2005-03-17
Ausências
Razões particulares mantiveram-me afastado uns dias da Internet e do Puxa Palavra. Dias suficientes para acontecimentos extraordinários no nosso jornal de parede. Nada menos que duas baixas na redacção.
A do Mário Lino era previsível mas ainda estou sem perceber porque trocou ele a distração do blog pelas dores de cabeça do Governo. A do Manuel Correia é resultado de um ou mais equívocos, cada um deles, tomado isoladamente, de valor nenhum, mas que o levaram a presumir um quadro relacional que deveria ter como resposta o seu post de despedida [aqui].
Em termos que tomo por humorísticos o Manuel invocou, para se despedir, um Golpe no PUXA-PALAVRA, seguido de ressentimento bye-bye.
Confesso que o autor do golpe fui eu e por isso me apresento aqui, Egas Moniz, de baraço ao pescoço.
Tratar aqui estas miudezas domésticas pode parecer absurdo ou que em mim falece o sentido do ridículo mas faço-o por consideração para com o Manuel Correia, tendo em conta que o assunto foi tratado aqui, no Puxa Palavra.
Deixo a minha explicação dos factos que não contradizem em nada os que o Manuel invocou em abono das suas razões.
Avançava a hora pela madrugada dentro, teimava escrever qualquer coisa e não me ocorria uma ideia, um pensamento, uma palavra para um post que enobrecesse a minha colaboração. Fitava desanimado um a um, em letras pequenas, os nomes dos editores do blog, sobre os quais se empoleira o triunfante título PUXA PALAVRA quando uma maligna mistura de sono e desânimo me ofereceu uma saída: por que não identificar os autores do blog posto que estão convidadas a aderir mais quatro pessoas?
Ao identificar os autores do blog, um lapso de memória traíu-me. Coloquei o Manuel no grupo dos convidados quando na realidade o Manuel é um dos seus fundadores.
O equívoco parece absurdo e até poderia parecer má vontade minha contra o Manuel mas isso tornaria ainda mais absurdas as provas da nossa permanente e muito antiga estima e amizade.
Houve um largo período em que eu, o Mário e o João Abel discutimos o propósito de criar um blog. Quando nos decidimos a tão glorioso emprendimento propuz que convidássemos o Manuel, ideia que teve incondicional aceitação. Ora como ele diz e eu corroboro o Manuel é um dos fundadores do blog e até participou nas votações que organizei para ver se derrotava o Mário Lino que teimava em dizer que o nome escolhido era muito bom.
Um tempo depois, na sequência de uma observação, en passant, do Manuel dei-me conta do equívoco.
Já tinha a intenção de rectificar o erro e repor a democrática e inicial fachada do blog quando o Manuel Correia se decidiu a pôr ali em baixo aquele atrevido post. Já falámos sobre isto e tive ocasião de lhe dar estas explicações.
Gostaria de sublinhar que, ao contrário do que talvez o Manuel tenha concluído, a diferença de sensibilidade política que nalguns casos se manifestou, e proporcionou animada polémica não é causa de desagrado mas ao contrário, motivo de especial apreço e considerada uma mais-valia que gostaríamos de não perder. Prova disso foi, por exemplo, a insistência do Mário, já investido de ministeriais poderes, para que eu tentasse convencer o Manuel Correia a anular a sua unilateral decisão.
Quanto aos juizos com que o Manuel fecha a sua declaração de adeus apenas me ocorre dizer que um telefonema tê-los-ia reduzido a nada.
Aqui fica o repto para um post do Manuel que anule a decisão de nos deixar e mitigue a nossa deprimente sensação de perda!
Um tempo depois, na sequência de uma observação, en passant, do Manuel dei-me conta do equívoco.
Já tinha a intenção de rectificar o erro e repor a democrática e inicial fachada do blog quando o Manuel Correia se decidiu a pôr ali em baixo aquele atrevido post. Já falámos sobre isto e tive ocasião de lhe dar estas explicações.
