2023-02-26
A ARA nasceu a partir de um curso em CUBA em 1965
8559 km de Murmanski a Havana
Nem todos os dias vamos até Havana, capital de Cuba. Eu fui até lá, em "trabalho", em 1965, frequentar um curso de acções armadas para a criação da ARA Acção Revolucionária Armada. Com a ARA esperávamos fortalecer e acelerar a luta para o derrube do regime fascista do ex-seminarista, vindo de Santa Comba Dão, Salazar de seu nome.
A criação da ARA foi uma odisseia que só se venceu após anos e anos de luta a vencer dificuldades criadas pelo regime salazarento. A primeira acção armada exitosa foi a sabotagem, com duas grandes explosões, do mais moderno navio cargueiro de apoio à guerra colonial, o Cunene, em 1970.
Mas para ir a Cuba era o cabo dos trabalhos. Como chegar lá? De Portugal Salazar não deixava e de muitos outros países países os Estados Unidos também o impediam com o seu cerco a Cuba, de modo que fiz uma viagem de quase uma volta ao mundo para lá chegar.
Como a PIDE ainda não me chegara aos calcanhares pude airosamente ir até Paris e daqui de comboio ou avião até Genebra e Zurique na Suíça. Aqui já mais seguro de quaisquer controles pidescos, parti confiante para Praga e daqui para Moscovo. Pensava partir daqui de avião para Havana mas assim não aconteceu, os tempos eram de guerra ainda que fria e os EUA só não invadiam Cuba porque Moscovo, senhor de armas nucleares em prontidão o impediam. Afinal não segui de Moscovo direto para Havana como pensava. Os países da Europa Ocidental vassalos dos EUA não autorizavam a passagem para Cuba de aviões, sequer de passageiros ou comerciais, pelos seus espaços aéreos. De modo que de Moscovo não segui directamente para Cuba como esperava e fiz o caminho tortuoso que a aviação, da então União Soviética, tinha de fazer, via Murmanski, cidade soviética junto ao Polo Norte e daí via, Oceano Atlântico abaixo, atá ao Mar das Caraíbas e aterragem em Havana. Fiz a viagem com o Rogério de Carvalho, um herói do PCP já com muitos anos de prisão por "Peniches" e "Tarrafais" que ia comigo frequentar o curso de acçãos armadas em Havana.
Em Murmanski fizemos apenas uma rápida paragem mas gostei de ver tanta neve. O avião aterrou numa pista entre duas altíssimas muralhas de neve e por todo o lado só neve, neve e mais neve. Ao interior do avião não chegava o frio mas ao sairmos para a gare usámos uns casaquitos que nos forneceram para o efeito. Pele e lã, fofinhos por dentro mas tão grossos, robustos e pesados que ajoujávamos dentro deles.
Pelo infindo Mar Atlândico abaixo eu e o Rogério pouco ou nada vimos dada a escuridão da noite mas lá mais para a frente, quando já clareava o dia maravilhávamo-nos com a vista verdejante das Caraíbas e de Cuba.
E fico-me por aqui. Depois relatarei a belíssima recepção e estadia cubana durante uns curtos meses.
2023-02-18
UCRÂNIA: as mentiras propaladas pela União Europeia por ordem dos EUA
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estatuadesal
Fev 18
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(Miguel
Sousa Tavares, in Expresso, 17/02/2023)
Reproduzo um extrato de um artigo de Miguel Sousa Tavares no Expresso reproduzido no "site" Estátua de Sal : (o texto a negrito é de minha autoria)
....
4 - Perante um desvanecido Parlamento Europeu, Zelensky apelou à
urgente entrada da Ucrânia na União Europeia com um argumento que, em boa
verdade, lhe foi fornecido pelos próprios europeus: que na guerra contra os
invasores russos ele está a defender os valores europeus. Mas não é verdade,
assim como não é verdade que, como reza a propaganda ocidental, Putin se tenha
oposto à adesão da Ucrânia à UE. Putin opôs-se e opõe-se, sim, à adesão da
Ucrânia à NATO, pela razão elementar de não gostar de ver mísseis nucleares do
inimigo estacionados no seu quintal das traseiras, tal como Kennedy não os quis
ver em Cuba, em 62: tão simples quanto isto. Agora, se, como também reza a
propaganda ocidental (e aí eu concordo), é do interesse de Putin ver a UE
desmembrada por dentro e reduzida à ineficácia, a entrada da Ucrânia servirá às
mil maravilhas os seus interesses. Não se trata apenas da questão de a Ucrânia
ultrapassar na adesão países que há mais tempo estão em lista de espera — com o
caso extremo da Turquia a embaraçar tudo e todos — ou dos custos astronómicos
da sua adesão para o orçamento comunitário, ou da revolução que exigiria na
PAC. Esses problemas, que já seriam capazes, por si, de paralisar a UE durante
anos, deixariam de fora, porém, o principal deles, a médio e longo prazo: é
que, ao contrário do que jura Zelensky, os valores da Europa não são os valores
da Ucrânia. Na sua matriz, a UE — e a sua antecessora, a CEE — colheu a
inspiração política nos valores da democracia ateniense, depois solidificados
por décadas de democracias liberais na Europa Ocidental, embora com excepções
(Portugal e Espanha). Mas a Ucrânia, como a Rússia, pertence a outra história,
outra civilização e outra Europa: a Europa eslava e autocrática. Não é por
acaso que os valores tradicionais liberais da UE esbarraram, após o alargamento
a leste, com a resistência autocrática de países como a Chéquia, a Polónia ou a
Hungria. Assim como não é por acaso que os dossiês mais complicados que estão a
ser negociados entre a Ucrânia e a UE, nesta fase de pré-adesão, sejam assuntos
que nem sequer estiveram em cima da mesa quando, por exemplo, Portugal e
Espanha negociaram: corrupção endémica das instituições do Estado, falta de
independência dos tribunais, insuficiente liberdade de imprensa. Em Bruxelas, a
Ucrânia é um elefante no meio da sala. Os democratas europeus sabem-no e Putin
também. Um pouco mais de conhecimento da História e de percepção geopolítica e
um pouco menos de entusiasmos infantis chegariam para o entender.
