda Dâmaso Marques, Maria da Graça Marques Pinto. Maria Guilhermina Ferreira Galveias, Maria Helena Rocha Soares, Maria Hermínia de Sousa Santos, Maria Isabel Areosa Feio de Barros, Maria João Gerardo, Maria José Pinto Coelho da Silva, Maria João Lobo, Maria José Ribeiro, Maria Luíza Sarsfield Cabral, Maria de Lurdes Clarisse, Maria Lourença Cabecinha, Maria Margarida Barbosa de Carvalho Pino, Mário Abrantes, Mário Araújo, Mário de Carvalho, Mário Lino. Matilde Bento, Miguel Guimarães, Miriam Halpern Pereira, Modesto Navarro, Nozes Pires, Nuno Luís Silva. Nuno Pereira da Silva Miguel, Nuno Potes Duarte, Óscar Vieira, Osvaldo Osório, Paula Correia, Pedro Borges, Ramiro Rodrigues Morgado, Raúl Carvalho, Sara Amâncio, Saúl Nunes, Sérgio Ribeiro, Sérgio Valente, Teresa Dias Coelho, Teresa Tito de Morais, Úrsula da Conceição Farinha, Vasco Paiva, Violante Saramago Matos, Vítor Dias, Vítor Zacarias.

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2019-08-06

 

GARCIA LORCA em LLANTO POR IGNACIO SÁNCHEZ MEJÍAS

Inacio Sanchez Mejia (Sevilha6 de junho de 1891 — Madrid13 de agosto de 1934) foi um toureiro, escritor e dramaturgo espanhol. Amigo de alguns dos grandes nomes da intelectualidade espanhola de então, foi tolhido na arena e morto pelo touro que toureava.

A sua morte teve grande repercussão em Espanha mas de todas as referências à sua morte trágica sobressaiu o famoso e belíssimo poema do seu amigo, o grande poeta, Federico Garcia Lorca que, aliás, não era um aficionada de touradas, :  LLANTO POR IGNACIO SÁNCHEZ MEJÍAS.
Da esq p a dir: Salvador Dali, Lorca e Jose "Pepin" Bello

Lorca
 teria, dois anos depois, um fim trágico -
mandado fuzilar por Franco - por ser um opositor do seu golpe militar e da ditadura franquista e um defensor do regime republicano e democrático que este derrubou dando origem à terrível guerra civil espanhola com mais de 500 mil mortos. Franco venceu com o apoio de Hitler e Mussolini e teve a colaboração de Salazar.


O célebre poema de Lorca tem 4 partes:
 
1 - La Cogida y la Muerte, 2 - La sangre Derramada, 3 - Corpo Presente, 4 - Alma Ausente.

LLANTO POR IGNACIO SÁNCHEZ MEJÍAS (1935) 

LA COGIDA Y LA MUERTE 

A las cinco de la tarde. 
Eran las cinco en punto de la tarde. 
Un niño trajo la blanca sábana 
a las cinco de la tarde. 
Una espuerta de cal ya prevenida 
a las cinco de la tarde. 
Lo demás era muerte y sólo muerte 
a las cinco de la tarde. 

El viento se llevó los algodones 
a las cinco de la tarde. 
Y el óxido sembró cristal y níquel 
a las cinco de la tarde. 
Ya luchan la paloma y el leopardo 
a las cinco de la tarde. 
Y un muslo con un asta desolada 
a las cinco de la tarde
Comenzaron los sones del bordón 
a las cinco de la tarde. 
Las campanas de arsénico y el humo 
a las cinco de la tarde. 
En las esquinas grupos de silencio 
a las cinco de la tarde. ¡
Y el toro solo corazón arriba! 
a las cinco de la tarde. 
Cuando el sudor de nieve fue llegando 
a las cinco de la tarde, 
cuando la plaza se cubrió de yodo 
a las cinco de la tarde, 
la muerte puso huevos en la herida 
a las cinco de la tarde. 
A las cinco de la tarde. 
A las cinco en punto de la tarde. 

Un ataúd con ruedas es la cama 
a las cinco de la tarde. 
Huesos y flautas suenan en su oído 
a las cinco de la tarde. 
El toro ya mugía por su frente 
a las cinco de la tarde. 
El cuarto se irisaba de agonía 
a las cinco de la tarde. 
A lo lejos ya viene la gangrena 
a las cinco de la tarde. 
Trompa de lirio por las verdes ingles 
a las cinco de la tarde. 
Las heridas quemaban como soles 
a las cinco de la tarde, 
y el gentío rompía las ventanas 
a las cinco de la tarde.
A las cinco de la tarde. 
¡Ay, qué terribles cinco de la tarde! 
¡Eran las cinco en todos los relojes! 
¡Eran las cinco en sombra de la tarde! 


LA SANGRE DERRAMADA 

¡Que no quiero verla! 

Dile a la luna que venga, 
que no quiero ver la sangre 
de Ignacio sobre la arena. 

¡Que no quiero verla! 

La luna de par en par. 
Caballo de nubes quietas, 
y la plaza gris del sueño 
con sauces en las barreras.

¡Que no quiero verla! 
Que mi recuerdo se quema. 
¡Avisad a los jazmines 
con su blancura pequeña! 

¡Que no quiero verla! 

La vaca del viejo mundo 
pasaba su triste lengua 
sobre un hocico de sangres
 derramadas en la arena, 
y los toros de Guisando, 
casi muerte y casi piedra, 
mugieron como dos siglos 
hartos de pisar la tierra. 
No. 
¡Que no quiero verla! 
.....................

O resto do poema está no fim do texto de Osvaldo Rodriguez que discorre sobre ele, aqui:

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