2005-02-25
O debate económico de ontem na SIC Notícias
Primeiro, nenhum dos intervenientes alertou para a situação da pouca ou nenhuma consciência que a sociedade portuguesa tem da dimensão dos problemas a que o País tem de dar resposta, das dificuldades dessas respostas e das rupturas que é preciso operar nessa sociedade para salvaguardar o futuro do País na base de um projecto de desenvolvimento sério e bem sustentado. Artur Santos Silva e Belmiro de Azevedo foram aqueles que, apesar de tudo, lançaram ideias úteis, pois isto não vai com campanhas do tipo "consuma português" como alguns defenderam quando a qualidade é mais fraca e os preços mais altos.
Um país que não consegue produzir bens e serviços com competitividade, ou seja, bens e serviços com aceitação nos mercados português e internacional ou que, quando o consumo ou investimento nacionais aumentam, disparam as importações, é bem o exemplo de uma economia com pés de barro. Esta é a realidade nacional.
De acordo com o resumo que li na "SIC on-line", parece-me também relevante que todos os participantes tenham afirmado a sua convicção de que a maioria absoluta vai beneficiar o País. Assim como merece referência que Belmiro de Azevedo se tenha manifestado contra a baixa de impostos e que Santos Silva não se mostrasse preocupado com o levantamento do sigilo bancário e tivesse defendido um maior controlo à invasão fiscal. Merece ainda referência a defesa de algumas das ideias-chave do "Plano Tecnológico", como a aposta prioritária na qualidade dos produtos nacionais e na formação dos recursos humanos.
Mas eu não menosprezaria a influência que algo do tipo "compre português, assegure o emprego do seu vizinho" poderia ter.
Temos muito o defeito de, por razões que não entendo, desprezarmos os "prémios menores" à espera da "taluda" para que nem sequer jogamos.
Um elemento altamente positivo salientado por Artur Santos Silva de que não falei,o reconhecimento da elevada fuga aos impostos nas empresas e a afirmação de que também aí o Estado deve actuar.
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