2023-02-17
O envolvimento dos Estados Unidos nas explosões dos “Nord Streams”
(Aleksey Pilko, in Resistir, 17/02/2023)
As declarações de Seymour Hersh à imprensa sobre o envolvimento dos Estados Unidos nas explosões dos “Nord Streams” abriram uma caixa de Pandora. E em vários locais ao mesmo tempo. Em primeiro lugar, o aparecimento de material sobre a ordem directa de Biden para realizar a sabotagem indica o aparecimento de opositores nas elites americanas que não gostam do envolvimento contínuo da América na guerra com a Rússia. Do contrário, o artigo de Hersh simplesmente não poderia ter aparecido.
Em segundo lugar, as declarações de Hersh ao jornal alemão Berliner Zeitung a dizer que o Chanceler Federal da Alemanha Olaf Scholz sabia da próxima sabotagem e quase a aprovou são um ataque de informação direta às elites pró-atlânticas alemãs pelos opositores supracitados do establishment político americano. E é extremamente doloroso para eles, porque tais injecções podem abalar a sociedade alemã e causar um protesto civil generalizado. Naturalmente, não imediatamente, mas a água aguça a pedra.
A Alemanha é hoje o elo mais vulnerável da estratégia da administração Biden, que consiste em infligir uma derrota militar à Rússia na Ucrânia. A sociedade alemã ainda não vê o nosso país como um inimigo, e entre os representantes das elites alemãs há muitos que consideram o que está a acontecer um pesadelo e culpam os Estados Unidos por tudo, pois ao expandir irrefletidamente a NATO provocou uma guerra na Europa. Portanto, a médio prazo, é possível conseguir uma correção da política alemã em relação ao conflito na Ucrânia.
No entanto, o tiro de Hersh tornou-se um gatilho não só para a emergência de discussões nos Estados Unidos e na Europa sobre o tema “Por que diabos é que Biden fez explodir o gasoduto? Resultou também na activação da China, que tem um potencial crescente de conflito nas relações com os Estados Unidos. Afinal, se os americanos podem fazer isto com o gasoduto russo-alemão, então porque não com instalações de infraestruturas chinesas?
Claro que seria um exagero dizer que foi Hersh quem lançou os balões chineses para o céu sobre os Estados Unidos. Mas o facto de Pequim se ter tornado mais ativo e ter começado a exigir explicações de Washington sobre a sabotagem nos “Nord Streams” é um facto indiscutível. Porque uma guerra não declarada de infra-estruturas é uma séria ameaça, acima da qual está apenas a utilização de armas nucleares.
E em conclusão, podemos dizer o seguinte: os materiais de Seymour Hersh não são o único episódio do confronto incipiente de informação entre os partidos americanos de “paz” e “guerra”, mas apenas o seu início. Por conseguinte, podemos esperar o aparecimento nos media públicos de bombas barulhentas que podem ter um impacto significativo na nossa percepção do que está a acontecer.
Ver também:
Como os EUA eliminaram o gasoduto Nord Stream, de Seymour Hersh
Será que o Scholz sempre soube sobre o plano Biden para bombardear o Nord Stream?
O original encontra-se em www.stalkerzone.org/seymour-hersh-opened-a-pandoras-box/.
Este artigo encontra-se em resistir.info
______________________
Quem é Seymour Myron "Cy" Hersh é um jornalista investigativo norte-americano, ganhador do Prémio Pulitzer de Reportagem Internacional e especializado em geopolítica, atividades dos serviços secretos e assuntos militares dos Estados Unidos. Wikipédia
2023-02-16
A derrota da Ucrânia concretiza-se
Muito esclarecedor este artigo de Thierry Meyssan, in Rede Voltaire, 14/02/2023)
"O Presidente
Zelensky, que ridicularizava a maneira como os Ucranianos vinham a Bruxelas
mendigar quando era humorista, veio a Bruxelas mendigar sendo Presidente.
É um segredo de polichinelo : o governo de Kiev está
em vias de perder militarmente face ao Exército russo. Este avança sem se
apressar e vai construindo a defesa das regiões que por referendo se juntaram a
Moscovo. mas esta inexorável realidade esconde outras coisas. Por exemplo, o
facto da Turquia, que permanece membro da OTAN, apoiar a Rússia e lhe fornecer
peças de reposição ao seu Exército. A Aliança Atlântica não somente perde como
também se fissura.
O futuro da Ucrânia está a
definir-se. Os combates
opõem por um lado o governo de Kiev, que se recusa a honrar a sua assinatura
dos Acordos de Minsk e, do outro, a Rússia que pretende fazer cumprir a
Resolução 2202 do Conselho de Segurança, ratificando os referidos Acordos.
De um lado, um Estado que recusa o Direito Internacional e é apoiado pelos
Ocidentais, do outro, um outro Estado que recusa as regras ocidentais e é
apoiado pela China e pela Turquia.
