2005-01-16
Portugal em mudança?...Administração Pública (6)
Quantos são os funcionários públicos Hoje?
Em Dezembro de 1999, eram 716 418. Hoje a resposta é: ninguém sabe, porque não tem havido actualização pelos departamentos competentes da Administração Pública (AP).
Aqueles 716 418 estavam então assim distribuídos:
Em Dezembro de 1999, eram 716 418. Hoje a resposta é: ninguém sabe, porque não tem havido actualização pelos departamentos competentes da Administração Pública (AP).
Aqueles 716 418 estavam então assim distribuídos:
Distribuição e Estrutura
Emprego Público(n.º) | Estrutura (%) | |
---|---|---|
Apoio a Órgãos de Soberania | 5 725 | 0,8 |
Administração Central | 560 823 | 78,3 |
Administração Regional (Açores e Madeira) | 33 804 | 4,7 |
Administração Autárquica | 116 066 | 16,2 |
Total dos Funcionários | 716 418 | 100,0 |
É pena não se conhecer a percentagem de funcionários públicos concentrada em Lisboa, porque é um indicador interessante.
Outro domínio importante na caracterização do emprego público é o das suas habilitações. E o panorama é o seguinte:
Habilitações
4ºano de escolaridade | 12º ano de escolaridade ou menos | Grau Universitário | |
---|---|---|---|
Administração Central | 13% | 56% | 30,0% |
Administração Regional (Açores e Madeira) | 25% | 61% | 21,0% |
Administração Autárquica | 39% | 91% | 6,0% |
Algumas notas sobre o panorama das habilitações.
Primeira, não estão aqui referidos todos os escalões. Mas pensamos que esse facto em nada distorce a análise que se possa fazer da realidade que é muito negra no contexto europeu.
Segunda nota, o número de funcionários, sobretudo ao nível autárquico, que nem o 4ºano de escolaridade possui, era ainda significativo (5%).
Última nota, as habilitações mais elevadas estão concentradas em dois ministérios (educação e saúde). Em números concretos, das 241 415 pessoas recenseadas na AP com habilitação curso superior/bacharelado 202 243 (84%) estão afectas àqueles dois ministérios.
Esta informação, com ligeiras correcções (esperemos que para melhor) decorrentes do fluxo de reformas e do de entradas desde o ano de 2000, dá a imagem da AP em termos de habilitações e alerta para as dificuldades que uma situação destas proporciona numa gestão por objectivos, quando se a quizer adoptar.
Com esta composição, já não nos espanta que, face à ausência de critérios de admissão nas últimas décadas, em departamentos, cujo trabalho é, por exemplo, a análise ou a elaboração de projectos de engenharia, de economia, de elaboração de políticas, etc., a relação emprego directo/ emprego indirecto seja de 1:1,5 ou de 1: 2, ou até pior, etc.
Ora, tudo isto ajuda ou tudo isto explica como há pessoas sem funções atribuídas, ou deslocadas de funções ou a justificar funções.
Neste contexto pergunta-se: Há pessoas a mais na Administração?
Sem dúvida. Quantas? Esta é uma questão de difícil quantificação em abstracto.
Então como fazer a Reforma? Voltaremos a esta questão.
Comments:
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Era também interessante e, provavelmente, muito revelador, saber como tem evoluído a contratação na Administração Pública: quantos são, onde estão, que funções desempenham e quanto custam ao orçamento. Se há funcionários "a mais" porque aumentam as contratações? não haverá outras soluções para suprir as faltas e corrigir os excessos?
Uma reforma cega da AP será injustas e poderá mesmo ser contra-productiva. Se respondermos de uma forma simplista à questão colocada e se se reduzir homogéneamente o número de funcionários públicos é muito provável que as coisas piorem.
É necessário uma análise mais detalhada do problema, há certamente muitas situações onde reduções drásticas são necessárias (por exemplo diz-se que alguns impostos têm custos de cobrança superiores às receitas).
Nalguns casos (por exemplo prevenção dos acidentes da circulação) seria interessante deslocar pessoal para tarefas mais "productivas".
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É necessário uma análise mais detalhada do problema, há certamente muitas situações onde reduções drásticas são necessárias (por exemplo diz-se que alguns impostos têm custos de cobrança superiores às receitas).
Nalguns casos (por exemplo prevenção dos acidentes da circulação) seria interessante deslocar pessoal para tarefas mais "productivas".
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