Gostaria de sublinhar que, ao contrário do que talvez o Manuel tenha concluído, a diferença de sensibilidade política que nalguns casos se manifestou, e proporcionou animada polémica não é causa de desagrado mas ao contrário, motivo de especial apreço e considerada uma mais-valia que gostaríamos de não perder. Prova disso foi, por exemplo, a insistência do Mário, já investido de ministeriais poderes, para que eu tentasse convencer o Manuel Correia a anular a sua unilateral decisão.
Quanto aos juizos com que o Manuel fecha a sua declaração de adeus apenas me ocorre dizer que um telefonema tê-los-ia reduzido a nada.
Aqui fica o repto para um post do Manuel que anule a decisão de nos deixar e mitigue a nossa deprimente sensação de perda!
Comments:
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E a "sensação de perda" não é só da vossa comandita. Também é dos leitores do Puxa Palavra. Por exemplo, e pela minha parte, sem o MC agora sustento polémicas com quem? Com o RN e o JAF é só "pois claro, é assim mesmo", com o ML restam os salamaleques "Sim, Senhor Ministro". Sem desprimor para Vexas, com o Manuel é que a coisa fiava fino e levava a afiar o contraditório fraterno para imaginar melhor esquerda. Porra, um acionista não tem direito ao regresso de um Administrador Emérito? A economia do mercado ainda não chegou ao Barreiro? Que "vaga de fundo" é necessária para que o Manuel regresse nas suas calmas de lucidez? Abraços. João Tunes
Caros amigos,
Pela minha parte a questão está encerrada. Fiquei esclarecido e tb muito sensibilizado pelas palavras do Raimundo, do Tunes e do João Abel. Sou pela propriedade colectiva dos blogs (o blog é dos seus editores) sem prejuízo de a sua história (fundadores e aderentes ou pós-fundadores) ser devidamente registada e conhecida. Não tenciono escrever mais nenhum post sobre este assunto. Reconsiderei. Voltarei às lides do PUXA-PALAVRA logo que a oportunidade se apresentar. Um forte abraço e... desculpem qualquer coisinha.
PS
Até parece que a economia de mercado já chegou ao Barreiro.
Pela minha parte a questão está encerrada. Fiquei esclarecido e tb muito sensibilizado pelas palavras do Raimundo, do Tunes e do João Abel. Sou pela propriedade colectiva dos blogs (o blog é dos seus editores) sem prejuízo de a sua história (fundadores e aderentes ou pós-fundadores) ser devidamente registada e conhecida. Não tenciono escrever mais nenhum post sobre este assunto. Reconsiderei. Voltarei às lides do PUXA-PALAVRA logo que a oportunidade se apresentar. Um forte abraço e... desculpem qualquer coisinha.
PS
Até parece que a economia de mercado já chegou ao Barreiro.
Caros Amigos,
Não nos conhecemos, mas isso não me impede de vos comunicar o prazer que tenho a ler o Puxa-palavra. Descobri o puxa-palavra ha pouco tempo, foi uma boa descoberta.
Sobre este "desentendimento" de EM e MC, permitam-me sugerir para bem da vossa equipa e leitores, que guardem "confusões e orgulhos" para outras batalhas e mãos à obra, que para a frente é que é caminho.
Haja força e rigor nas convicções, que um forte e fraternal abraço resolvera o resto.
Com um abraço amigo de Bruxelas.
Parabéns pela qualidade do vosso trabalho.
José de Matos
Não nos conhecemos, mas isso não me impede de vos comunicar o prazer que tenho a ler o Puxa-palavra. Descobri o puxa-palavra ha pouco tempo, foi uma boa descoberta.
Sobre este "desentendimento" de EM e MC, permitam-me sugerir para bem da vossa equipa e leitores, que guardem "confusões e orgulhos" para outras batalhas e mãos à obra, que para a frente é que é caminho.
Haja força e rigor nas convicções, que um forte e fraternal abraço resolvera o resto.
Com um abraço amigo de Bruxelas.
Parabéns pela qualidade do vosso trabalho.
José de Matos
Parabéns ao MC que tomou a decisão certa, aliás como esperava. Deu um bom exemplo de como se podem dissipar dúvidas pondo de lado orgulhos deslocados. Obrigado ao Tunes pela ajuda que deu ao seu "concorrente" Puxa Palavra. E obrigado ao José de Matos pelo bom conselho e as palavras de incentivo.
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