Como é que o Presidente
Volodymyr Zelensky, eleito para aplicar os Acordos de Minsk, conseguiu se
transformar num «nacionalista integralista» [1], tomar o partido dos fanáticos, herdeiros
dos piores criminosos do século XX? É um mistério. A
hipótese mais provável é a financeira,
já que Zelensky é conhecido, desde a publicação dos Paradise
Papers, pelas suas contas offshore e as suas propriedades em
Inglaterra e em Itália. Fora disso, Volodymyr Zelensky não tem grande relação
com os seus « nacionalistas integralistas ». É um covarde. No início da guerra, ele permaneceu
várias semanas escondido num bunker, provavelmente fora de Kiev. Só saiu depois que o
Primeiro-Ministro israelita Nafatali Bennett lhe ter garantido que o Presidente
Vladimir Putin lhe prometera que não mataria o presidente ucraniano [2]. Desde aí, arma-se em fanfarrão através de
vídeo em todas as cimeiras (cúpulas-br) políticas e festivais artísticos ocidentais.
Como
é que a Turquia, aliado dos Ocidentais no seio da OTAN, se alinhou do lado
russo? Isto é mais fácil de compreender por aqueles que seguiram as tentativas
de assassinato do Presidente
Recep Tayyip Erdoğan pela CIA. À partida, Erdoğan era um bandido de rua.
Depois, envolveu-se numa milícia islâmica que o levou a aproximar-se tanto dos
insurgentes afegãos como dos jiadistas russos da Ichquéria (Chechénia -ndT), só
depois desse percurso é que ele ingressou na política, no sentido clássico do
termo. Durante o seu
período de apoio aos grupos muçulmanos anti-russos, ele foi um agente da CIA.
Como muitos, quando chegou ao Poder, considerou as coisas de modo diferente.
Distanciou-se progressivamente de Langley (sede da Cia) e quis servir o seu
povo. No entanto, a sua evolução pessoal foi-se dando enquanto o seu país ia
mudando várias vezes de estratégia. A Turquia nunca digeriu a queda do Império Otomano. Ela
experimentou diferentes estratégias sucessivamente . Desde 1987 que ela é
candidata à União Europeia. Em 2009, com Ahmet Davutoğlu, pensou restabelecer a
sua influência otomana. Uma coisa levando a outra, ela imaginou juntar esse
objectivo nacional ao percurso pessoal do seu Presidente para se tornar a
pátria dos Irmãos Muçulmanos e restabelecer o Califado, suprimido por Mustafa Kemal Atatürk em
1924. Mas, a queda do Emirado Islâmico obriga-a a abandonar esse projecto.
Então a Turquia virou-se para os povos turcófonos. Hesita em incluir os Uigures
e, finalmente, escolhe os povos etnicamente turcos. Seja como for, nessa busca,
ela já não tem necessidade nem dos Europeus, nem dos Estados Unidos, mas da
Rússia e da China. Após a sua vitória contra a Arménia, criou a « Organização
dos Estados Turcos » (o
Cazaquistão, o Quirguistão, a Turquia e o Usbequistão. Além de que a Hungria e
o Turcomenistão têm nela o estatuto de observador).
Hoje,
segundo o Wall
Street Journal, mensalmente 15 empresas turcas exportam, por 18,5
milhões de dólares, materiais comprados aos Estados Unidos para uma dezena de
sociedades russas sujeitas a medidas coercivas ilegais unilaterais dos EUA
(apresentadas como «sanções» pela propaganda atlantista) [3]. O Subsecretário do Tesouro dos EUA encarregado do Terrorismo e da
Inteligência Financeira, Brian Nelson, foi a Ancara em vão a fim de forçar a
Turquia a respeitar as regras ocidentais. Ancara continua secretamente a apoiar
o Exército russo.
Quando
o emissário norte-americano salientou que a Turquia estava na corrida errada ao
colocar-se do lado do perdedor russo, os seus interlocutores apresentaram-lhe os números
verdadeiros da guerra na Ucrânia, estabelecidos pela Mossad e publicados
por Hürseda
Haber [4]. No terreno, a relação de forças é de 1
para 8 a favor da Rússia. Há 18. 480 mortos do lado russo, contra 157. 000 do
lado ucraniano. Tal como no conto de Andersen, o rei vai nu. Hoje em dia, a Turquia bloqueia a adesão da Suécia à OTAN. Ao
fazê-lo, ela bloqueia também a da Finlândia que havia sido apresentada em
conjunto no mesmo dossiê. Se admitirmos as informações do Wall Street Journal, não se trata de um acaso.
É certo, Ancara havia obtido o compromisso destes dois países em extraditar os
chefes do PKK e do movimento de Fethullah Gülen; compromisso que eles não cumpriram. Mas isto não
podia ser diferente na medida em que, depois da prisão do seu chefe, Abdullah
Öcallan, o PKK se tornou
uma ferramenta da CIA e se bate hoje sob as ordens da OTAN, quando antigamente
era aliado dos Soviéticos [5]. Quanto a Fethullah Gülen, ele vive nos
Estados Unidos sob a protecção da CIA.
A Turquia apoia hoje, portanto, a Rússia da mesma forma que a
China : ela fornece-lhe peças de reposição para a sua indústria de Defesa e não
hesita em reexpedir-lhe o material de fabrico norte-americano. Mas enquanto a
Croácia e a Hungria, também membros da OTAN, não hesitam em dizer publicamente
que o apoio da Aliança à Ucrânia é uma estupidez, sem no entanto a deixar,
Ancara finge ser totalmente atlantista.
O tremor de terra que acaba de sacudir a Turquia e a Síria não
tem as características dos tremores de terra observados até agora, em todo o
mundo. O facto de uma dezena
de embaixadores ocidentais terem deixado Ancara nos cinco dias precedendo o
sismo e de, no mesmo período, os seus países terem emitido avisos contra
deslocações à Turquia parece indicar que os Ocidentais sabiam antecipadamente o
que se ia passar. Os
Estados Unidos dispõem de meios técnicos para provocar tremores de terra.
