.comment-link {margin-left:.6em;}

2005-02-25

 

O debate económico de ontem na SIC Notícias

Assisti ontem a um debate económico na SIC em que eram protagonistas Artur Santos Silva, Belmiro de Azevedo, Daniel Bessa, Ferreira de Oliveira e Ludgero Marques. Alguma desilusão pelo conteúdo e um certo passadismo.

Primeiro, nenhum dos intervenientes alertou para a situação da pouca ou nenhuma consciência que a sociedade portuguesa tem da dimensão dos problemas a que o País tem de dar resposta, das dificuldades dessas respostas e das rupturas que é preciso operar nessa sociedade para salvaguardar o futuro do País na base de um projecto de desenvolvimento sério e bem sustentado. Artur Santos Silva e Belmiro de Azevedo foram aqueles que, apesar de tudo, lançaram ideias úteis, pois isto não vai com campanhas do tipo "consuma português" como alguns defenderam quando a qualidade é mais fraca e os preços mais altos.

Um país que não consegue produzir bens e serviços com competitividade, ou seja, bens e serviços com aceitação nos mercados português e internacional ou que, quando o consumo ou investimento nacionais aumentam, disparam as importações, é bem o exemplo de uma economia com pés de barro. Esta é a realidade nacional.

É esta realidade para que a sociedade portuguesa não está preparada, para a qual precisa de ser preparada e informada sobre os rumos de como operar mudanças que sem dúvida vão exigir sacríficios e que benefícios vai daí retirar e como vão ser distribuídos esses mesmos sacrifícios.
Em democracia, as reformas exigem uma base social de apoio. Mas para isso é precisa informação que é um domínio onde infelizmente este País é muito baço.

Comments:
Tenho pena de não ter visto o debate, pelo que apreciei o "cheirinho" aqui deixado pelo João Abel.
De acordo com o resumo que li na "SIC on-line", parece-me também relevante que todos os participantes tenham afirmado a sua convicção de que a maioria absoluta vai beneficiar o País. Assim como merece referência que Belmiro de Azevedo se tenha manifestado contra a baixa de impostos e que Santos Silva não se mostrasse preocupado com o levantamento do sigilo bancário e tivesse defendido um maior controlo à invasão fiscal. Merece ainda referência a defesa de algumas das ideias-chave do "Plano Tecnológico", como a aposta prioritária na qualidade dos produtos nacionais e na formação dos recursos humanos.
 
Foi mesmo um "cheirinho" como diz o Mário Lino. Apenas pretendi realçar que estava à espera de um debate com mais substância,em termos estratégicos, dada a composição do painel. Mas houve aspectos positivos como os que o Mario Lino referiu e no tocante à área do trabalho houve quem não se mostrasse preocupado com as alterações de melhoria a introduzir mas sim com a demora no funcionamento dos tribunais de trabalho.
 
Como refere, e muito bem, em democracia, as reformas exigem uma base social de apoio e tal só se consegue com uma honesta preocupação de informar quais os objectivos em vista, os sacrifícios que se pedem e como se distribuem, os eventuais "efeitos secundários" e como se previnem ("não vá o diabo tecê-las"), e os benefícios que se esperam e como serão redistribuidos. Tudo bem!
Mas eu não menosprezaria a influência que algo do tipo "compre português, assegure o emprego do seu vizinho" poderia ter.
Temos muito o defeito de, por razões que não entendo, desprezarmos os "prémios menores" à espera da "taluda" para que nem sequer jogamos.
 
Estou de acordo com o comment anterior de que se deve promover a produção portuguesa. Do que discordei foi da tónica posta. Para alguns intervenientes até parecia que fazendo isso se salva a Pátria.

Um elemento altamente positivo salientado por Artur Santos Silva de que não falei,o reconhecimento da elevada fuga aos impostos nas empresas e a afirmação de que também aí o Estado deve actuar.
 
Enviar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?