Em 1976, eles tinham-se comprometido a jamais recorrer a a tal. A Senadora romena Diana Ivanovici
Șoșoacă afirma que eles violaram a sua assinatura da « Convenção sobre a
interdição em utilizar técnicas de modificação do ambiente com fins fins
militares ou quaisquer outros fins hostis » e provocaram este sismo [6]. O Presidente Recep Tayyip Erdoğan ordenou
aos seus Serviços Secretos (MİT) estudar aquilo que não passa hoje senão de uma
hipótese. No caso de uma resposta positiva, seria preciso admitir que
Washington, consciente de que já não é mais nem a primeira potência económica
mundial, nem a maior potência militar mundial, está a destruir os seus aliados
antes de morrer.
Contrariamente às mensagens com as quais os Ocidentais são
bombardeados, no terreno, não só a Ucrânia perde como a OTAN é posta em causa
internamente por, pelo menos, três dos seus membros.
Nestas condições, como explicar que os Estados Unidos continuem
a enviar armas para o campo de batalha e a exigir aos seus aliados que as
enviem de forma maciça? É forçoso constatar que a maioria dessas armas não são
modernas, antes datam da Guerra Fria e são geralmente soviéticas. É, pois, inútil desperdiçar
armas dos anos 2000 sabendo que elas serão destruídas porque a Rússia dispõe de
armas mais modernas que as do Ocidente. Além disso, pode ser
interessante para vários exércitos testar armas de última geração em combates
de alta intensidade. Neste
caso, os Ocidentais enviam apenas alguns espécimes destas armas e nada mais.
Por outro lado, enquanto as
unidades de « nacionalistas integralistas » ucranianas recebem armas
ocidentais, os conscritos não. O diferencial, provavelmente dois terços, é
conservado na Albânia e no Kosovo ou enviado para o Sahel. Há três meses, o
Presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, na Cimeira da Comissão da Bacia do Lago Chade (LCBC),
denunciou a chegada destas armas em mãos do Estado Islâmico [7]. Perante as exclamações de surpresa e de
indignação dos parlamentares dos EUA, o Pentágono criou uma comissão encarregue
de fazer um seguimento dos fornecimentos. Mas em momento algum, ela deu conta sobre suas actividades e os
desvios que teria constatado.
Há duas semanas, o Inspector-geral do Pentágono dirigiu-se à
Ucrânia, oficialmente para lançar luz sobre esses desvios. Num artigo
precedente, mostrei que ele foi lá principalmente para apagar com êxito os
traços dos negócios de Hunter Biden [8]. O Ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy
Reznikov, anunciou que iria com urgência demitir-se junto com vários membros da
sua administração. Ora, nada se passou ainda.
Última pergunta, porque é que eles não reagem às revelações de Seymour Hersch sobre a responsabilidade americano-norueguesa no atentado? [9] ? É certo que o porta-voz dos nacionalistas da “Alternativa para a Alemanha” (AfD) pediu, a propósito desta sabotagem, a criação de uma comissão de inquérito no Bundestag, mas a grande maioria dos responsáveis políticos destes três países fazem-se de mudos : o seu pior inimigo é, afinal, o seu aliado!
Pelo contrário, eles fizeram gala em receber o Presidente Volodymyr Zelensky em Bruxelas. Mas este tinha ido previamente a Washington e a Londres, as duas capitais que contam, antes de vir arengar àqueles que pagam. : porque é que a Alemanha, a
França e a Holanda, co-proprietários dos gasodutos Nord Stream, não protestam
após a sabotagem de que foram vitimas, em 26 de Setembro de 2022 ? "
2023-01-07
"Ataques a bases aéreas no interior da Rússia apontam para operações encobertas da CIA"
Fonte aqui: " A Viagem dos ArgonautasA Guerra na Ucrânia — Ataques a bases aéreas no interior da Rússia apontam para operações encobertas da CIA e para uma guerra planeada. Por Finian Cunningham "
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estatuadesal
Jan 6
|
(Por
Finian Cunningham, in A Viagem dos Argonautas, 06/01/2022)
A Ucrânia foi posta em estado de prontidão, preparada para
servir de cobertura à agressão americana contra a Rússia.
Uma base aérea bem no interior do território russo foi atacada
duas vezes com drones em menos de um mês. Também não se trata de uma
instalação remota. A base aérea perto da cidade de Saratov aloja aviões
bombardeiros estratégicos russos com capacidade nuclear.
O último ataque foi a 26 de Dezembro, no qual três militares
russos foram mortos devido à queda de destroços de drones depois de a arma
ter sido alegadamente abatida. Saratov fica a
730 quilómetros a sudeste de Moscovo e a centenas de quilómetros da fronteira
ucraniana.
A 5 de Dezembro, a base aérea foi também alvo de ataques, mais
uma vez aparentemente por drones. No mesmo dia, uma base aérea em Rayazan a
menos de 200 quilómetros de Moscovo foi também atacada. No dia seguinte, a 6
de Dezembro, uma instalação militar em Kursk foi alvo de um ataque.
As forças ucranianas não reivindicaram abertamente a
responsabilidade pelos ataques, mas houve relatos nos meios de comunicação
social dos EUA que insinuaram isso. Tanto a Casa Branca como o Departamento
de Estado negaram qualquer envolvimento americano, alegando que os EUA
exortaram a Ucrânia a não atacar território russo. “Não estamos a encorajar a
Ucrânia a atacar para além das suas fronteiras”, disse Ned Price, o porta-voz do
Departamento de Estado.
No entanto, há a questão de como é que os drones se estão a
dirigir para o interior do território russo para lançar ataques aéreos sobre
alvos estratégicos.
Não parece plausível que veículos aéreos ofensivos não tripulados
possam viajar sem serem detectados durante centenas de quilómetros sobre o
espaço aéreo russo, e depois montar ataques a locais militares altamente
sensíveis. Mais provavelmente, as armas foram activadas perto dos seus alvos
pretendidos.
Um recente relatório separado do repórter de
investigação Jack Murphy pode lançar alguma luz. Ele não se refere à vaga de
ataques com drones a bases aéreas russas. Mas ele cita antigos agentes dos
serviços secretos dos EUA que afirmam que a Agência Central de Inteligência
está a dirigir equipas de sabotagem clandestinas dentro da Rússia.
De acordo com o relatório, a CIA está a trabalhar com um
aliado europeu da NATO para activar células adormecidas que se infiltraram na
Rússia com esconderijos de armas. Não há americanos no terreno e a suposta
ligação com os agentes do aliado da OTAN dá uma camada extra de negação
plausível para Washington.
O repórter afirma que a negação plausível suplementar é um
factor importante que permitiria ao Presidente dos EUA, Joe Biden, aprovar
tais operações encobertas provocadoras em solo russo.
A credibilidade de um esquema deste tipo é confirmada por
numerosos relatos de explosões misteriosas em toda a Rússia desde que este
país lançou a sua operação militar especial na Ucrânia, em Fevereiro. Várias
instalações militares foram destruídas por incêndios que os meios de
comunicação social russos têm tido tendência a relatar como devidos a
acidentes inexplicáveis.
Um instituto russo de investigação aeroespacial na cidade de
Tver foi incendiado a 21 de Abril, no qual várias pessoas foram alegadamente mortas. Vários outros
depósitos de munições também foram atingidos com incêndios acidentais
aparentemente estranhos.
Na semana passada, a 23 de Dezembro, um centro militar na zona
leste de Moscovo foi gravemente danificado por um grande
incêndio que ardeu durante mais de quatro horas. No dia anterior, o único
porta-aviões da Rússia, o Almirante Kuznetsov, foi envolvido em chamas
enquanto estava a ser reparado, atracado em Murmansk.
O que supomos aqui é que é inteiramente plausível que uma
série de incidentes mortais em instalações militares em toda a Rússia durante
o ano passado não seja uma coincidência acidental, mas sim tenha sido
instigada como operações de sabotagem destinadas a semear confusão e
problemas logísticos para a campanha da Rússia na Ucrânia.
Este padrão está relacionado com o relatório acima referido,
que afirma que a CIA tem estado ocupada a infiltrar-se em território russo
juntamente com um aliado europeu da NATO para este mesmo fim.
Em particular, os ataques levados a cabo em bases aéreas de
alta segurança bem dentro da Rússia sugerem fortemente que as armas utilizadas
para tais ataques já tinham sido colocadas na Rússia pelas alegadas células
adormecidas da CIA. Parece improvável que os drones pudessem ter atravessado
distâncias tão longas desde o território ucraniano até ao interior da Rússia
sem serem detectados.
A utilização de equipas de sabotagem atrás das linhas inimigas
não é novidade para a CIA no que diz respeito à Rússia. Após a Segunda Guerra
Mundial, a recém-formada Agência Central de Inteligência recrutou agentes
secretos e operacionais dos serviços secretos nazis para levar a cabo ataques
terroristas em territórios soviéticos. O alto espião de Hitler,
Tenente-General Reinhard Gehlen, e a Organização Gehlen tornaram-se bens
valiosos da CIA após a guerra.
Mas é significativo que a CIA tenha alegadamente assumido um
papel activo renovado na infiltração na Rússia após o golpe de Estado de 2014
que ajudou a orquestrar na Ucrânia.
De acordo com o relatório de Jack Murphy: “A primeira destas
células adormecidas sob o controlo combinado da CIA e do serviço de
espionagem aliado infiltrou-se na Rússia em 2016, de acordo com um antigo
oficial militar dos EUA e uma pessoa americana que foi informada sobre a
campanha… Após as infiltrações de 2016, mais equipas entraram na Rússia nos
anos seguintes. Algumas contrabandearam munições novas, enquanto outras
confiaram nos esconderijos originais, de acordo com dois antigos oficiais
militares e uma pessoa que foi informada sobre a campanha de sabotagem”.
O que isto significa é que os planificadores de guerra dos EUA
estavam a antecipar completamente a actual guerra por procuração na Ucrânia
contra a Rússia.
Isto corrobora aquilo que os chefes da NATO e a ex-Chanceler
alemã Angela Merkel admitiram de que o regime de Kiev posterior ao golpe [de
2014] estava preparado para a guerra contra a Rússia pelo menos oito anos
antes da erupção das hostilidades em Fevereiro de 2022.
Se de facto a CIA está por detrás dos ataques profundamente
penetrantes contra a Rússia e o Presidente Biden os assinou, então isso tem
graves implicações na forma como este conflito pode ser resolvido. Sugere que
os Estados Unidos têm vindo a planear sistematicamente uma guerra contra a
Rússia e não estão simplesmente a reagir à operação da Rússia na Ucrânia,
fornecendo armas defensivas.
Por outras palavras, a Ucrânia foi posta em estado de
prontidão, preparada para servir de cobertura à agressão americana contra a
Rússia.
___________
O autor: Finian Cunningham é
um antigo editor e escritor para as principais organizações noticiosas. Tem
escrito extensivamente sobre assuntos internacionais, com artigos publicados
em várias línguas. É licenciado em Química Agrícola e trabalhou como editor
científico para a Royal Society of Chemistry, Cambridge, Inglaterra, antes de
seguir uma carreira no jornalismo. É também músico e compositor. Durante
quase 20 anos, trabalhou como editor e escritor nas principais organizações
de comunicação social, incluindo The Mirror, Irish Times e Independent.
Vencedor do Prémio Serena Shim para a Integridade Incomprometida no
Jornalismo (2019). |
2023-01-06
>Garcia de Orta, o médico judeu condenado à morte depois de morto
Artigo de com muito interesse:
Conheça a vida de uma das figuras portuguesas mais
importantes da nossa história, Garcia de Orta, o médico judeu.
Portugal
é um país que uma história longa, conta com quase 900 anos! Este é um
número revelador da antiguidade deste país, num percurso histórico cheio de
episódios marcantes. Portugal chegou a tornar-se dos mais poderosos do
nosso planeta. Embora o nosso país não esteja atualmente entre os mais
poderosos, até está longe de ter essa importância, no passado a influência
dos portugueses foi notória, em diferentes continentes.
Ao
longo da sucessão de séculos, foram vários os momentos históricos
relevantes, vários foram os portugueses que se destacaram e colocaram o seu
nome na lista de figuras emblemáticas do país. Garcia de Orta foi um dos
portugueses que se destacaram entre os demais, a sua obra tornou-o numa das
figuras que Portugal deve recordar e homenagear.
Garcia de Orta, o médico judeu condenado à morte
depois de morto
Garcia de Orta (1500 - 1568)
O
nome Garcia da Orta é bastante conhecido entre os portugueses. No nosso
país existem várias Instituições com o seu nome. Há Escolas Secundárias,
Hospitais, ruas, praças, hotéis, com o nome Garcia de Orta. No entanto,
muitos desconhecem o trabalho desta pessoa que viveu no século XVI…
Vida
Provavelmente
foi em 1500 que Garcia de Orta nasceu, em Castelo de Vide. Os pais de
Garcia de Orta, os seus nomes eram Leonor e Fernando de Orta, foram judeus
refugiados de Espanha e fugiram da grande perseguição encetada pelos reis
católicos espanhóis no ano 1492.
Garcia de Orta, o médico judeu
condenado à morte depois de morto
Estudos
Garcia
de Orta estudou Filosofia Natural, Medicina e Botânica em Salamanca e
Alcalá de Henares, em Espanha. Posteriormente, voltou, a Castelo de Vide em
1523, local onde exerceria medicina. Em 1525 instalou-se em Lisboa, na
capital tornou-se médico do rei. Garcia de Orta ingressa na Universidade de
Coimbra em 1530, onde se estabelece como professor de Filosofia.
A Índia
Em
1534, Garcia de Orta, procura tirar partido da abrangência do território
controlado pela coroa portuguesa. Ele partiu para a Índia, como “physico”
de Martim Afonso de Sousa. Este homem foi seu protetor e um grande amigo,
Garcia de Orta até dedicaria a Martim Afonso a obra Colóquios dos Simples e
Drogas e Cousas Medicinais da Índia (1563).
A
sua partida também se deve ao medo de ser alvo de perseguição da Inquisição
portuguesa, devido às suas origens. Ele amava o conhecimento e desejava
conhecer o mundo, por isso, aproveitou a oportunidade para dar azo à sua
curiosidade. Na Índia conhece um dos portugueses mais importantes da nossa
história, Luís de Camões, de quem se tornou amigo. Após se ter instalado em
Goa, foi dado o foro de Bombaim a Garcia de Orta.
Pioneiro
Ao
longo de diversos séculos, os diferentes povos, recorreram à Natureza para
a criação de “medicamentos” naturais. Foram criados muitos chás, mezinhas e
emplastros de folha com o propósito de curar diferentes males. O poder
curativo de determinadas plantas foi usado para recuperar a saúde. Antes
das pílulas e injeções que hoje se usam com facilidade, estes conhecimentos
revelaram-se cruciais para o progresso científico. Muitos dos medicamentos
que ainda hoje se utilizam contêm na sua composição ingredientes de origem
vegetal.
Garcia
de Orta, deu o seu contributo para a evolução da medicina botânica, ao
fazer a divulgação das plantas do Oriente. O trabalho de Garcia de Orta foi
pioneiro em diversas áreas, nomeadamente em botânica e em farmacologia.
Garcia de Orta também se interessou em antropologia e exerceu medicina na
Índia portuguesa. Ao longo dos seus estudos dedicou-se à experimentação e a
sua procura por conhecimento era constante.
Garcia
de Orta foi dos primeiros naturalistas a trazer para a Europa informação
pormenorizada sobre plantas medicinais exóticas. Ele tornou-se no primeiro
europeu a descrever a origem de plantas exóticas e de drogas orientais,
sendo rigoroso na identificação das respetivas propriedades terapêuticas.
Garcia de Orta, o médico judeu
condenado à morte depois de morto
O trabalho
Goa
é capital do Estado Português da Índia e Garcia de Orta pode desenvolver o
seu trabalho ao longo 30 anos. Nesse tempo ele estudou e descreve as
plantas da Índia. Ele percebe quais deviam ser as suas aplicações. No seu
trabalho identifica espécies novas (ou desconhecidas) e retifica muitas
informações falsas sobre algumas plantas que eram tidas como verdades. O
convívio que Garcia de Orta tem com médicos árabes e hindus, torna-o numa
referência.
O
português escreveu a obra emblemática Colóquios dos Simples e Drogas e
Cousas Medicinais da Índia (1563). Nesta obra em que ele explora diferentes
áreas, encontram-se conteúdos de medicina, farmacologia e filosofia
natural. Garcia de Orta revoluciona os conhecimentos do Velho Continente
Europeu com esta obra. O autor português contraria o saber dos Antigos,
afirmando os valores da experiência e das aquisições científico-naturais.
A obra
O
livro Colóquios dos Simples e Drogas
e Cousas Medicinais da Índia (1563) foi uma obra de grande
impacto. Ao longo do tempo são feitas inúmeras edições. Esta obra tornou-se
muito procurada, sendo realizadas diversas traduções e adaptações ao longo
dos séculos seguintes.
Os
séculos XVI, XVII e XVIII reconheceram o valor da obra Colóquios dos
Simples e Drogas e Cousas Medicinais da Índia ao existirem tantas traduções
e adaptações. Esta obra de Garcia de Orta tornou-se um dos maiores
contributos de Portugal para a ciência da época. O espírito científico e
experimental do Renascimento ficou mais rico com este elemento criado por
um português.
O
botânico português combateu erros graves dos “doutos”, revolucionou os
conhecimentos da insípida farmacopeia europeia do seu século. Garcia de
Orta representou uma mudança clara, deu um dos maiores contributos como
médico do seu século ao aplicar à botânica alguns princípios do método
científico, nomeadamente a necessidade de observação direta dos fenómenos
que se estão a estudar.
Orta
apresenta as diferentes plantas medicinais com todo o rigor, revela os
vários nomes por que são conhecidas, indica a sua proveniência, revela as
rotas comerciais das mesmas até chegar a Goa, além de descrever a
morfologia das plantas e os seus diferentes usos.
As
descrições são tão rigorosas e precisas que atualmente é possível
identificar cada planta pelas características que são apresentadas e muitas
das indicações terapêuticas dadas no livro mantêm-se atuais. Além de
destacar espécies novas (ou não identificadas até à data) dá informações
sobre plantas mal conhecidas.
Orta
também fala das especiarias, que eram importantes para o Império Português,
nomeadamente a canela, a pimenta, o
cravo-da-índia ou o gengibre. Existem plantas que são recomendadas pelas
efeitos gástricos e purgativos, outras pela sua ação enquanto agente do
fluxo sanguíneo, outras que devem ser usadas para tratamento de doenças de
pele.
Morte
Garcia
de Orta faleceu em 1568, em Goa. Tal como acontecia nas damnatio
memoriae do Império Romano, o médico português foi condenado
postumamente. O Tribunal do Santo Ofício acabou por condená-lo em 1580, post-mortem,
pelo crime de judaísmo, o mesmo que o fez perder a sua irmã.
Na
sequência dessa condenação, o corpo de Garcia de Orta foi desenterrado e os
seus ossos foram queimados. Após os restos mortais terem sido removidos da
Sé de Goa “Garcia de Orta” foi condenado à fogueira, simbolicamente.
Reação ao livro
Garcia
de Orta destacou-se entre os pioneiros da botânica médica e da ciência
moderna. O seu espírito crítico e independente foi exibido numa época
histórica em que dizer uma simples verdade podia custar a vida da pessoa.
A
obra de Garcia de Orta foi autorizada a ser impressa pela Casa da
Suplicação e pela Inquisição. A
Inquisição estabeleceu-se na Índia no ano de 1565. Garcia de Orta tinha 64
anos na época e apenas viveria mais três. Viveu com grandes dificuldades
financeiras após a obra, mas foi poupado pela Inquisição.
A
fúria inquisitorial visou várias pessoas, diferentes elementos da sua
família não tiveram a mesma sorte que o botânico, nomeadamente a sua irmã
Catarina. Ela foi queimada num auto-de-fé em 1569, tendo sido condenada à
fogueira pelo crime de judaísmo.
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2022-11-23
Novos ataques ucranianos à central Zaporizhia" ameaçam catástrofe nuclear
El ejército ucraniano bombardeó Donetsk con armamento de la OTAN provocando numerosas víctimas, denunció el Ministerio de Defensa ruso. | Foto: RT
"El régimen de Kiev reanudó los ataques para crear la amenaza de una catástrofe nuclear en la planta nuclear de Zaporiyia", denuncia el Ministerio ruso de Defensa.
El Ministerio de Defensa de Rusia afirmó este sábado que las tropas rusas han frustrado un nuevo intento de contraataque ucraniano en la región de Jersón, en el sur de Ucrania.
"En el área del asentamiento de Pravdino, región de Jersón, el enemigo, con la ayuda de dos compañías, apoyadas por nueve tanques y 16 vehículos blindados de combate de la brigada mecanizada 28, realizó un intento ofensivo fallido", indicó el vocero Ígor Konashénkov.
El teniente general ruso afirmó que las fuerzas armadas rusas destruyeron equipo del enemigo y abatieron a decenas de soldados ucranianos.
"Durante los combates, las fuerzas armadas rusas destruyeron en pocas horas siete tanques, 13 vehículos de combate de infantería", y más de 120 militares ucranianos murieron en los combates, agregó.
Konashénkov adelantó también que el Ejército ruso destruyó cuatro depósitos de armas y municiones de cohetes y artillería de Ucrania en las regiones de Járkov y Zaporiyia y en la autoproclamada República Popular de Donetsk (RPD).
Asimismo, los sistemas de defensa aérea derribaron ocho drones del régimen de Kiev en las provincias de Zaporiyia, Jersón y Nikoláev y en Donetsk.
Las fuerzas aeroespaciales rusas abaten a más de 50 nacionalistas ucranianos y más de 10 unidades de técnica especial en la región de Járkov, informó el Ministerio de Defensa de Rusia.
"El régimen de Kiev reanudó los ataques para crear la amenaza de una catástrofe nuclear en la planta nuclear de Zaporiyia. Durante una jornada se registraron dos bombardeos de artillería de la aldea de residencias de verano Volna, y una estación eléctrica térmica ubicada en las inmediaciones de la central", comunicó el Ministerio.
La planta de Zaporiyia, la mayor de Europa, permanece desde marzo pasado bajo el control de los especialistas rusos.
Desde hace varias semanas Ucrania bombardea diariamente las instalaciones de la planta, empleando para ello las armas suministradas por Occidente.
Las fuerzas ucranianas han lanzado la mañana de este sábado nuevos ataques de artillería contra el centro de Donetsk, comunicó el alcalde de la ciudad, Alexéi Kulemzin.
Según las primeras estimaciones, la ofensiva lanzada por Kiev esta jornada costó la vida a una persona en el distrito Petrovsky, ubicado en las afueras de la urbe, así como a otras cuatro en el distrito Voroshilovsky, cerca del Teatro de Drama. Otras tres personas resultaron heridas.
Asimismo, Kulemzin indicó que un proyectil impactó contra el edificio de la Administración, en el distrito Voroshilovsky, cuyo tejado quedó destruido.
2022-08-09
Gaza sofre e a Europa ignora
Nota Prévia:
Israel: independência do mandato britânico da Palestina em 1948. População cerca
9 milhões. Área pouco mais de 1/5 de Portugal. Armas nucleares.
Faixa de Gaza é
um território palestino composto
por uma estreita faixa de terra localizada na costa oriental do Mar Mediterrâneo,
no Oriente Médio, que faz fronteira com
o Egito no sudoeste
(11 km) e com Israel no leste e no
norte (51 km). O território tem 41 quilômetros de comprimento e apenas de
6 a 12 quilômetros de largura, com uma área total de 365 quilômetros quadrados.[5] (Wikipédia)
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Gaza
sofre e a Europa ignora
Artigo de Jorge Fonseca de
Almeida
No DN de 08 Ago 2022
Israel lançou de surpresa o que denominou de
"ataque preventivo" sobre a faixa de Gaza, uma estreita língua de
terra onde Israel criou um enorme gueto para os palestinos, grande parte dos
quais expulsos das suas casas e das suas terras para que aí se estabeleçam os
colonos israelitas. Aí vivem, sem condições dignas, sob um bloqueio terrível,
mais de dois milhões de seres humanos. Esquecidos das grandes potências,
sujeitos a violências constantes dos seus carcereiros israelitas.
Tanques e tropas israelitas entraram em Gaza e uma
enorme linha de tanques está alinhada na fronteira do gueto prestes a
invadi-lo.
Logo no primeiro dia do ataque, dezenas de crianças
foram mortas pelos bombardeamentos, centenas de pessoas foram mortas ou feridas
e várias infraestruturas civis foram destruídas. As imagens são arrepiantes, o
sofrimento humano intenso, a destruição massiva, o poder de fogo israelita
imenso, uma arrepiante tempestade de explosões, uma violenta tempestade de
ferro e morte lançada sobre uma população indefesa.
Como se sabe a faixa de Gaza tem cerca de 40 Km de
largura pelo que está ao alcance da artilharia de alta precisão israelita, pelo
que o ataque a infraestruturas civis é propositado e não um dano colateral.
Infelizmente não se ouviram no Ocidente, nem da parte
da Nato, o incitamento à defesa palestina, nem à promoção de Issam
al-Da"alis o primeiro-ministro de Gaza, nem à censura sobre a televisão
israelita, nem à imposição de sanções contra os oligarcas israelitas, nem ao
boicote às exportações israelitas, nem mesmo à oferta de armas e munições para
defesa. Os mísseis antitanque Javelin faziam muita falta às forças palestinas,
para já não falar dos Himars. Pelo que sabemos a NATO ainda tem dezenas de
milhares destas armas em armazém, prontas a usar.
Infelizmente quando são os nossos aliados a cometer
atrocidade, elas são justas e perfeitas e todas as desculpas são boas e
utilizáveis, até mesmo o "ataque preventivo", isto é um ataque sem
que tenham sido ameaçados.
E toda a resistência proibida, vilipendiada, denominada
terrorismo, mesmo para aqueles que vivem sob o que organizações independentes
como a Human Rights Watch (HRW) e a Amnistia Internacional (AI) descrevem como
um odioso sistema de apartheid imposto pelos sionistas aos habitantes da
Palestina. Note-se que a HRW e a AI são organizações não-governamentais
ocidentais, a primeira norte-americana e a segunda inglesa.
A limpeza étnica levada a cabo por Israel, ocupando as
terras e expulsando os habitantes da Palestina, a concentração das populações
refugiadas palestinas em guetos, e o seu lento genocídio às mãos das tropas de
um dos mais poderosos e bem equipados exércitos do mundo, são um dos maiores
crimes contra a Humanidade das últimas décadas. Contudo Israel é elogiado como
democracia, integrado nas instâncias europeias, apesar de nem se situar na
Europa, aceite como aliado, defendido sempre que comete mais uma ação
criminosa.
Este enorme cinismo ocidental não deixa de ser visto
no mundo inteiro, isolando a Europa e retirando-lhe qualquer autoridade moral
para intervir em qualquer outro conflito. Basta pensar nas massivas votações a
favor da Palestina na Assembleia Geral das Nações Unidas. Resoluções contudo
que esbarram com a vontade dos Estados Unidos e seus parceiros europeus.
Esta é uma opção errada. Melhor seria pressionar
Israel a cumprir as resoluções internacionais e reconhecer o Estado da
Palestina.
2022-04-27
Condecorações e medalhas